Efeito do porta-enxerto sobre a concentração de compostos fenólicos em vinhos Cabernet Sauvignon e Merlot
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811711942020399Palavras-chave:
Vitis vinifera, enxertia, flavonoidesResumo
Há mais de um século, a viticultura deixou de ser a cultura de uma espécie ou uma variedade de videira, e passou a ser o cultivo de uma planta composta de dois genótipos: um para gerar o sistema radicular e o outro para produzir os frutos. Para se adaptar a essa nova realidade, a cadeia produtiva da uva e seus derivados tem desenvolvido estudos e pesquisas que vão desde o momento da enxertia até a degustação do vinho. Apesar do grande número de estudos sobre a influência dos porta-enxertos sobre o desempenho de variedades copa, muitos processos dessa interação ainda são desconhecidos. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes porta-enxertos sobre a concentração de compostos fenólicos de vinhos das variedades Cabernet Sauvignon e Merlot, produzidos no Planalto Sul de Santa Catarina, Brasil. Para tanto, foram testados, além do P1103, os porta-enxertos 3309C e 101-14Mgt. Os experimentos foram conduzidos nos municípios de Painel (28°01’S, 50°08’W e 1.200 m) e São Joaquim (28°14’S, 49°58’O e 1.300 m), nas safras 2015, 2016 e 2017. Foram avaliadas as concentrações de compostos flavonoides e não-flavonoides nos vinhos. Os porta-enxertos influenciam na composição fenólica dos vinhos. O porta-enxerto 3309C aumenta a concentração de compostos flavonoides nos vinhos, em relação ao porta-enxerto tradicionalmente usado nos vinhedos do Planalto Sul de Santa Catarina.
Downloads
Referências
ALLEBRANDT R et al. 2015. Fenologia da variedade Merlot produzida sobre três porta-enxertos em elevadas altitudes de Santa Catarina. Revista Brasileira de Viticultura e Enologia 7: 36-46.
BOGS J et al. 2006. Identification of the flavonoid hydroxylases from grapevine and their regulation during fruit development. Plant Physiology 140: 279-291.
BOSS PK et al. 1996. Expression of anthocyanin biosynthesis pathway genes in red and white grapes. Plant molecular biology 32: 565-569.
CADAHÍA E et al. 2009. Chemical and chromatic characteristics of Tempranillo, Cabernet Sauvignon and Merlot wines from DO Navarra aged in Spanish and French oak barrels. Food Chemistry 115: 639-649.
CORTELL JM et al. 2005. Influence of vine vigor on grape (Vitis vinifera L. cv. Pinot noir) and wine proanthocyanidins. Journal of Agricultural and Food Chemistry 53: 5798-5808.
CORTELL JM & KENNEDY JA. 2006. Effect of shading on accumulation of flavonoid compounds in (Vitis vinifera L.) pinot noir fruit and extraction in a model system. Journal of Agricultural and Food Chemistry 54: 8510-8520.
CHALKER-SCOTT L. 1999. Environmental significance of anthocyanins in plant stress responses. Photochemistry and Photobiology 70: 1-9.
CHEYNIER V & RIGAUD J. 1986. HPLC separation and characterization of flavonols in the skins of Vitis vinifera var. Cinsault. American Journal of Enology and Viticulture 37: 248-252.
DOWNEY MO et al. 2004. The effect of bunch shading on berry development and flavonoid accumulation in Shiraz grapes. Australian Journal of Grape and Wine Research 10: 55-73.
FERREIRA-LIMA NE et al. 2013. Characterization of Goethe white wines: influence of different storage conditions on the wine evolution during bottle aging. European Food Research and Technology 237: 509-520.
GIL M et al. 2015. Influence of berry size on red wine colour and composition. Australian Journal of Grape and Wine Research 21: 200-212.
GONZALEZ-SAN JOSE M et al. 1990. Anthocyanins as parameters for differentiating wines by grape variety, wine-growing region, and wine-making methods. Journal of Food Composition and Analysis 3: 54-66.
JOGAIAH S et al. 2015. Regulation of fruit and wine quality parameters of Cabernet Sauvignon grapevines (Vitis vinifera L.) by rootstocks in semiarid regions of India. Vitis 54: 65-72.
MIELE A & RIZZON LA. 2019. Rootstock-scion interaction: 5. Effect on the evolution of Cabernet Sauvignon grape riepening. Revista Brasileira de Fruticultura 41: 1-10.
OLLAT N et al. 2015. Rootstocks as a component of adaptation to environment. In: GEROS H et al. (Ed.). Grapevine in a changing environment: a molecular and ecophysiological perspective. Nova Jersey: Wiley-Blackwell. p. 68-108.
POUGET R. 1986. Usefulness of rootstocks for controlling vine vigour and improving wine quality. In: Symposium on Grapevine Canopy and Vigor Management, XXII IHC 206. Leuven: ISHS Acta Horticulturae 206: 109-118.
SANTOS-BUELGA C & SCALBERT A. 2000. Proanthocyanidins and tannin-like compounds–nature, occurrence, dietary intake and effects on nutrition and health. Journal of the Science of Food and Agriculture 80: 1094-1117.
SOLOVCHENKO A & SCHMITZ-EIBERGER M. 2003. Significance of skin flavonoids for UV-B-protection in apple fruits. Journal of Experimental Botany 54: 1977-1984.
SPAYD SE et al. 2002. Separation of sunlight and temperature effects on the composition of Vitis vinifera cv. Merlot berries. American Journal of Enology and Viticulture 53: 171-182.
SPIORA MJ & GUTIERREZ GRANDA MJ. 1998. Effect of pre-veraison irrigation cut off and skin contact time on composition color, and phenolic content of young Cabernet Sauvignon wines in Spain. American Journal of Enology and Viticulture 49: 153-161.
TIAN RR et al. 2009. Comparison of phenolic acids and flavan-3-ols during wine fermentation of grapes with different harvest times. Molecules 14: 827-838.
WINKEL-SHIRLEY B. 2002. Biosynthesis of flavonoids and effects of stress. Current Opinion in Plant Biology 5: 218-223.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista de Ciências Agroveterinárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores que publicam nesta revista estão de acordo com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista os direitos autorais da primeira publicação, de acordo com a Creative Commons Attribution Licence. Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.
b) Autores têm autoridade para assumir contratos adicionais com o conteúdo do manuscrito.
c) Os autores podem fornecer e distribuir o manuscrito publicado por esta revista.