FEMINICÍDIO
entre o comportamento violento e a naturalização midiática
DOI:
https://doi.org/10.5965/259464120901e0125Keywords:
Feminícido, Naturalização midiática, GêneroAbstract
ABSTRACT:
The present work addresses the phenomenon of feminicide as a specific form of lethal violence practiced against females, based on the understanding and socio-historical construction of gender relations, relating this aspect to media naturalization. Given this, the research aims to understand and discuss forms of media naturalization of violent behavior and its relations with femicide. In this sense, this work will contribute to the understanding of issues related to gender violence and feminicide in which pervade the crime or sphere typified in the legislation. Therefore, it is a qualitative research that used a bibliographical study as a data collection instrument. Thus, in the discussion of the results, it was possible to perceive that the media has a strong impact on the maintenance of power relations between genders, naturalizing the place of female submission. Such naturalization, with regard to femicide, occurs through the forms of media repercussion that propagate the naturalization of male violent behavior in relation to its impact on the female gender. In this perspective, by maintaining a symbolic influence of always placing men in the spotlight or symbolic superiority, a domination is stimulated that subjects women to power or violence of different types, raised from this influence of institutions of media, social, political and familial.
Keywords: Feminicide; Media naturalization; Gender.
Downloads
References
APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Thompson, 2006.
BAÉRE, F.; ZANELLO, V. O gênero no comportamento suicida: uma leitura epidemiológica dos dados do Distrito Federal. Estudos de Psicologia, Natal, v. 23, n. 2, p. 68-178, abr./jun. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.22491/1678-4669.20180017. Acesso em: 31 jan. 2021.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
BRASIL. Câmara dos Deputados - 55ª Legislatura, 4ª Sessão Legislativa. Mapa da Violência contra a Mulher 2018. Brasília, DF: Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, 2018. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/comissao-de-defesa-dos-direitos-da-mulher-cmulher/arquivos-de-audio-e-video/MapadaViolenciaatualizado200219.pdf. Acesso em: 23 jan. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 46, 10 mar. 2015. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2015/lei-13104-9-marco-2015-780225-publicacaooriginal-146279-pl.html. Acesso em: 15 set. 2018.
CABALLERO, A. I. M. A desigualdade entre os sexos pelas perspectivas de Pierre Bourdieu e Simone de Beauvoir. Orientador: Antonio Carlos Dias Junior. 2016. 128 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1630234. Acesso em: 10 fev. 2019.
CARDOSO, I.; VIEIRA, V. O discurso de títulos de notícias sobre violência sexual: a mídia on-line e culpabilização da vítima de estupro. EID&A: Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação, Ilhéus, n. 7, p. 69-85, dez. 2014. Disponível em: http://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/issue/view/51/52. Acesso em: 10 nov. 2018.
CARVALHO. M. M. A. de. Violência de gênero e seus dispositivos: uma análise articulada à distopia “O Conto da Aia”. 2019. 88 f. Monografia (Graduação em Psicologia) – Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2019. Disponível em; https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13907/1/21507114.pdf. Acesso em: 3 fev. 2021.
CERQUEIRA, D. (coord.). Atlas da violência 2018. Brasília: Ipea, 2018. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180604_atlas_da_violencia_2018.pdf. Acesso em: 24 jan. 2021.
CERQUEIRA, D. (coord.). Atlas da violência 2019. Brasília: Ipea, 2019. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/downloads/6537-atlas2019.pdf. Acesso em: 24 jan. 2021.
CERQUEIRA, D. (coord.). Atlas da violência 2020. Brasília: Ipea, 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/200826_ri_atlas_da_violencia.pdf. Acesso em: 24 jan. 2021.
CERQUEIRA, D. (coord.). Atlas da violência 2021. Brasília: Ipea, 2021. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/08/atlas-violencia-2021-v6.pdf. Acesso em: 2 nov. 2021.
DE LAURETIS, T. A tecnologia do gênero. In: BUARQUE DE HOLLANDA, H. (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, p. 206-242. Disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/mhlima/TENDENCIASEIMPASSESHeloisaBuarque.pdf/view. Acesso em: 3 fev. 2021.
FARIAS, A. C.; ARAS, L. M. B. Feminismo negro, feminicídio e violência de
gênero contra as mulheres. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES, 5., 2017, Salvador. Anais eletrônicos [...]. Campina Grande: Editora Realize, 2017. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/enlacando/2017/TRABALHO_EV072_MD1_SA2_ID657_18062017180606.pdf. Acesso em: 3 fev. 2021.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2009.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.
GOMES, I. S. Feminicídios: um longo debate. Revista Estudos Feministas, [s. l.], v. 26, n. 2, p. 39651, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/BRBjpfrdF9vBbMmqPC9Lzsg/abstract/?lang=pt. Acesso em: 2 nov. 2019.
GONÇALVES, S. A. Feminicídios: nossas cidades são perigosas ou relacionamentos que matam? In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIA POLÍTICA, 1., UFRGS, 2015, Porto Alegre. Anais [...]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/sicp/wp-content/uploads/2015/09/GON%C3%87ALVES-Feminic%C3%ADdio-GT-Genero-I-Semin%C3%A1rio-Internacional-CP-UFRGS-.pdf. Acesso em: 7 fev. 2019.
GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: SILVA, L. A. et al. Ciências Sociais Hoje 2: Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília, DF: ANPOCS, 1983. p. 223-244. Disponível em: https://anpocs.org.br/2023/06/08/coletanea-ciencias-sociais-hoje-1980-1996/. Acesso em: 7 fev. 2021.
LACERDA, I. A., VIDAL, A. O conceito de violência contra a mulher no direito brasileiro. SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA PUC-RIO, 22., 2014, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos [...]. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014. Disponível em: https://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2014/res_ccs_jur.html. Acesso em: 12 dez. 2018.
LIRA, M.; VELOSO, A. A violência simbólica da mídia contra a mulher. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 31., 2008, Natal. Anais [...]. São Paulo: Intercom; Natal: UFRN, 2008. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais
/2008/resumos/r3-0536-1.pdf. Acesso em: 10 dez. 2018.
LORENZETTI, C. S.; PASSOS DE SÁ, J. C. S.; SILVA, M. M. do N. Pandemia escancara o feminicídio e a subnotificação no Brasil e no mundo. Agência Íntegra. Santa Maria: UFSM, 2021. Disponível em: https://www.ufsm.br/midias/experimental/integra/2021/01/22/pandemia-escancara-o-feminicidio-e-a-subnotificacao-no-brasil-e-no-mundo. Acesso em: 2 out. 2021.
MACEDO, L. C. P. A construção dos discursos sobre a mulher vítima da violência doméstica em telenovelas da rede globo. Belém: [s. n.], 2013.
MARCELLO, F. de A. O conceito de dispositivo em Foucault: mídia e produção agonística de sujeitos-maternos. Educação e Realidade, [s. l.], v. 29, n. 1, 2004. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/25426. Acesso em: 2 fev. 2021.
MARQUES, M. de F. J.; GUERRA. E. C. Violência contra a mulher no espaço midiático brasileiro. Temporalis, Vitória, v. 17, n. 33, p. 167-192, jan./jun. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/temporalis/article/view/7230. Acesso em: 2 nov. 2018.
MENEGHEL, S. N.; LERMA B. R. L. Feminicídios em grupos étnicos e racializados: síntese. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 1, p. 117-122, 2017. Disponível em: https://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/feminicidios-em-grupos-etnicos-e-racializados-sinteses/15760?id=15760. Acesso em: 2 nov. 2018.
MONTEIRO, C.; ZANELLO, V. Tecnologias de gênero e dispositivo amoroso nos filmes de animação da Disney. Revista Feminismos, Salvador, v. 2, n. 3, set./dez. 2014. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/19538. Acesso em: 3 fev. 2021.
OLIVEIRA, P. K. F. de. Notícias sobre violência contra a mulher veiculada na mídia: um estudo a partir da análise do comportamento. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Psicologia) – Centro de Ciências Humanas, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2018. Disponível em: https://monografias.ufma.br/jspui/handle/123456789/2342?mode=full. Acesso em: 3 abr. 2019.
PALMA, L.; RICHWIN, I. F.; ZANELLO, V. Dispositivos de subjetivação e sofrimento das mulheres: para uma escuta gendrada das emoções no campo da psicoterapia. Caderno Espaço Feminino, [s. l.], v. 33, n. 2, p. 107-130, 2021. DOI: 10.14393/CEF-v33n2-2020-6. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/56065. Acesso em: 2 fev. 2021.
PEREIRA, P. dos S. Mulheres em situação de violência: percepções sobre a perpetuação da violência em suas vidas. 2017. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017.
PEREZ, C.; PERUZZO, A. L. S. Masculinidades em anúncio: a publicidade enquanto tecnologia de gênero. Tríade: revista de comunicação, cultura e mídia, Sorocaba, v. 6, n. 13, p. 69-84, dez. 2018. Disponível em: http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/triade/article/view/3319/3048. Acesso em: 4 fev. 2021.
PRADO, D.; SANEMATSU, M. (org.). Feminicídio: #invisibilidademata. São Paulo: Instituto Patrícia Galvão, 2017. 183 p.
PRESTES, M. L. de M. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola a academia. 4. ed. São Paulo: Rêspel, 2011.
RIBEIRO, G. F. Mulher na Mídia: uma análise crítica das abordagens sobre casos de violência contra a mulher em jornais do Maranhão. Caderno de gênero e diversidade, v. 3, n. 1, jan./abr. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/cadgendiv/article/view/22247. Acesso em: 4 nov. 2018.
ROMIO, J. A. F. Feminicídios no Brasil, uma proposta de análise com dados do setor de saúde. 2017. Tese (Doutorado em Demografia) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017. Disponível em: https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/988584. Acesso em: 15 jul. 2025.
SANT’ANNA, T. C.; PENSO, M. A. A transmissão geracional da violência na relação conjugal. Psicologia: teoria e pesquisa, [s. l], v. 33, n. 1, p. 1-11, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ptp/a/YNYtcz4CJmnn7qgB3LpbSVM/?format=pdf&lang=pt"lang=pt. Acesso em: 10 nov. 2018.
SAVIETTO, D. Mulheres e mídia global: uma análise internacional da perspectiva das mulheres sobre suas representações midiáticas. 2015. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Jornalismo) – Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2015.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, [s. l.], v. 20, n. 2, 2017. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/
Acesso em: 15 jul. 2025.
SILVA, C. D. M. Primeiras impressões sobre o feminicídio: Lei nº 13.104/2015. Disponível em: https://web.archive.org/web/20160910225255/http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/
caocriminal/Artigos/Primeiras%20impress%C3%B5es%20sobre%20o%20feminic%C3%ADdio.pdf. Acesso: 9 set. 2018.
SOUZA, T. M. C.; OLIVEIRA, S. C.; CARVALHO, L. G. de. A imprensa frente à violência contra a mulher: o caso do jornal “O Popular”. Caderno Espaço Feminino. Uberlândia, v. 29, n. 1, jan./jun. 2016. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/31212. Acesso: 9 nov. 2018.
SPOSITO, S. E.; PASTANA, M.; MAIA, A. C. B. A naturalização da violência contra a mulher em revistas voltadas para o público masculino. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 10., 2013. Anais [...]. Florianópolis: UFSC, 2013. Disponível em: http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1373247372_ARQUIVO_Textocompleto-NaturalizacaodaViolencia-VersaoFinal.pdf. Acesso: 3 jul. 2018.
SUNDE, R. M.; SUNDE, L. M. C.; ESTEVES, L. F. Feminicídio durante a pandemia da COVID-19. Oikos: família e sociedade em debate, v. 32, n. 1, p. 55-73, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/oikos/article/view/11081. Acesso em: 10 nov. 2021.
TORRÃO-FILHO, A. Uma questão de gênero: onde o feminino e o masculino se cruzam. Cadernos Pagu, Campinas, n. 24, p. 127-152, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/9qWCTLfW8Qvr9bTspS9dSsd/abstract/?lang=pt. Acesso: 3 out. 2018.
VIVAR Y SOLER, R. D. de; QUEIROZ, B. T. de. Do dispositivo que se revela: violência de gênero e discurso midiático. Revista Rizoma, Santa Cruz do Sul, v. 5, n. 1, 2020. Disponível em: http://periodicos.estacio.br/index.php/rizoma/article/viewFile/8234/PDF%20Do%20dispositivo%20que%20se%20revela. Acesso em: 6 fev. 2021.
WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil. Brasília, DF: Flacso, 2015. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf. Acesso em: 6 fev. 2018.
XAVIER, A. C. Como fazer e apresentar trabalhos científicos em eventos acadêmicos: ciências humanas e sociais aplicadas - artigo, resumo, resenha, monografia, tese, dissertação, tcc, projeto, slide. Recife: Editora Rêspel, 2010.
ZANELLO, V. Dispositivo materno e processos de subjetivação: desafios para a psicologia. In: ZANELLO, V.; PORTO, M. (org.). Aborto e (não) desejo de maternidade: questões para a psicologia. Brasília, DF: Conselho Regional de Psicologia, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/24590 Acesso em: 6 jul. 2018.
ZANELLO, V.; FIUZA, G.; COSTA, H. S. Saúde mental e gênero: facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, 2015, v. 27, n. 3, p. 238-246, set./dez. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/fractal/v27n3/1984-0292-fractal-27-3-0238.pdf. Acesso em: 31 jan. 2021.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
Categories
License
Copyright (c) 2025 Citizenship in Action: Extension and Culture Magazine

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.