Memória gráfica e a formação em Design: cultura local na prática projetual em disciplinas de base
DOI:
https://doi.org/10.5965.25944630932025e7253%20Palavras-chave:
memória gráfica, metodologias de ensino, Design de modaResumo
Para superar a abordagem funcionalista e eurocentrada no ensino de Design Gráfico, disciplinas da Graduação em Design na Universidade Federal de Sergipe passaram a incluir conteúdos sobre impressos locais. O foco, descrito neste texto, foi propiciar a experiência em atividades práticas de estudantes de História do Design a partir do estudo da memória gráfica, valorizando os contextos socioculturais e políticos locais no ensino. Para fundamentar este relato da experiência em sala de aula, realizaram-se: a revisão teórica do conceito de memória gráfica aliado a uma concepção de ensino de Design no Brasil; a análise de experiências didáticas que valorizam repertórios visuais e culturais locais como base em projetos práticos, a partir dos resultados dos estudos locais obtidos pelo Grupo de Pesquisa Design, Cultura e Sociedade – CNPq/UFS. Ressalta-se a elaboração de estratégias pedagógicas que articulam memória gráfica local e a prática do Design por intermédio de atividades que utilizaram fundamentalmente impressos de Sergipe do século XX. Como resultado, compreendeu-se que a integração ativa e crítica da memória gráfica nas disciplinas de Design em Sergipe contribui para formar profissionais atentos à diversidade cultural local. Espera-se colaborar para o fortalecimento de metodologias de ensino que não apenas prezem pela técnica, mas também reconheçam a memória gráfica como ferramenta formativa essencial, que possibilita a construção de um olhar crítico e múltiplo acerca dos artefatos culturais locais, das grafias populares, dos arquivos históricos e das estéticas periféricas como fontes de aprendizado e resistência no ensino da história do Design no Brasil.
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