O corpo-teia: a dança como dispositivo de mediação

Autores

  • Aila Regina Silva Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Dança, Percepção, Mediação, Diversidade, Inclusão

Resumo

A dança é linguagem capaz de comunicar-se por si, unicamente pelo gesto. Este artigo debruça-se sobre a dança como ferramenta de mediação com enfoque na nas reflexões geradas a partir do perceber. Com base no projeto realizado em 2016 “Dançando no Museu”, que consiste numa série de vivências com dança no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo-MAC/USP, aberto e acessível a todo público, com e sem deficiência física e/ou intelectual, com o objetivo de buscar um denominador comum entre os participantes e abrir um diálogo sobre arte contemporânea. Analisamos o resultados dessa experiência e discutimos a percepção a partir da fenomenologia de Merleau-Ponty, revisando o ser-no-mundo por um prisma coletivo, sem excluir a malha social ao qual o ser pertence e é pertencido. Também o argumento do senso coletivo é trazido na filosofia de Jacques Ranciere, onde exploramos as questões advindas da produção das vivências, como a inclusão e as barreiras para uma comunicação horizontal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aila Regina Silva, Universidade de São Paulo

Bailarina, performer, diretora de arte e pesquisadora. Mestra em Arte Contemporânea com ênfase em Dança e Performance pela Universidade de São Paulo. Desenvolveu o “Dançando no Museu”, mediação com dança no Museu de Arte Contemporânea MAC-USP, e é integrante do Corpo Cênico Núcleo de Dança.

Referências

BARDET, Marie. A filosofia da dança. São Paulo: Martins Editora e Livraria, 2015.

GUZZO, M. S. L.; SPINK, M. J. P. Arte, Dança e Política(s). Rio Grande do Sul: Revista Psicologia & Sociedade, 27(1), p.3-12, 2015.

KATZ, Helena. Um, Dois, Três. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: FTD Editorial, 2005.

LEPECKI, André. Coreopolítica e Coreopolícia. Santa Catarina: ILHA Revista de Antropologia, Universidade Federal de Santa Catarina. V. 13 no1, p.41-60. 2012.

MANNING, Erin; (Tradução) SCLIAR, Bianca. O que mais? Interlúdio de “Sempre mais do que um”: a dança da individuação. Salvador: Dança: Revista do Programa de Pós-Graduação em Dança, Universidade Federal da Bahia, V. 4, no2, p. 103-111. 2015

MASINI, Elcie; CAMPOS, Elane. O Corpo na arte ou a arte no corpo? Corpo, arte e dança em diálogo com a fenomenologia de Merleau-Ponty. In: Arte Contexto – Plataforma Multimídia. V.3, no 8. 2015. Disponível em <http://artcontexto.com.br/artigo-edicao08_elcie-masini.html> Acesso em 10 de novembro, 2017.

MATOS, Lúcia. Dança e Diferença. Salvador: EDUFBA. 2014.

MELLO, Paulo Cezar. Site Specificity na Arte Contemporânea. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, USP. São Paulo, 2015

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2ª edição, 1999

_______________________ O olho e o espírito. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

_______________________ O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 3ª edição, 4ª reimpressão, 2009.

MORAIS, Carmen. A dança in situ no espaço urbano. São Paulo: Lince, 2015.

NORA, Sigrid (Org). Temas para dança brasileira. São Paulo: SESC, 2010.

PLOT, Martín. The aesthetic-political: The question of Democracy in Merleau-Ponty, Arendt, and Ranciere. London: Bloomsbury Academic. 2014.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: Estética e Política. São Paulo: Editora 34. 2012.

_________________ O Desentendimento: Política e Filosofia. Trad. Ângela Leite Lopes. São Paulo: Ed. 34. 1996.

_________________ Política da Arte. 2011. Disponível em <https://perfopraticas.files.wordpress.com/2011/09/ranciere-jacques-apolc3adtica-da-arte.pdf> Acesso em 10 de novembro, 2017.

RENGEL, Lenira; THRALL, Karin. Corpo em Cena: Arte e Percepção. Volume 2. São Paulo: Anadarco. 2011.

___________________________ Corpo em Cena: Arte e Acessibilidade. Volume 3. São Paulo: Anadarco. 2011.

Downloads

Publicado

01-04-2019

Como Citar

SILVA, Aila Regina. O corpo-teia: a dança como dispositivo de mediação. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 233–253, 2019. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/11782. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Relatos de Experiência