O contemporâneo através do Cinema: o ilusório pelo duplo
DOI:
https://doi.org/10.5965/198431781820231e0037Palavras-chave:
cinema, duplo, ilusório, educação, NiilismoResumo
Na interface temática entre o campo da educação e dos estudos fílmicos, o objetivo desse artigo é trazer o tema do duplo pelo cinema, como um dos modos de vida do contemporâneo, onde há a duplicação do eu como tentativa de relacionar-se com o real. Como metodologia, usou-se a cartografia deleuziana e a analítica da hermenêutica trágica. Analisou-se para isso a película “O Duplo” (2013, Ayoade). Notou-se pelo gesto cartográfico, que o filme ao enfocar o recurso ontológico da criação de uma duplicação do real, pelo surgimento do duplo do protagonista, acaba tornando-se uma tentativa de elaboração existencial diante o mal estar contemporâneo, atravessado pelo niilismo e pela decadência social. Nesse sentido, o artigo explicita esse modo de vida como ilusório, baseado na leitura pertinente de Clement Rosset, que caracteriza essa saída como frágil do ser contemporâneo, por explicitar a incapacidade desse homem existente em lidar com a atmosfera niilista dos tempos atuais, que escapa pelo recurso da duplicação seja do real ou de si mesmo.
Downloads
Referências
AGAMBEM, A. O que é o Contemporâneo?:e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. SP: Ed Martins Fontes, 2007.
ALMEIDA, R. O mundo, os homens e suas obras. 2015. 208 pg. Tese (Livre Docência). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015a.
ALMEIDA, R. Anti niilismo: ou a superação do niilismo pela filosofia trágica. Revista de Estudos de Cultura, Sergipe , n 3, pp 75-83, 2015b. Disponível em https://seer.ufs.br/index.php/revec/article/view/4776, acesso em novembro de 2016.
ALMEIDA, R. Pressão Pedagógica e Imaginário Cinematográfico Contemporâneo. IN. Pressão Pedagógica e Imaginário Cinematográfico Contemporâneo. IN ALMEIDA e BECCARI (orgs). Fluxos Culturais: arte, educação, comunicação e mídias. SP: Ed FEUSP, 2017b.
ALMEIDA, R. Cinema, Educação e Imaginários Contemporâneos: estudos hermenêuticos sobre distopia, niilismo e afirmação nos filmes O Som ao Redor, O Cavalo de Turim e Sono de Inverno. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v.44, 2018, no prelo.
ALMEIDA e BECCARI (orgs). Fluxos Culturais: arte, educação, comunicação e mídias. SP: Ed FEUSP, 2017.
BECCARI, M. Articulações Simbólicas: uma filosofia do design sob o prisma da hermenêutica trágica. 2015. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015a.
BECCARI, M. PORTUGAL, D. B. Da imagem do real para o real da imagem: por um elogio das aparências. Visualidades (UFG), Goiás, v. 12, n.2, pp. 69-89, 2015b. Disponível https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/34479, acesso em setembro de 2016.
COSTA, L.A; FONSECA, T.M.G. Do contemporâneo: o tempo na história do presente. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 59, n. 2, pp110-119,dez/2007. Disponível http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672007000200002&lng=pt&nrm=iso, acesso em 01 fev. 2014.
DELEUZE, G. A Imagem-movimento: Cinema I. Trad. Sousa Dias. Lisboa: Ed Assírio e Alvim, 2009.
EMERI, J. Os Duplos em Dostoievski e Saramago. 2010. 90 pgs. Dissertação (Mestrado).Faculdade de Letras, Universidade de Santa Cruz do Sul, SC, 2010.
GARCEZ, C. Borges e seus duplos: pactos feitos e desfeitos em espelhos de papel. In: GARCIA, F; PINTO, M.O; MICHELLI, R. (orgs). O Insólito e seu Duplo: Comunicações Livres. Rio de Janeiro: Dialogarts Edições, 2010.
GIACOIA JR., O; FLORENTINO NETO, A. O Nada Absoluto e a superação do niilismo: os fundamentos filosóficos da Escola de Kyoto. Campinas, SP: Ed Phi, 2013.
KOHATSU, L. Cinema Expressionista alemão: o estranho, e estranhamento e o efeito de estranhamento. Revista Impulso, Piracicaba, v.23, n. 57, p. 103-118, set., 2013. Disponível https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/impulso/article/viewArticle/1758, acesso em abril, 2015.
MAIORINO, F. O contemporâneo através do cinema: o olhar distópico, o ilusório e o trágico. 2018. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
NIETZSCHE, F. A Vontade de Poder. Trad. Marcos Fernandes e Francisco Moraes. RJ: Ed Contraponto, 2008a.
NIETZSCHE, F. Assim falava Zaratrusta: um livro para todos e para ninguém. Trad. Mário da Silva. RJ: Ed Civilização brasileira, 2011.
PECORARO, R. Niilismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007
PELBART, P. O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento. SP-N1 Edições, 2013.
RANK, O. O Duplo: um estudo psicanalítico. Porto Alegre, RS:Ed Dublinense, 2014.
RUFFEL, Lionel. “Qu’est-ce que le contemporain?” Vox-poetica. Disponível em: http://www.vox-poetica.org/t/articles/ruffel2010.html. Acessado em: 31/07/ 2012.
WEINMANN, A.O. Notas psicanalíticas sobre o Fantasma de Murnau. Revista Univeristária do Audiovisual (RUA), São Carlos, SP, 12 Dossiê: Cinema e Psicanálise, 2012. Disponível em: http://www.rua.ufscar.br/notas-psicanaliticas-sobre-o-fantasma-de-murnau/. Acesso em: 13 ago. 2016.
WOTLING. Vocabulário de Nietzsche. Tradução Claudia Berliner. SP: Ed Martins Fontes, 2001.
VATTIMO, G. O fim da modernidade. Niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. Trad. de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
VOLPI, Franco. El nihilismo. Buenos Aires: Biblios, 2005.
Referência fílmica
O DUPLO. Direção: Richard Ayoade. Produção: Alcove Entertainment, Attercop Productions, British Film Institute (BFI), Film4.Reino Unido, 2013. 93 min.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Fabiana Tavolaro Maiorino
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A Revista Educação Artes e Inclusão é um periódico que segue a Política de Acesso Livre. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais e não comerciais. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Educação, Artes e Inclusão [REAI].
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.