Singularidades em cena: como subverter a lógica normatizadora
DOI:
https://doi.org/10.5965/19843178182022e0029Palavras-chave:
Inclusão, Normatização, Corpo exotizado, Singularidades, Dança contemporâneaResumo
Quando falamos sobre os estudos relacionados à inclusão podemos elaborar um histórico de como a discussão foi entendida em diferentes momentos: segregação, inserção da pessoa com deficiência nos espaços sociais, estratégias inclusivas reconhecendo as necessidades de cada sujeito. Nos últimos anos, outro modo de pensar o assunto está em pauta: a deficiência incorporada na lógica de mercado e sua captura como um produto. Autores como Mitchell e Snyder (2015) e Pelbart (2013) são fundamentais para esta pesquisa. O artigo é centrado em exemplos da dança contemporânea, como os artistas Jérôme Bel e Claire Cunningham, para refletir sobre como a normatização tem afetado o universo das artes do corpo. Muitas companhias ainda trabalham em uma perspectiva que reafirma a superação de limites e o apagamento das singularidades – utilizando a cópia de corpos sem deficiência. Assim, busca-se reconhecer os processos normalizadores que têm sido recorrentes na dança, mas também apresentar os trabalhos que conseguem garantir a existência da diversidade no palco, promovendo o debate que parte da singularidade, não da padronização corporal. Espera-se que o artigo possa corroborar estudos de inclusão e artes, ao sinalizar a potência dos artistas com deficiência quando não estão sujeitos aos padrões da normatização.
Downloads
Referências
BARROS, Manoel de. Livro sobre nada. São Paulo: Alfaguara, 2016.
BIANCHI, Paloma. Corporeidades dissonantes: reflexões sobre o espetáculo Disabled Theater. Revista Sala Preta, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 145-156, 2016.
BRASIL. Declaração de Salamanca. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Acesso em: 17 mar. 2020.
COLLINS, Patricia Hill. What’s in a name? Womanism, Black feminism and beyond. The black scholar, vol. 26, n. 1, p. 9-17, 1996.
COURTINE, Jean-Jacques. Decifrar o corpo: pensar com Foucault. Trad. Francisco Morás. Petrópolis: Vozes, 2013.
MITCHELL, David T.; SNYDER, Sharon L. The biopolitics of Disability – neoliberalism, ablenationalism, and peripheral embodiment. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2015.
MUNHOZ, Angelica Vier. Jérôme Bel e o grau zero: dançar, ensinar, viver. Revista Contemporânea de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 28, p 844-856, 2018.
PELBART, Peter Pál. O avesso do niilismo – cartografias do esgotamento. São Paulo: n-1, 2013a.
PELBART, Peter Pál. Viver não é sobreviver: para além da vida aprisionada. In: Seminário Internacional Educação Medicalizada: reconhecer e acolher as diferenças, 2013b, São Paulo. Conferência de abertura. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qaHSIm91OII Acesso em: 17 mar. 2020.
SÃO PAULO (estado). Relatório mundial sobre a deficiência. World Health Organization, The World Bank. Trad.: Lexicus Serviços Linguísticos. São Paulo: SEDPcD, 2012. 334 p. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44575/9788564047020_por.pdf?sequence=4 Acesso em: 17 mar. 2020.
SOUZA, Virgínia Laís. Quando o monstro convoca a resistência biopolítica: estratégias comunicativas na arte e na vida. 2017. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Virgínia Laís de Souza
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A Revista Educação Artes e Inclusão é um periódico que segue a Política de Acesso Livre. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais e não comerciais. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Educação, Artes e Inclusão [REAI].
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.