Uma proposta à leitura de imagens por pessoas com deficiência visual
DOI:
https://doi.org/10.5965/198431781632020291Palavras-chave:
Deficiência visual, Audiodescrição, Acessibilidade, Barreiras comunicacionais.Resumo
Este texto discute os impactos que as barreiras comunicacionais presentes em produtos audiovisuais não acessíveis podem causar a pessoas com deficiência visual em situações comunicativas diversas. Relata e analisa uma experiência com grupo focal desenvolvida em um instituto de cegos do Espírito Santo, com a apresentação de imagens dinâmicas e estáticas em duas condições: com e sem audiodescrição. Tece reflexões sobre a importância das imagens sob a ótica de Schütz-Foerste (2004), Ciavatta (2012), Koehler (2017) Wulf (2013), Sacks (2010), Bakhtin (2003), dentre outros autores. Conclui que a ausência de audiodescrição em produtos audiovisuais impõe limitações à formação de leitores com deficiência visual no que diz respeito aos textos imagéticos, comprometendo a leitura de imagens como intertexto, representação e fonte histórica, o que influencia diretamente na construção identitária desses sujeitos. Ademais, a escassa experiência com processos miméticos que remetem a produtos, cenas, arranjos e representações históricas e culturais, por parte desse público, pode limitar ainda a aquisição e a transmissão de bens culturais entre gerações de pessoas do mesmo contexto.
Downloads
Referências
BAKHTIN. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
CAMARGO, Isaac Antonio. Domínios da Imagem. Londrina, V. I, N. 1, p. 111-118, nov. 2007.
CIAVATTA, Maria. O Mundo do Trabalho em Imagens: Memória, História e Fotografia. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 12(1), jan-abr 2012, pp . 33-46 ISSN 1984-6657. Disponível em: <http://submission-pepsic.scielo.br/index.php/rpot/index>. Acesso em: 06 ago. 2019.
GATTI, Bernardete Angelina. Grupo focal na pesquisa em Ciências sociais e humanas. Brasília: Líber Livro 2005.
IBGE. Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010.
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas: Papirus, 2006.
KOEHLER, ANDRESSA D. Audiodescrição: um estudo sobre o acesso às imagens por pessoas com deficiência visual no estado do Espírito Santo. Tese (doutorado em Educação). Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2017.
MIANES, Felipe L. Marcas de identificação em narrativas autobiográficas de pessoas com deficiência visual. Tese (doutorado em Educação). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (RS), 2015.
MOTTA, L. M. V. M.; ROMEU FILHO, P. (Org.). Audiodescrição: transformando imagens em palavras. São Paulo: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010.
REILY, Lucia. Músicos cegos ou cegos músicos: representações de compensação sensorial na história da arte. Cad. CEDES [online]. 2008, vol.28, n.75, pp.245-66. ISSN 0101-3262. SACKS, Oliver. O olhar da mente. Tradução Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
SACKS, Oliver. O olhar da mente. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão, construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. _____. O Direito à Educação Inclusiva, segundo a ONU. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada. Brasília: Corde, 2007.
SCHÜTZ-FOERSTE, G. M. Leitura de imagens: um desafio à educação contemporânea. Vitória: Edufes, 2004.
WULF, Christoph. Homo Pictor: imaginação, ritual e aprendizado mimético no mundo globalizado. São Paulo: Hedra, 2013. 216 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Andressa Dias Koehler, Gerda Margit Schütz Foerste
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Revista Educação Artes e Inclusão é um periódico que segue a Política de Acesso Livre. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais e não comerciais. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Educação, Artes e Inclusão [REAI].
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.