Qualidade fisiológica de sementes de soja produzidas sob sombreamento
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811712212023001Palavras-chave:
fotossíntese, germinação, Glicyne max, radiação solar, soja, sementesResumo
A baixa intensidade luminosa reduz a produção de fotoassimilados pelas plantas e consequentemente o acúmulo de reservas nas sementes. Objetivou-se avaliar a qualidade fisiológica de sementes de soja produzidas sob sombreamento iniciado em diferentes estádios fenológicos da cultura. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no CAV/UDESC, durante a safra 2018/2019, em delineamento inteiramente casualizado, com nove tratamentos e 10 repetições. Os tratamentos foram constituídos por nove lotes de sementes, sendo oito obtidos de plantas submetidas a sombreamento contínuo de 70%, iniciado em diferentes estádios fenológicos: estádio V6 (Dia Juliano 07); R1 (DJ 14); R2 (DJ 21); R3 (DJ 28); R4 (DJ 35); R5 (DJ 42); início de R6 (DJ 49); final de R6 (DJ 56), e um lote de sementes produzidas sem sombreamento (testemunha). Cada repetição foi composta por um vaso contendo uma planta de soja. Avaliou-se o potencial de germinação e vigor das sementes produzidas. A germinação de sementes de soja foi maior no lote de sementes oriundas de plantas sombreadas a partir do estádio R4 (35 DJ), com 98%, mas, os demais lotes apresentaram percentuais acima de 87%. O vigor no teste de envelhecimento acelerado foi inferior para o lote obtido de plantas sombreadas a partir de V6, com 43%. Já a massa seca de plântulas apresentou redução de 7,0 a 13,3% em relação à testemunha, quando o sombreamento foi imposto entre R3 e R6. Concluiu-se que o sombreamento contínuo de 70% em soja promoveu maior germinação de sementes quando imposto a partir do estádio R4, porém, o vigor foi afetado de maneira dependente do estádio que o sombreamento iniciou e do teste utilizado.
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