O graffiti nas ruas de Cuiabá: uma análise semiótica de imagens subversivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/198431781632020051

Palavras-chave:

Cidade, Cuiabá, Graffiti, Semiótica, Educação,

Resumo

O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa teórico-empírica que se propôs, em um primeiro momento, por meio do ato de caminhar aos moldes da flânerie, deambulações e derivas, conhecer e fotografar os graffiti nas ruas da capital mato-grossense, especialmente os que se encontram nos espaços públicos opacos, lisos e residuais da cidade. Em seguida, após seleção cuidadosa de algumas dessas imagens, submeteu-se as mesmas a uma análise criteriosa com a finalidade de trazer à tona expressões, sentimentos, sensações e ideologias próprias da cultura local, não só do cidadão chapa e cruz (nascidos em Cuiabá), mas também dos paus-rodados (vindos de fora e reterritorializados). As principais epistemologias empregadas às discussões das imagens e elaboração dos argumentos textuais são os conceitos de folkcomunicação proposto por Luiz Beltrão, a semiótica peirceana (sob à luz e compreensão de Lucia Santaella), a crise da modernidade elucidada por Maurício Lazzarato e a valorização dos saberes cotidianos defendido por Michel Maffesoli. Matrizes teóricas que permitiram mostrar que, embora utilizados para embelezar, provocar e declarar-se, sobressai nos graffiti cuiabanos a essência de criticidade, enfrentamento e denúncia. 


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Biografia do Autor

Juliano Batista dos Santos, Instituto Federal de Mato Grosso

Doutor e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Especialista em Educação do Campo pelo Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). Bacharel e licenciado em filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Docente de filosofia do Instituto Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá.

José Serafim Bertoloto, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Mestre em Artes pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Museu de Arte pela USP. Bacharel e licenciado em História pela UFMT. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Professor no departamento de Arquitetura e na Pós-graduação em Ensino na Universidade de Cuiabá (Unic). Atualmente, aposentado como técnico, ainda atua como um dos curadores no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT, onde trabalhou como historiador/pesquisador e diretor. É professor colaborador na Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea – Área Interdisciplinar (mestrado e doutorado).

Ana Graciela Mendes Fernandes da Fonseca Voltolini, Universidade de Cuiabá

Doutora em Comunicação Social (UMESP) com Pós-Doutorado Júnior CNPq (UFMT). Docente da Universidade de Cuiabá (Unic) na Faculdade de Comunicação Social (FACS) e docente colaboradora no Programa de Pós-graduação em Ensino (Unic/IFMT). Possui experiência na elaboração de materiais e disciplinas EAD (graduação e pós-graduação) para outras IES. Desde o doutorado desenvolve pesquisas e publicações na área de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação e Ensino-aprendizagem, com ênfase em Dispositivos Móveis e Educação Midiática. Atualmente também é docente substituta no departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso, nos cursos de Radialismo e Cinema e Audiovisual.

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Publicado

01-07-2020

Como Citar

DOS SANTOS, Juliano Batista; BERTOLOTO, José Serafim; VOLTOLINI, Ana Graciela Mendes Fernandes da Fonseca. O graffiti nas ruas de Cuiabá: uma análise semiótica de imagens subversivas. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 16, n. 3, p. 051–072, 2020. DOI: 10.5965/198431781632020051. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/17488. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

LEITURAS INCLUSIVAS DE MUNDO

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