A sublevação de Atlas: notas sobre o método de Georges Didi-Huberman

Autores

  • Luana M. Wedekin Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Palavras-chave:

Georges Didi-Huberman, História da Arte, Sublevaciones, Atlas, Aby Warburg,

Resumo

Este artigo promove uma reflexão sobre o método de história da arte de Georges Didi-Huberman a partir da exposição Sublevaciones, realizada no Centro de Arte Contemporáneo de Buenos Aires no ano de 2017. Sua curadoria reuniu 300 obras relacionadas ao tema da sublevação de cerca de 100 artistas pertencentes ao período de meados do século XVIII até 2016. Através do diálogo entre as imagens expostas e alguns dos seus escritos e entrevistas foi possível observar a montagem como método, de forma que as imagens não são ilustrações de um tema, mas este surge das associações entre imagens, que levantam questões em permanente proliferação e abertura. A mostra é uma afirmação da afinidade entre Didi-Huberman e Aby Warburg, ao sublinhar a centralidade das imagens, na defesa do anacronismo, mas também no uso de materiais imagéticos diversos. Didi-Huberman revela o gesto de sublevar-se e amplia o inventário de fórmulas patéticas. As referências psicanalíticas emergem quando ele inclui imagens que remetem ao conceito de “inquietante estranheza” e quando associa as forças sublevacionistas à ideia de potência do desejo. A noção de transmutação de valores é demonstrada na constelação de imagens e o espectador contempla a sublevação de Atlas

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana M. Wedekin, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Pós-doutorado no PPGAV- UDESC na linha de Teoria e História da Arte; Doutorado em Psicologia (UFSC); M.A. em History of Art (The Courtauld Institute of Art); Mestrado em Antropologia Social (UFSC); Especialização em Estudos CUlturais (UFSC); Graduação em Educação Artística - Habilitação em Artes Plásticas (UDESC).

Referências

ANTELO, R. Um atlas contra o vento. Alea, v. 13, n. 1, 2011, p. 11-25.

BRANDÃO, J. Dicionário mítico-etimológico. Petrópolis: Vozes, 1991. 2 v.

DERRIDA, J.; BERGSTEIN, L. (ilustrações). Enlouquecer o subjétil. São Paulo: Ateliê Editorial/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Editora da UNESP, 1998.

DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. 2 ed. São Paulo: Editora 34, 2010.

______. Mnémosyne 42. Engramma, n. 100, out. 2012. Disponível em: http://www.engramma.it/eOS/index.php?id_articolo=1154 Acesso em 23 out. 2017.

______. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

______. Invenção da histeria: Charcot e a iconografia fotográfica da Salpêtrière. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.

______. Uprisings. Paris: Gallimard/Jeu de Paume, 2016.

______. Sublevaciones. 2 ed. Sáenz Peña: Universidad Nacional de Tres de Febrero, 2017a.

______. “Las imágenes no son solo cosas para representar”: entrevista [19/06/2017b]. Buenos Aires: Pagina 12. Entrevista concedida a Veronica Engler. Disponível em: https://www.pagina12.com.ar/45024-las-imagenes-no-son-solo-cosas-para-representar Acesso em: 10/09/2017.

______. “El arte no es um concurso de belleza”: entrevista [19/06/2017c]. Buenos Aires: Infobae. Entrevista concedida a Tamara Kapitula. Disponível em: https://www.infobae.com/cultura/2017/06/19/georges-didi-huberman-el-arte-no-es-un-concurso-de-belleza/ Acesso em: 10/09/2017.

EURÍPEDES. As Bacantes. Rio de Janeiro: Hedra, 2010.

FREUD, S. O inquietante (1919). In: Obras completas volume 14: História de uma neurose infantil (“O homem dos lobos”), Além do princípio do prazer e outros textos (1917-1920). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 329-376.

GRILLO, J. G. C. Warburg, Pathosformel e a gestualidade na arte grega: Algumas reflexões. Figura: Studies on the Classical Tradition, São Paulo, v.5, n. 1, 2017, p. 103-133.

HALL, J. Dictionary of Subjects & Symbols in Art. New York: Icon Editions, 1974.

HUCHET, S. O historiador e o artista na mesa de (des)orientação: Alguns apontamentos numa certa atmosfera warburguiana. Revista Ciclos, Florianópolis, v. 1, n. 1, Ano 1, Setembro de 2013.

HURTTIG, M.A. Antiquity Unleashed: Aby Warburg, Dürer and Mantegna. London: The Courtauld Gallery, 2013.

VARAZZE, J. de. Legenda Áurea: vidas de santos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

WARBURG, A. L’Atlas Mnémosyne. Paris: L’ Écarquillé, 2012.

______. Dürer e a antiguidade italiana. In: Histórias de fantasma para gente grande: escritos, esboços e conferências. São Paulo: Companhia das Letras, 2015a. p. 87-97.

______. Introdução à Mnemosine. In: Histórias de fantasma para gente grande: escritos, esboços e conferências. São Paulo: Companhia das Letras, 2015b. p. 363-375.

Downloads

Publicado

01-01-2019

Como Citar

WEDEKIN, Luana M. A sublevação de Atlas: notas sobre o método de Georges Didi-Huberman. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 027–049, 2019. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/12270. Acesso em: 22 dez. 2024.