A “moda vintage” vista a partir do conceito cronotópico

Autores

  • Letícia Formoso Assunção Universidade Católica de Pelotas image/svg+xml
  • Alexandre Vergínio Assunção Universidade Federal de Pelotas image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.5965/1982615x08162015104

Palavras-chave:

cronotopo, vintage, moda

Resumo

Este artigo se propõe a analisar o conceito de vintage aplicado à moda, mediante à concepção de cronotopo de Mikhail Bakhtin que, por razões de aplicabilidade, foi revista por Anthony Wall. A noção primária deste conceito dentro da filosofia, relatada nos escritos de Bakhtin, refere-se à indissolubilidade do tempo e do espaço na literatura, ao passo que Wall, ao relacionar as relações espácio-temporais à memória, confere uma maior abrangência à compreensão cronotópica, incluindo-a em uma esfera social. Com base nestas ideias, buscou-se analisar as razões pelas quais o sujeito pós-moderno retoma o passado através da reutilização de vestes originais, o que caracteriza a definição da expressão “moda vintage”. Ao relacionar esta prática à memória e à identidade, tornou-se possível observar que a reapropriação de antigas indumentárias é a própria objetivação do conceito cronotópico na moda contemporânea.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Letícia Formoso Assunção, Universidade Católica de Pelotas

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Letras - Linguística Aplicada da Universidade Católica de Pelotas. Professora substituta do Curso Técnico em Vestuário do Instituto Federal Sul-Rio-grandense - campus CAVG. Formada em Tecnologia em Design de Moda pela Universidade Católica de Pelotas, 2012.

Alexandre Vergínio Assunção, Universidade Federal de Pelotas

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Doutorado Sanduíche pela Universidade do Minho/Braga/ Portugal (2011), na área de Educação e Imaginário. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (2004). Professor de Disciplinas Especializadas de 2 grau pela Universidade Federal de Pelotas (1987), Especialização em Educação pela Universidade Católica de Pelotas (1991). Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (1982). Investigador Externo do Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho/Braga/Portugal (Educação e Imaginário). Professor EBTT do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense. Desenvolve atividades de docência, pesquisa e extensão nos cursos técnicos de nível médio em Design, no Bacharelado em Design e no Programa de Pós-graduação em Educação do IFSul/Pelotas, onde participa da temática Processo de Ensino e Aprendizagem , tendo como foco o conhecimento, a educação e a tecnologia. É líder do grupo Topos: Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Design, Educação e Imaginário, cadastrado pelo CNPQ e certificado pela Instituição. Participa como pesquisador do Grupo de Pesquisa Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM/PPGE/FAE/UFPel). 

Referências

BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética: a teoria do romance.São Paulo: HUCITEC, 2010.

BAUMAN, Z. Identidade.Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

BAUMAN, Z. Modernidade Líquida.Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BLUMER, H. Fashion: from class differentiation to collective selection.Sociological Quarterly, 1969.

BAXTER-WRIGHT, E.; RHODES, Z. Vintage fashion: collecting and wearing designer classics, 1900-1990.New York: Collins Design, 2007.

BATTEZZATI, L. C. A personalização dos ambientes domésticos através do uso dos estilos vintage e retrô na decoração contemporânea. 2010. Dissertação (Mestrado em Tecnologia)-Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba.

CAMPOS, Maria Inês Batista. Questões de literatura e de estética: rotas bakhtinianas. In: BRAIT, B. Bakhtin –dialogismo e polifonia.São Paulo: Contexto, 2009, p.113-150.CAUDURO, F. V. Design e pós-modernidade. Revista FAMECOS, Porto Alegre, n. 40, p.113-116, 2009.

CAUDURO, F. V.; PERURENA, P. A retórica visual da pós-modernidade. Revista FAMECOS, Porto Alegre, n. 37, p.107-114, 2008.

CAUDURO, F. V.; RAHDE, M. B. Algumas características da imagens contemporâneas. Revista Fronteiras –Estudos midiáticos, Porto Alegre, Unisinos, V. VII, n. 3, p.195-205, 2005.

CUNHA, A. G. Dicionário etimológico da língua portuguesa.Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.

ERNER, G. Vítimas da moda? Como a criamos, por que a seguimos. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

HALBWACHS, M. A memória coletiva.São Paulo: Centauro, 2006.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

LYOTARD, J. A condição pós-moderna. São Paulo: José Olympio, 2004.

POLLACK, M. Memória e identidade social. Estudos Históricos 5, Rio de Janeiro, 1992.

SANT’ANNA, M. R. Teoria de Moda: sociedade, imagem e consumo. Florianópolis: Estação das Letras, 2007.

TULVING, E. Episodic and semantic memory.In: TULVING, E.; DONALDSON, W. Organization of memory. New York: Academic Press, 1972.

WALL, A. Los cronotopos de la memória.In: ZAVALA, L.; ALVARADO, R. Voces em el umbral: M. Bajtín y el dialogo atraves de las culturas.Mexico: Dpto. De Educación y Comunicación, 1997. Disponível em: http://bidi.xoc.uam.mx/tabla_contenido_libro.php?id_libro=69. Acesso em 20/01/2015.

Downloads

Publicado

2015-07-01

Como Citar

ASSUNÇÃO, Letícia Formoso; ASSUNÇÃO, Alexandre Vergínio. A “moda vintage” vista a partir do conceito cronotópico. Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 8, n. 16, p. 104–115, 2015. DOI: 10.5965/1982615x08162015104. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/1982615x08162015104. Acesso em: 26 dez. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)