Arte enquanto desrazão: vidas silenciosas e marginais

Autores

  • Mara Evanisa Weinreb Universidade Feevale
  • Lurdi Blauth Universidade Feevale

Palavras-chave:

Arte, Loucura, Desrazão, Estudo de caso,

Resumo

Este artigo discute a produção artística de pessoas que viveram em Centros Psiquiátricos brasileiros, constituindo um campo de estudo conhecido como Arte e Loucura. Com questões relacionadas às atividades de Osório César desenvolvidas no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em São Paulo, desde 1929 e, em especial, a proposta de Nise da Silveira no Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro, desde 1946.   Buscou-se autores como Mário Pedrosa e suas reflexões sobre a visibilidade da Arte Virgem, Gilles Deleuze, que aponta questões relacionadas à diferença e repetição, e Michel Foucault com contribuições sobre os aspectos histórico sociais da loucura.  Dentre os artistas reclusos em instituições, Arthur Bispo do Rosário, um paradigma do cenário artístico contemporâneo, instigou aproximações possíveis com a arte de Luiz Guides, antigo morador do Hospital Psiquiátrico São Pedro em Porto Alegre. Ambos percorreram caminhos silenciosos e marginais, em um processo que integrou, de forma contundente, arte e vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mara Evanisa Weinreb, Universidade Feevale

Psicóloga (PUCRS, 1977), e especialista em Psicoterapias Humanísticas (PUCRS, 1989). Mestre 2003) e doutora (2009), em História, e crítica da arte, pelo Programa de Pós graduação em Artes Visuais (UFRGS). Docente, desde 2007, dos cursos de Artes Visuais e Psicologia, colaboradora de Projetos de Extensão e proponente de curso de especialização da Universidade Feevale.

Lurdi Blauth, Universidade Feevale

Artista visual, professora, pesquisadora. Doutora em Artes Visuais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/RS, (2005). Estágio doutorado, Université Pantheon-Sorbonne, Paris I, FR (2003). Docente no PPG Processos e Manifestações Culturais, e da graduação em Artes Visuais, Universidade Feevale, Novo Hamburgo/RS .Lider do projeto de pesquisa Arte e Tecnologia: interfaces híbridas entre mediações e remediações.

Referências

BACHELARD, G. Poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BISPO do Rosário. Linha azul. 1 il. color. Disponível em: <http://professorjabimnunesiv.blogspot.com.br/2014/07/levando-arthur-bispo-do-rosario-para.html>. Acesso em: 14 jul 2017.

BLAUTH, L. Marcas, passagens e condensações. Porto Alegre: UFRGS, 2011.

BURROWES, P. . O universo segundo Arthur Bispo do Rosário. Rio de Janeiro: FGV, 1999;

CAIAFA, J. Qual é a cor do meu revés? In: BURROWES, P. O universo segundo Arthur Bispo do Rosário. Rio de Janeiro: FGV, 1999, p. 9-11.

CORDIER, D. Les dessins de Jean Dubuffet. Paris: Ditis, 1960.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. Rio de Janeiro: Graal, 2006.

FERRAZ, M. Arte e loucura: limites do imprevisível. São Paulo: Lemos, 1998.

FOUCAULT, M. História da loucura. São Paulo: Perspectiva, 2000.

FRANCA, P. Uma repetição pode esconder a outra. Porto Arte: revista de Artes Visuais, n. 21, v. 1, Porto Alegre: Instituto de Artes – UFRGS, jul-nov 2004.

GABLIK, Susi. The Reenchantment of art. New York: Thames and Hudson, 1992.

GERHEIM, Fernando. Linguagens inventadas. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

GLUSBERG, J. A arte da performance. São Paulo: Perspectiva, 1987.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.

HIDALGO, L. Arthur Bispo do Rosário: o senhor do labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

NEUBARTH, Bárbara. Relógios sem ponteiros. In: FONSECA, Tânia Mara Galli; KIRST, Patrícia G. (Org.). Cartografias e devires. Porto Alegre: UFRGS, 2003.

PEDROSA, M. Forma e percepção estética. São Paulo: UNESP, 1996.

PELBART, P. Da clausura do fora ao fora da clausura. Loucura e desrazão. São Paulo: Brasiliense, 2009.

RANCIÈRE, J. O inconsciente estético. São Paulo: 34, 2009..

SILVEIRA, N. O mundo das imagens. São Paulo: Ática, 1992.

THÉVOZ, MELGAR, GOMARA. Arte Brut, las orígenes de la creación. Revista argentina de arte e psicanálise para a Fundação Banco de Crédito Argentino, Buenos Aires, n 1, 119 p. jul 1991

WEINREB, M. Arte e loucura: vida silenciosa a marginal, Luiz Guides. Porto Alegre: Panorama Crítico, 2012.

Downloads

Publicado

01-04-2018

Como Citar

WEINREB, Mara Evanisa; BLAUTH, Lurdi. Arte enquanto desrazão: vidas silenciosas e marginais. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 053–072, 2018. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/10147. Acesso em: 22 dez. 2024.