Fenologia de Galianthe palustris (Cham. & Schltdl.) Cabaña Fader & E. L. Cabral (Rubiaceae Juss.) na região do planalto Catarinense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712042021332

Palavras-chave:

fenofases , planta medicinal , biodiversidade , erva-de-lagarto

Resumo

O objetivo deste estudo foi realizar o monitoramento fenológico de G. palustris ao longo dos meses de julho/2019 a junho/2020, e correlacionar com as variáveis meteorológicas na Serra Catarinense. Foram avaliadas a intensidade e sincronia das fenofases vegetativas e reprodutivas de 24 indivíduos em três áreas, localizadas em dois municípios de Santa Catarina, Brasil. Em G. palustris foi identificada a brotação contínua. Foi observada a presença de folhas maduras durante todo período e a senescência foliar apresentou intensidades variadas. A floração iniciou em dezembro estendendo até abril. As maiores porcentagens de botões florais presentes nas plantas ocorreram de janeiro a março/20 e a antese ocorreu de janeiro a maio, com maiores porcentagens em janeiro e março. Quanto à frutificação, foi observado o início com a presença de frutos imaturos em janeiro se estendendo até junho, mas o período de janeiro a março foi identificado com as maiores porcentagens de frutos imaturos nas plantas. A ocorrência de frutos maduros foi verificada nos meses de fevereiro a junho, sendo em fevereiro e março registradas as maiores porcentagens. Foi identificada a ausência de frutos senescentes somente nos meses de dezembro/2019 e janeiro/2020, e as maiores porcentagens ocorreram nos períodos de outono e inverno, coincidindo com a presença de folhas senescentes. Houve correlação entre temperatura e fotoperíodo para folhas maduras, desfolhamento e botões florais. A sincronia dos eventos fenológicos foi alta para aspectos vegetativos e baixa ou assíncrona para aspectos reprodutivos. Os padrões fenológicos da fenofase reprodutiva foram sazonais, ocorrendo no verão e outono (novembro a junho). Já a fenofase vegetativa ocorreu o ano todo, sendo que os maiores índices de brotação antecederam o período reprodutivo. Os resultados obtidos forneceram informações importantes acerca da fenologia desta espécie nesta região de ocorrência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA EM & ALVES MAS. 2000. Fenologia de Psychotria nuda e P. brasiliensis (Rubiaceae) em uma área de Floresta Atlântica do sudeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica 14: 335–346.

ALVARES et al. 2017. Modeling monthly meteorological and agronomic frost days, based on minimum air temperature, in Center-Southern Brazil. Theoretical and Applied Climatology 113: 177 - 191.

ATHAYDE EA et al. 2009. Fenologia de espécies arbóreas em uma floresta ribeirinha em Santa Maria, sul do Brasil. Revista Brasileira de Biociências 7.

BAWA KS & BEACH JH. 1983. Self-incompatibility systems in the rubiaceae of a tropical lowland wet forest. American Journal of Botany 70: 1281-1288.

BENCKE CSC & MORELLATO LPC. 2002. Comparação de dois métodos de avaliação da fenologia de plantas, sua interpretação e representação. Revista Brasileira de Botânica 25: 269-275.

BRASIL. 2006. Lei n° 11.428, de 22 de Dezembro de 2006. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 dez. 2006 - retificado em 9 jan. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm>. Acesso em: Abril de 2020.

CABRAL EL et al. 2011. Dos especies nuevas de Borreria (Rubiaceae), sinopsis y clave de las especies para Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 25: 255-276.

CARTAXO SL et al. 2010. Medicinal plants with bioprospecting potential used in semi-arid northeastern Brazil. Journal of Ethnopharmacology 131: 326-342.

CASTELLANI TT et al. 1999. Fenologia de uma comunidade de duna frontal no sul do Brasil. Acta Botanica Brasilica 13: 99-113.

COELHO CP & BARBOSA. 2004. Biologia reprodutiva de Psychotria poeppigiana Mull. Arg. (Rubiaceae) em mata de galeria. Acta Botanica Brasilica 18: 481-489.

CONSERVA LM & FERREIRA JC. 2012. Borreria and Spermacoce species (Rubiaceae): A review of their thnomedicinal properties, chemical constituents, and biological activities. Pharmacognosy Review 6.

CORRÊA BJS et al. 2018.Fenologia e aspectos da biologia floral de Moquiniastrum polymorphum (Less.) G. Sancho Asteraceae) em plantio de restauração florestal. Acta Biologica Catarinense 5: 65-77.

DELPRETE PG & JARDIM JG. 2012. Systematics, taxonomy and floristics of Brazilian Rubiaceae: an overview about the current status and challenges. Rodriguésia 63.

DENARDIN et al. 2018. Potencial alelopático de extratos de Borreria palustris. Anais do VI Congresso Latino-americano de Agroecologia 13.

DI STASI LC & HIRUMA-LIMA CA. 2002. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora UNESP.

ELIAS GA. et al. 2016. O Bioma Mata Atlântica. In: SANTOS R. et al. (Orgs.). Biodiversidade em Santa Catarina: Parque Estadual da Serra Furada. Criciúma: UNOESC.

FELIPPI M. et al. 2012. Fenologia, morfologia e análise de sementes de Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Ciência Florestal 3.

FERREIRA MC & CONSOLARO HN. 2013. Fenologia e síndromes de polinização e dispersão de espécies de sub-bosque em um remanescente florestal urbano no Brasil central. Bioscience Journal 29.

FERRERA TS et al. 2017. Fenologia de espécies nativas arbóreas na região central do estado do rio grande do sul. Ciência Florestal 27: 753-51.

FLORA DO BRASIL. 2020. Rubiaceae. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB210. Acesso em: 06 de nov. 2020.

FOURNIER LA. 1974. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas en árboles. Turrialba 25.

GANEM RS. 2010. Conservação da biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara.

INOUYE DW. 2000. The ecological and evolutionary significance of frost in the context of climate change. Ecology Letters 3 (5): 457-463.

KERBAUY GB. 2008. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Larcher, W. 2000. Ecofisiologia vegetal. São Carlos, SP Editora: Rima. 531p.

LOCATELLI E & MACHADO IC. 2004. Fenologia das espécies arbóreas de uma Mata Serrana (Brejo de altitude) em Pernambuco, Nordeste do Brasil. In: PORTO KCL et al. (Org.). Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: história natural, ecologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente.

MARCHIORETTO MS et al. 2007. Fenologia de espécies arbóreas zoocóricas em uma floresta psamófila no Sul do Brasil. Acta Botânica Brasilica 21.

MARTINI A et al. 2010. Fenologia de espécies nativas com potencial paisagístico. Semina: Ciências Agrárias 31.

MELO ASD & BARBOSA MRV. 2007. O gênero Borreria G. Mey (Rubiaceae) na Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. Revista Brasileira de Biociências 5: 627-629.

MING LC et al. 2012. Pesquisas agronômicas das plantas medicinais da Mata Atlântica regulamentadas pela ANVISA. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 14: 131-137.

MMA. 2020. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Mata Atlântica. Disponível em: https://www.mma.gov.br/biomas/mata-atl%C3%A2ntica_emdesenvolvimento. Acesso em: Abril de 2020.

MITTERMEIER R. A. et al. 2004. Hotspots revisited. Cidade do México: CEMEX.

MORELLATO LPC. et al. 1989. Estudo comparativo da fenologia de espécies arbóreas de floresta de altitude e floresta mesófila semi-decídua na Serra do Japí, Jundiaí, São Paulo. Revista Brasileira de Botânica 12.

MUNHOZ CBR & FELFILI. 2005. Fenologia do estrato herbáceo-subarbustivo de uma comunidade de campo sujo na Fazenda Água Limpa no Distrito Federal, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 979-988.

MYERS N. et al. 2000. Biodiversity hotspot for conservation priorities. Nature, v. 40.

NUNES YRF et al. 2005. Atividades fenológicas de Guazuma ulmifolia Lam.(Malvaceae) em uma floresta estacional decidual no norte de Minas Gerais. Lundiana 6: 99-105.

OKSANEN J. et al. 2010. Vegan: Community Ecology Package. R package version 1.17-0.

OLIVEIRA FC. et al. 2009. Avanços nas pesquisas etnobotânicas no Brasil. Acta Botânica Brasilica, 23: 590-605.

OTAROLA MF & ROCCA MA. 2014. Flores no tempo: a floração como uma fase da fenologia reprodutiva. IN: RECH A R et al. (Org.). Biologia da polinização. Rio de Janeiro: Projeto Cultural.

RUBIM P et al. 2010. Variações interanuais na fenologia de uma comunidade arbórea de floresta semidecídua no sudeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica 24: 756-764.

SILVEIRA et al. 2013. Fenologia e produtividade do amendoim em diferentes épocas de semeadura no Recôncavo Sul Baiano. Bioscience Journal 29.

SCHULZE et al. 2019. Plant Ecology. Berlin: Springer-Verlag.

SEMA. 2009. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Mata Atlântica Sul: Projeto de Conservação da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, PCMARS/ 2004-2009. Porto Alegre: SEMA.

SOUZA DNN et al. 2014. Estudo fenológico de espécies arbóreas nativas em uma unidade de conservação de caatinga no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Biotemas 2.

TAIZ L & ZEIGER E. 2013. Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: Artmed.

TALORA DC & MORELLATO LPC. 2000. Fenologia de espécies arbóreas em floresta de planície litorânea do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 23: 13-26.

VARJÃO RR et al. 2013. Rubiaceae Juss. de caatinga na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Bahia, Brasil. Biota Neotropica 13: 105-123.

Downloads

Publicado

2021-12-20

Como Citar

OLIVEIRA, Joyce Graziela Maia Furtado Tigre de; CORRÊA, Bruno Jan Schramm; BITTENCOURT, Larissa; MANTOVANI, Adelar; MILANI, Jaçanan Eloisa de Freitas; BORTOLUZZI, Roseli Lopes da Costa. Fenologia de Galianthe palustris (Cham. & Schltdl.) Cabaña Fader & E. L. Cabral (Rubiaceae Juss.) na região do planalto Catarinense. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 20, n. 4, p. 332–341, 2021. DOI: 10.5965/223811712042021332. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/20595. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Multiseções e Áreas Correlatas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)