A poética de corpos múltiplos e heteróclitos de Oriana Duarte.
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234613292021148Palavras-chave:
Oriana Duarte, corpo, heteróclitos, arte contemporâneaResumo
O trabalho artístico de Oriana Duarte navega na fluidez e desterritorialização do corpo. Metamorfoseia a pedra sólida em sopa líquida, transformada em alimento pela fisiologia do corpo, acopla-se ao remo, transforma-se em barco, em ponte, altera a estrutura muscular e se imerge em edifícios e cidades. O corpo, para a artista, não possui um significado nem um organismo originário, mas se faz em campo de experimentações e possibilidades. Com uma prática quase inteiramente voltada para o próprio corpo, a artista realiza uma escrita de si que assume a função de compor-se, em si mesma e além-de-si, em uma existência ciborgue e híbrida, escapando às normas de corpo feminino passivo antes canonizados na arte. Assim, Oriana Duarte vem, através da performance, traçando uma vida artista em constante diálogo com elementos da natureza e tecnologias humanas, tendo o corpo no epicentro dessa relação.
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