A sublevação de Atlas: notas sobre o método de Georges Didi-Huberman
Palavras-chave:
Georges Didi-Huberman, História da Arte, Sublevaciones, Atlas, Aby Warburg,Resumo
Este artigo promove uma reflexão sobre o método de história da arte de Georges Didi-Huberman a partir da exposição Sublevaciones, realizada no Centro de Arte Contemporáneo de Buenos Aires no ano de 2017. Sua curadoria reuniu 300 obras relacionadas ao tema da sublevação de cerca de 100 artistas pertencentes ao período de meados do século XVIII até 2016. Através do diálogo entre as imagens expostas e alguns dos seus escritos e entrevistas foi possível observar a montagem como método, de forma que as imagens não são ilustrações de um tema, mas este surge das associações entre imagens, que levantam questões em permanente proliferação e abertura. A mostra é uma afirmação da afinidade entre Didi-Huberman e Aby Warburg, ao sublinhar a centralidade das imagens, na defesa do anacronismo, mas também no uso de materiais imagéticos diversos. Didi-Huberman revela o gesto de sublevar-se e amplia o inventário de fórmulas patéticas. As referências psicanalíticas emergem quando ele inclui imagens que remetem ao conceito de “inquietante estranheza” e quando associa as forças sublevacionistas à ideia de potência do desejo. A noção de transmutação de valores é demonstrada na constelação de imagens e o espectador contempla a sublevação de Atlas
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