Contribuição de atividade experimental na mudança conceitual de alunos superdotados

Autores

  • Felipe Rodrigues Martins Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro
  • Cristina Maria Carvalho Delou Universidade Federal Fluminense
  • Fernanda Serpa Cardoso Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984317816012020127

Palavras-chave:

Superdotação, Enriquecimento curricular, Experimentação, Ensino de Química,

Resumo

REFERENCIAL: O comportamento de superdotação reflete interação entre capacidade acima da média, elevados níveis de criatividade e comprometimento com a tarefa. O atendimento, como forma de suplementação, pode ser feito através de atividades experimentais que conduzam a desestabilização, a reflexão crítica, a curiosidade, entre outras. OBJETIVO: Avaliar uma atividade pedagógica envolvendo experimentos químicos como ferramenta de atendimento à alunos superdotados. MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa participante qualitativa, realizada com aplicação de questionários semiestruturados. Os sujeitos da pesquisa foram crianças e adolescentes, identificados como superdotados, atendidos pela Escola de Inclusão da Universidade Federal Fluminense, em atividade oferecida durante o IV Curso de Verão em 2016. As respostas dos pré-testes e pós-testes foram analisadas e categorizadas, pela comparação com gabarito predefinido. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A transcrição de algumas respostas dos questionários ratifica a proposição de que a atividade experimental mediada pelo professor pode tanto promover a mudança conceitual como a apropriação de novos conceitos. Tal mudança corrobora para a desconstrução do mito de que o indivíduo superdotado não necessita de atendimento. CONCLUSÃO: Após a atividade, o percentual de participantes que demonstrou ter um conhecimento total sobre o assunto aumentou, bem como diminuiu o número de participantes que demonstrou ter conhecimento nulo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Felipe Rodrigues Martins, Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro


Possui graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006) e mestrado em Diversidade e Inclusão pela Universidade Federal Fluminense (2016). Atualmente é professor de química no Ensino Médio do Colégio Salesiano Santa Rosa, do Colégio São Vicente de Paulo e professor de Química do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro onde trabalha no Setor Espaço de Inclusão. Tem experiência na área de Ensino de Ciências, com ênfase em Educação Especial na perspectiva inclusiva.

Cristina Maria Carvalho Delou, Universidade Federal Fluminense


Psicóloga, Licenciada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1981), Especialista e Mestre em Educação na área de concentração Educação de Superdotados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1987), e Doutora em Educação, pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001). Professora Associado IV, aposentada, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Lecionou em diferentes cursos de licenciatura, de graduação plena, e cursos de pós-graduação lato e stricto-sensu. Participou da elaboração e foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Diversidade e Inclusão - Modalidade Profissional (CMPDI), criado pela CAPES em 2013, da área 46-Ensino, no período de 2013 a 2017. É Membro Permanente no Programa de Pós-Graduação Ciências e Biotecnologia, do Instituto de Biologia da UFF, e Colaboradora no Programa Ensino de Biociências e Saúde (IOC-EBS/FIOCRUZ). É Bolsista de Produtividade em Pesquisa Nível 2 e líder do Grupo de Pesquisa Talento e Capacidade Humana na Sociedade e na Educação, vinculado ao Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil do CNPq. Coordena atividades de extensão no Programa de Atendimento a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (PAAAH/SD), na Escola de Inclusão, que são apoiados pela CAPES (Novos Talentos e PIBID), pelo PROEXT/MEC e pela FAPERJ. É autora de artigos e capítulos de livros. É membro do Conselho Editorial de diversas revistas científicas. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, atuando em: educação especial, educação inclusiva, altas habilidades, superdotação, materiais didáticos acessíveis, inclusão e formação continuada de professores. Foi Membro do Conselho Técnico do Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD) no período de 2003 a 2012, voltando em 2016, e Presidente do ConBraSD no biênio 2011-2012. Vice-Presidente da Associação Brasileira de Diversidade e Inclusão (ABDIn) no período 2015-2018.

Fernanda Serpa Cardoso, Universidade Federal Fluminense


Doutora em Ciências e Biotecnologia pela Universidade Federal Fluminense. Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas - Faculdades de Barra Mansa (1992) , especialização em Microbiologia (1994), especialização em Mediação Pedagógica em EAD (2010) e mestrado em Ciências (Pós graduação em Ensino em Biociências e Saúde - FIOCRUZ -2007. Atualmente é docente do Departamento de Biologia Celular e Molecular e do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão (CMPDI) da Universidade Federal Fluminense professora titular da disciplina Biologia do Colégio Salesiano Santa Rosa. É ainda coordenadora da Curso de Férias para Alunos Superdotados da Escola de Inclusão da UFF e DIECI. Membro do grupo DIECI - Desenvolvimento e Inovação no Ensino de Ciências, atuando e orientando projetos e trabalhos de conclusão de curso principalmente nos seguintes temas: altas habilidades ou superdotação; interdisciplinaridade; ensino de Ciências/Biologia; Divulgação Científica; ensino de Biologia em Direitos Humanos.

Referências

ALENCAR, Eunice M. L. S. Características sócio-emocionais do superdotado: questões atuais. Psicologia em estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 371-378, Mai./Ago. 2007.

ALENCAR, Eunice M. L. S; FLEITH, Denise S. Superdotados: determinantes, educação e ajustamento. 2. ed. São Paulo: EPU, 2001. 188 p.

ALVES, Alda J. O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Cad. Pesq., São Paulo. n. 77, p. 53-61, Mai. 1991.

ALVES, Rauni J. R.; NAKANO, Tatiana C. A dupla-excepcionalidade: relações entre altas habilidades/superdotação com a Síndrome de Asperger, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtornos de aprendizagem. Revista Psicopedagogia, Campinas, v. 32, n. 99, p. 346-360, 2015a.

ANTIPOFF, Cecília A.; CAMPOS, Regina H. F. Superdotação e seus mitos. Rev. Psico. Escolar e Educacional, v. 14, n. 2, p. 301-309, 2010.

BACHELARD, Gaston. Formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. 314 p.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. 278 p.

BRAATHEN, Per C. Desfazendo o mito da combustão da vela para medir o oxigênio do ar. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 12, p. 43-45, Nov. 2000.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 2/2001, de 11 de setembro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 set. 2001. Seção 1E, p. 39-40.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 2009. Seção 1, p. 17.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução CNS n. 510, de 07 de abril. Brasília, 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC/SEESP, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, DF: MEC/SENTEC, 1999.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9394, de 20 de dezembro. Brasília, 1996.

Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27833.

CARDOSO, Fernanda S. Rede de Interações como possibilidade para o desenvolvimento de pessoas com altas habilidades e vocações na área de biotecnologia. Doutorado em Ciências e Biotecnologia – Programa de Pós-Graduação em Ciências e Biotecnologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016. 271p.

CAVALHEIRO, Juliana M.; FERNANDES, Vera L. P. O ensino de artes visuais para alunos com altas habilidades e superdotação. Florianópolis, Educação, Artes e Inclusão. v. 12, n. 2, p 49-72, 2016.

CONDURÚ, Marise T.; PEREIRA, José A. R. Elaboração de Trabalhos Acadêmicos: Normas, Critérios e Procedimentos. 4a edição. Pará: EDUFPA, 2010.

DELIZOICOV, Demétrio. Problemas e Problematizações. In: Pietrocola, M. (Org.). Ensino de Física: Conteúdo, Metodologia e Epistemologia em uma Concepção Integradora. Florianópolis: UFSC, p. 1-13, 2005.

DELOU, Cristina M. C. Sucesso e fracasso escolar de alunos considerados superdotados: um estudo sobre a trajetória escolar de alunos que receberam atendimento em salas de recursos de escolas da rede pública de ensino. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2001. 240 p.

DUAN, Xiaoju; SHI, Jiannong; WU, Jianhui; MOU, Yi; CUI, Hairong; WANG, Guiqing. Eletrophysiological correlates for responseinhibition in intellectually gifted children: A Go/NoGo study. NeuroscienteLetters,v. 457, p. 45-48, 2009.

EXTREMIANA, Amparo A. Niños Superdotados. Madrid: Pirámide, 2000. 275 p.

FRANCISCO JR, Wilmo E.; FERREIRA, Luiz H.; HARTWIG, Dácio R. Experimentação problematizadora: fundamentos teóricos e práticos para a aplicação em salas de aula de ciências. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 30, p. 34-41, Nov. 2008.

FRANCISCO JR., Wilmo E. Uma abordagem problematizadora para o ensino de interações intermoleculares e conceitos afins. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 29, p. 20-23, Ago. 2008.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 43ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

FRIEDMAN-NIMZ, Reva; SKYBA, Olha. Personality qualities that help or hinder gifted and talented individuals. In: International handbook on giftedness. Springer: Netherlands, p. 421-435, 2009.

GARDNER. Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. 347 p.

GEHLEN, Simoni T.; AUTH, Milton A.; AULER, Décio; PANSERA-DE-ARAÚJO, Maria C.;

MALDANER, Otávio A. Freire e Vigotski no contexto da Educação em Ciências: aproximações e distanciamentos. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc., Belo Horizonte. v. 10, n. 2, p. 279-298, 2008.

GIL, António C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6a edição. São Paulo: Atlas, 2008. 200 p.

GIORDAN, Marcelo. O papel da experimentação no ensino de ciências.Química Nova na Escola, São Paulo, v. 10, p. 43-49, 1999.

GUIMARÃES, Cleidson C. Experimentação no ensino de Química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 198-202, Ago. 2009.

LIU, T, XIAO, T; SHI, J; ZHAO, D. Response preparation and cognitive control of highly intelligent children: a Go-NoGo event - related potential. Neuroscience, v. 180, p. 122-128, 2011.

MENDES, Maricleide P.L. O conceito de reação química no nível médio: história, transposição didática e ensino. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências). Universidade Federal da Bahia. Julho de 2011. 213 p.

MORTIMER, Eduardo F. Pressupostos epistemológicos para uma metodologia de ensino de química: mudança conceitual e perfil epistemológico. Química Nova, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 242-249, 1992.

NAKANO, Tatiana C.; SIQUEIRA, Luciana G. G. Revisão de publicações periódicas brasileiras sobre superdotação. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 25, n. 43, p. 249-66, 2012.

OLIVEIRA, Ema Patrícia L. Alunos sobredotados: a aceleração escolar como resposta educativa. Tese (Doutorado em Psicologia). Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho. Junho de 2007. 278 p.

PATTO, Maria Helena S. Para uma crítica da razão psicométrica. Psicologia USP, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 47-62. 1997.

PFEIFFER, Steven I. Gifted students with a coexisting disability: the twice exceptional. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 32, n. 4, p. 717-727, Dez. 2015.

PORCIÚNCULA, Cleitom B. Simulação e operação de célula de combustível com geração in situ de hidrogênio através da corrosão alcalina do alumínio. Tese (Doutoramento em Engenharia Química). Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2013. 202 p.

RECH, Andréia J. D.; FREITAS, Soraia N. Uma análise dos mitos que envolvem os alunos com altas habilidades: a realidade de uma escola de Santa Maria/RS.Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 11, n. 2, p. 295-314, Mai./Ago. 2005.

RENZULLI, Joseph S. O que é esta coisa chamada superdotação e como a desenvolvemos? Retrospectiva de vinte e cinco anos. Revista Educação, Porto Alegre, ano 27, n. 1, jan./abr. 2004.

RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994. 382 p.

SANTA CATARINA (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Fundação Catarinense de Educação Especial. Altas habilidades/superdotação rompendo as barreiras do anonimato. Andréia Rosélia Alves Panchiniack (coord). São José: FCEE, 2011. 40 p.

SANTOS, Danilo O.; SILVA, Gisleine. S. Produção de hidrogênio a partir de materiais alternativos por alunos do Ensino Médio. Scientia Plena, Aracaju, v. 11, n. 6. 2015.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Educação. Centro de Apoio Pedagógico Especializado. Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos. Christina Menna Barreto Cupertino (org). São Paulo: FDE, 2008. 87 p.

SCHNETZLER, Roseli P. e ARAGÃO, Rosália M. R. Importância, sentido e contribuições de pesquisas para o ensino de química. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 1, p. 27-31. 1995.

SPECHT, Cristiano C.; RIBEIRO, Marcus E. M.; RAMOS, Maurivan G. A importância da pergunta dos aprendentes no ensino e na aprendizagem em Ciências. Trabalho apresentado no X Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (X ENPEC), Águas de Lindóia, 2015.

VIGOTSKI, Lev S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. 1 ed. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 496 p.

WINNER, Ellen. Crianças superdotadas: Mitos e realidades. Porto Alegre: Artmed, 1998. 289 p.

Downloads

Publicado

01-01-2020

Como Citar

MARTINS, Felipe Rodrigues; DELOU, Cristina Maria Carvalho; CARDOSO, Fernanda Serpa. Contribuição de atividade experimental na mudança conceitual de alunos superdotados. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 16, n. 1, p. 127–148, 2020. DOI: 10.5965/1984317816012020127. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/14576. Acesso em: 22 dez. 2024.