O Inframince: A Potencialidade De Um Campo Relacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1982615x12242019056

Palavras-chave:

design, criação, arte, percepção sensível

Resumo

A noção de inframince de Marcel Duchamp fornece um vasto campo de pesquisa. É um terreno fértil para proposições sobre uma estética, uma poética e uma política no campo do design e da arte contemporâneas. Duchamp descreve o inframince enquanto uma qualidade do sensível que se encontra no entre, e é um campo relacional pleno de possibilidades. A experiência sensível reorganiza a existência criando percepções singulares. Este estudo apresenta uma articulação entre a noção de inframince e alguns projetos de design.

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Biografia do Autor

Leila Reinert, Anhembi Morumbi University

Artista plástica e designer. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP com Pós-doutorado no PPGDesign da Escola de Artes, Arquitetura, Design e Moda da Universidade Anhembi Morumbi. Bacharel em pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (1987) e Maîtrise em Artes Plásticas pela Universidade de Paris 1 Panthéon - Sorbonne (1994). Desenvolve pesquisas que enfocam a percepção sensível na comunicação de pensamentos sutis. Entendendo a multiplicidade dos campos de conhecimento que abrangem o fazer arte, as poéticas visuais, nos últimos anos, tem estudado a articulação entre as recentes pesquisas em neurociência sobre as qualidades subjetivas da mente e os processos de criação artística referentes à memória e ao aprendizado que refinam nossa percepção sensível. Desenvolve, no âmbito do design, projetos em design de superfície, especialmente em estamparia têxtil, para Uroporus Design.

Pós-doutiranda no Instituto de Artes da UNESP/SP.

Endereço para acessar este CV:http://lattes.cnpq.br/6481635538332588

Referências

“O Infra-mince é um enunciado de Marcel Duchamp sobre um conjunto de notas evocando aspectos sensoriais e envolvendo percepções da ordem do sensível, da sensação, da linguagem e da complexidade dos jogos de palavra” (Franca-Huchet, 2015, p. 41)

"Na verdade, a observação do campo das “pequenas percepções” ampliava os acontecimentos da maneira surpreendente: convertendo as micro em macropercepções como uma lente, a percepção do objeto modificava-se ao ponto de exigir uma descrição diferente. Da mesma forma que Fernando Pessoa aumentando a escala das “sensações mínimas”, se dava os instrumentos necessários à análise e à elaboração da expressão poética, assim o pintor, o músico, o escultor trabalham constantemente com pequenas percepções". (Gil, 2005, p. 11)

"A arte não consiste mais, aqui, em compor uma ‘mensagem’, mas em maquinar um dispositivo que permita à parte ainda muda da criatividade cósmica fazer ouvir seu próprio canto. Um novo tipo de artista aparece, que não conta mais história. É um arquiteto de espaço dos acontecimentos, um engenheiro de mundos para bilhões de histórias por vir. Ele esculpe o virtual". (Lévy, 2001, p. 147)

"Nota 6 – A alegoria (geralmente) é uma aplicação do infra-mince

Nota 7 – Similitude / similaridade

O mesmo (fabricado em série)

aproximação prática da similaridade

No tempo um mesmo objeto não é o mesmo em 1 segundo de intervalo

Qual relação com o princípio de identidade?

Nota 18 – A diferença (dimensional) entre 2 objetos feitos em série [saídos do mesmo molde] é um infra mince quando o máximo (?) de precisão é obtido". (Duchamp, 1999)

FRANCA-HUCHET, Patrícia. Infra-mince ou um murmúrio secreto. Art Research Journal. ARJ. Brasil: V. 2, n. 2 , p. 40-59 , jul. / dez. 2015. Disponível em:

http://www.periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/download/7297/5737 Acesso em 20/03/2014.

GIL, José. A imagem nua e as pequenas percepções. 2a edição. Lisboa: Relógio D’Água, 2005.

LÉVY, Pierre. O que é o virtual. Rio de Janeiro: Editora 34, 2001.

DUCHAMP, Marcel. Notes. Paris: Flammarion, 1999.

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Publicado

2019-03-31

Como Citar

REINERT, Leila. O Inframince: A Potencialidade De Um Campo Relacional. Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 12, n. 24, p. 56–90, 2019. DOI: 10.5965/1982615x12242019056. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/13235. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

Variata