Relações Raciais e Epistemicídio: a artimanha poética como política de enfrentamento aos atentados ao horizonte simbólico negro no Brasil e na África do Sul
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984317812032016101Palavras-chave:
Educação, Poesia, Epistemicídio, Inclusão, Política Racial,Resumo
No bojo de tensões raciais extremas, como foram os casos da escravização racial no Brasil – e suas consequentes e atuais desigualdades – e do Apartheid na África do Sul, vê-se florescerem movimentos de enfrentamento que solicitam como arma de atuação a poesia e os recitais/saraus. Neste contexto, por meio da poesia ecoam discursos e demandas por afirmação, bem como pela denúncia de disparidades. Logo, este trabalho busca, lançar luzes sobre as formas como a produção poética e as articulações dos coletivos de saraus foram e têm sido reivindicadas por movimentos históricos, no Brasil e na África do Sul, como estratégias para a articulação político-cultural, problematizando-se os quadros de subjugação da população negra. Conclui-se que as artimanhas poéticas intervêm no processo de construção de saberes por meio da edificação de um espaço em que os símbolos, as estéticas e o protagonismo negros são valorizados. Forjam-se referências artísticas, intelectuais e políticas orientadas para a contestação dos marcos de exclusão impostos às periferias e aos negros, bem como para a produção de discursos e representações de forma endógena.Downloads
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