Desconstrução da bipedia compulsória na Dança
DOI:
https://doi.org/10.5965/19843178164202059%20Palavras-chave:
Corpomídia, Dança, Bipedia CompusóriaResumo
Uma simples presença, seja de que ordem for, pode desencadear uma série de acontecimentos ao corpo. E, se todo corpo é corpomídia, isto é, mídia de cada momento do seu estado, os discursos poéticos que daí emergem são entendidos como historicamente produzidos e correspondentes às experiências que constituem o corpo. Quando trazemos tais pensamentos para com eles investigar a construção da dança em múltiplos corpos fica evidente a propriedade do corpo como um processo vivo, cognitivo e auto-organizador. No entanto, quando se trata do corpo com deficiência que dança, o retrocesso se impõe e a soberania do pensamento bípede que exclui essas pessoas entendendo-os como incapazes e não produtivos, independente de todo avanço no campo da dança, é evidente. A dança nesse texto é como um recorte (microespaço) que revela, em si, todo comportamento social (macroespaço). Entendemos que este campo de construção do conhecimento que é a Dança colaborará na interseccionalidade com outras áreas, a partir de como estabelece e compreende as relações de corpo. Dança e corpo que dança como um recorte de nossa estrutura social, onde é possível perceber discursos do pensamento hegemônico que mantém padrões funcionais e corporais excludentes em relação às pessoas com deficiência.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer, o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
CARMO, Carlos E. O. Desnudando um corpo perturbador: a “bipedia compulsória” e o fetiche pela deficiência na Dança. Revista Tabuleiro de Letras (PPGEL/UNEB), Salvador, v. 13, n. 2, p. 75-89, 2019.
CASTRO, Fátima C.D. CorpoSitiado..., A comunicação invisível. Dança, Rodas e Poéticas. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) - Pontifícia Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
CHURCHLAND, Paul M. Matéria e Consciência. São Paulo: Unesp. 2004.
DAMÁSIO, Antonio. O Mistério da Consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
DEWEY, John. Arte como Experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
GREINER, Christine; KATZ, Helena. Arte e cognição. Corpomídia, Comunicação,
Política. São Paulo: Annablume, 20015.
HERNANDEZ, Fernando. Educación y Cultura Visual. Barcelona: Octaedro, 2010.
KATZ, Helena. UM, DOIS, TRÊS. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: FID, 2005.
LLINÁS, Rodolfo. El Cérebro y el mito del Yo. Bogotá: Germiis, 2003.
LOBO, Lilia Ferreira. Os infames da história: pobres, escravos e deficientes no Brasil Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.
LOUPPE, Laurence. Poética da dança contemporânea. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.
MCRUER, Robert. Crip Theory: Cultural Signs of Queerness and Disability. New York: New York University Press, 2006.
MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonizar e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF: Dossiê: Literatura, língua e identidade, Niterói, n. 34, p. 287-324, 2008.
NOË , Alva. Action in Perception. Massachusetts: Massachusetts Institute of Technology, 2004.
SENNETT, Richard. Juntos. Os rituais, os prazeres e a política da cooperação. Rio de Janeiro: Record, 2012.
SILVA, Tomaz Tadeu. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (org.). Stuart Hall, Katrhyn Woodward, 15 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
VIEIRA, Jorge Albuquerque. Ciência-formas de conhecimento: arte e ciência – uma visão a partir da complexidade. Fortaleza: Expressão, 2006
ZOBOLI, F.; BARRETO, S. J. A Corporeidade como fator de inclusão de alunos com necessidades especiais nas aulas de Educação física. In: RODRIGUES, D. Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Carlos Eduardo Oliveira do Carmo, Fatima Campos Daltro de Castro
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Revista Educação Artes e Inclusão é um periódico que segue a Política de Acesso Livre. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais e não comerciais. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Educação, Artes e Inclusão [REAI].
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.