Mulheres d’aqui/agora: um exercício de curadoria compartilhada com estudantes de Pedagogia

Authors

  • Maria Emilia Sardelich Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984317816012020307

Keywords:

Ensino de arte, Arte contemporânea, Prática docente, Curadoria compartilhada,

Abstract

Este artigo discute a questão da curadoria compartilhada na docência como uma prática coletiva de discentes/docentes, provocadora de sentidos e seus efeitos, para desacostumar noções estereotipadas sobre o processo pedagógico e seus disciplinares componentes curriculares. A partir do referencial metodológico da pesquisa narrativa, apresenta um projeto expositivo de arte contemporânea produzido por estudantes de Pedagogia, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 2018.  Indica as possibilidades de deslocamento dos espaços tradicionais para se aprender com e sobre arte, a escola e o museu, expandindo seus limites para as redes sociais, como também o exercício das funções artísticas de escolha e legitimação da produção artística contemporânea. Evidencia as possibilidades e potencialidades que a arte contemporânea produzida por mulheres pode ter para a formação e repertório cultural das estudantes. Conclui que a prática de curadoria compartilhada oferece meios alternativos para a produção do conhecimento, desarranjando uma noção de arte como atividade livre, autônoma, de um indivíduo superdotado, impulsionado por seus sentimentos sob a influência de prévios artistas, independente do manifesto jogo das variáveis classe, raça, gênero.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Maria Emilia Sardelich, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Educação, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV/UFPB/UFPE). Atua na área de Didática e Ensino de Arte, cursos de Licenciatura, modalidades presencial e a distância.

References

ACHINTE, Adolfo Albán. Pedagogias de la re-existencia: artistas indígenas y afrocolombianos. In: WALSH, Catherine (edt.). Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Tomo I. Quito: Abya Yala, 2013. p. 443-468.

APPLE, Michael. Relações de classe e gênero e modificações no processo do trabalho docente. Cadernos de Pesquisa, n. 60, p. 3-14, fev. 1987.

CAO, Marian López Fernández. Para qué el arte: reflexiones en torno al arte y su educación en tiempos de crisis. Madrid: Editoral Fundamentos, 2015.

____. Creación artística: um difícil substantivo feminino. In: Creación artística y mujeres: recuperar la memoria. Madrid: Narcea, 2000. p.13-48.

BELTRÁN MIR, Carmen Lidón. A la búsqueda de nuevos espacios para la educación artística más allá de los límites del arte. In: MONTORO, María Isabel Moreno;

BUIGUES, Irene Ballester. El cuerpo abierto: representaciones extremas de la mujer em el arte contemporáneo. Gijon: Ediciones Trea, 2012.

CANTON, Katia. Temas da Arte Contemporânea. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

CLANDININ, D. Jean; CONNELLY, F. Michael. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. 2 ed. Uberlândia, MG: EDUFU, 2015.

CERQUEIRA, Daniel (coord.) Atlas da Violência IPEA/FBSP 2018. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2018.

COSTA, Marisa Vorraber. Feminização do magistério. In: OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA, L. M. F. Dicionário: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010.

COUTO, Dóris. A exposição agô: relatos sobre uma experiência de curadoria compartilhada. In: CARVALHO, Ana. Participação: partilhando a responsabilidade. Portugal: Acesso Cultura, 2016.p. 59- 71.

CUNHA, Susana Rangel Vieira. Cenários da Educação Infantil. Educação &Realidade, n. 30, v. 2, p. 165 – 185, jul./dez. 2005.

DUTRA, Mariana Ratts. Curadoria compartilhada na experiência de mediação cultural no Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação. Teoria da Arte e Expressão Artística, 2014.

FISCHER, Stela Regina. Mulheres, performance e ativismo feministas decoloniais. SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO 11 & 13TH WOMEN’S WORLDS CONGRESS (ANAIS ELETRÔNICOS), FLORIANÓPOLIS, 2017. p. 1-10.

FRANCOZO, Mariana; BROEKHOVEN, Laura Van. Dossiê “Patrimônio indígena e coleções etnográficas”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas. Belém, v. 12, n. 3, p. 709-711, dec. 2017.

LEITZKE, Maria Cristina Padilha; POSSAMAI, Zita Rosane. Curadorias compartilhadas: um estudo sobre as exposições realizadas no museu da UFRGS (2002 a 2009). SEMINÁRIO INTERNACIONAL O FUTURO DOS MUSEUS UNIVERSITÁRIOS EM PERSPETIVA. Atas. Porto: Universidade do Porto, 2014. p. 184 – 198. Disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12520.pdf

LIMA, Diane. Diálogos Ausentes e a Curadoria como Ferramenta de Invisibilização das Práticas Artísticas Contemporâneas Afro-Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: http://d3nv1jy4u7zmsc.cloudfront.net/wp-content/uploads/2017/01/di%C3%A1logosausentes_dianelima-rev_02.pdf

LOZANO, Ana Maria. Que és el arte contemporâneo. In: HAKIM, Claudia (dir.) Conceptos de Arte Contemporáneo. Bogotá: Fundación Neme, 2014. p. 13-16.

MADEIRA, Angélica. Arte compartilhada: uma teoria possível. In: Arte e vida social: pesquisas recentes no Brasil e na França. Marseille: OpenEdition Press, 2016. Disponível em: https://books.openedition.org/oep/577 Acesso em: 7 jan. 2019.

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Inventário dos Achados: o olhar do professor escavador de sentidos. 4a. Bienal. Porto Alegre: Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 2003.

MARTINS; Raimundo; TOURINHO, Irene; SOUZA, Elizeu Clementino de. Pesquisa narrativa: interfaces entre histórias de vida, arte e educação. Santa Maria: Editora UFSM, 2017.

MAYAYO, Patricia. Historia de mujeres, historias del arte. Madrid: Ediciones Cátedra, 2003.

MIRANDA, Juliana; SANTANA, Carla Patrícia Bispo de. Da hostilidade horizontal ao empoderamento feminino: uma reflexão metodológica sobre a resistência a violência em canções de protesto de bandas feministas. SEMINÁRIO INTERLINHAS E SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA (SIP) 2016.1. Anais. Alagoinhas: UNEB, 2016. Disponível em: http://revistas.uneb.br/index.php/asipc/article/view/4859

ORNER, Mimi. Interrumpiendo los llamados para una voz de el y la estudiante en la educación “liberadora”. In: BELAUSTEGUIGOITIA, Marisa. Géneros profíguos. Barcelona: Paidós, 1999. p. 117-133.

PENNA, Maura; ALVES, Erinaldo. Marcas do romantismo: os impasses da

fundamentação dos PCN Arte. In: PENNA, Maura (coord.) É este o ensino de arte que queremos? Uma análise das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais. João Pessoa: Editora Universitária, 2001. P. 57-80.

SANTAELLA, Lucia. Desafios da ubiquidade para a educação. Revista Ensino Superior, Unicamp, 04/04/2013.

SIMIONI, Ana Paula Cavalcanti. Profissão Artista: pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: FAPESP, 2008.

TEIXEIRA, Marilane Oliveira; FARIA, Nalu. Empoderamento econômico das mulheres no Brasil: pela valorização do trabalho doméstico e do cuidado. São Paulo: OXFAM Brasil, 2018.

VIANNA, C. P. A feminização do magistério na Educação Básica e os desafios para a prática e a identidade coletiva docente. In: YANNOULAS, S. C. (coord.). Trabalhadoras: Análise da Feminização das Profissões e Ocupações. Brasília: Editorial Abaré, 2013.p. 159-180.

ZACCARA, Madalena. De sinhá prendada a artista visual: os caminhos da mulher artista em Pernambuco. Recife: Funcultura, 2017.

WOLF, Naomi. O mito da beleza. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

Published

2020-02-24

How to Cite

SARDELICH, Maria Emilia. Mulheres d’aqui/agora: um exercício de curadoria compartilhada com estudantes de Pedagogia. Journal of Education, Arts, and Inclusion, Florianópolis, v. 16, n. 1, p. 307–329, 2020. DOI: 10.5965/1984317816012020307. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/14588. Acesso em: 22 nov. 2024.

Issue

Section

DOSSIÊ CONTEXTOS E ESPECIFICIDADES DA INCLUSÃO: A ARTE COMO FIO CONDUTOR