Pode o empreendedorismo de moda ser feminista? Reflexões a partir da experiência de mulheres negras e periféricas da Feirinha de Boa Viagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1982615x18452025e0019

Palavras-chave:

empreendedorismo feminista, mulheres negras, empreendedorismo de mulheres , economias barrocas, feirinha de Boa Viagem

Resumo

O artigo explora o empreendedorismo de moda entre mulheres negras e periféricas que atuam na Feirinha de Boa Viagem, um mercado popular em Recife, Brasil. O objetivo é entender as percepções, motivações e narrativas das mulheres de baixa renda sobre seus percursos para o empreendedorismo e o mercado informal. O debate reflete como se estabelecem essas dinâmicas à luz de teorias em torno do empreendedorismo de mulheres e das economias barrocas latino-americanas. O recorte metodológico foi demarcado pela coleta de dados através de entrevistas narrativas em profundidade, analisadas por meio da análise temática. No levantamento da prefeitura realizado em 2018, a feirinha contava com 178 barracas, sendo 144 comandadas por mulheres. Foram entrevistadas 10 empreendedoras de moda. Como resultado, foram encontradas duas macro categorias que se subdividem em: 1. motivações para o empreendedorismo; e 2. percepções sobre o empreendedorismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Soraya Maria Bernardino Barreto Januário, Universidade Federal de Pernambuco

Pós-doutorado na McGill University, Institute of Gender,Sexuality and Feminisms (IGSF), Montreal, Canadá. Doutora em Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Publicitária e professora do Departamento de Comunicação da UFPE. Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da UFPE- PPGDH/UFPE e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação - PPGCOM/UFPE e bolsista produtividade CNPq -Nível 2.

Referências

ABILIO, Ludmila Costhek. Uberização: Do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado. Psicoperspectivas, v.18,n.3, p. 41-51, 2019.

AIRES, Aliana Barbosa; SOUZA, Josenilde Silva; ANTONACCI, Andrea Celeste Montini. Consumo como ação política: anúncios publicitários de moda plus-size em sites de compra estrangeiros. REVES-Revista Relações Sociais, v. 6, n. 2, p. 16310-01e, 2023.

BELOQUE, Leslie Denise. A cor do trabalho informal. 2007. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, p. 8).

BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

CALÁS, Marta B.; SMIRCICH, Linda; BOURNE, Kristina A. Expandindo as fronteiras: Reformulando “empreendedorismo como mudança social” por meio de perspectivas feministas. Academy of Management Review, v. 34, n. 3, p. 552-569, 2009.

CLARKE, Victoria; BRAUN, Virginia. Thematic analysis. The journal of positive psychology, v. 12, n. 3, p. 297-298, 2017.

COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade.Boitempo Editorial, 2021.

EMECHETA, Buchi. Cidadã de segunda classe. Editora Dublinense, 2019.

GALLOWAY, Laura; KAPASI, Isla; SANG, Katherine. Entrepreneurship, leadership, and the value of feminist approaches to understanding them. Journal of Small Business, v. 53, n. 3, p. 683-692, 2015.

HARVEY, David. O enigma do capital: e as crises do capitalismo. São Paulo, Boitempo, 2011.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) - 1o trimestre 2019. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Es, jul. 2019b. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/141f5ee2291bea24dfe2e329c7fc0708.xlsx> Acessado em 17 de jul. de 2020.

FURTADO, Odair; REY, FERNANDO GONZALEZ. Por Uma Epistemologia Da Subjetividade: Um. Casa do Psicólogo, 2002.

GAGO, Verónica. A razão neoliberal: economias barrocas e pragmática popular. 1°. ed. São Paulo: Elefante, 2018.

GILLIGAN, Carol. Résister à l’injustice: une éthique feministe du care. In: GILLIGAN, HOCHSHILD, TRONTO (Org).Contre l’indiff érence des privilégiés. À quoi sert le care. Paris: Payot, 2013, p. 35-68.

HARAWAY, Donna Jeanne. Saberes localizados: a questão da ciência para ofeminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 7-41, 2009.

hooks, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. São Paulo: Elefante, 2019.

JENKINS, Nicky. An elegant feminity: Fashions in ladies wear from 1929 to 1939. Spirit of Progress, v. 7, n. 1, p. 5-6, 2006.

RAGO, Margareth. “Estar na hora do mundo”: subjetividade e política em Foucault e nos feminismos. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, 2019.

RECIFE, prefeitura. Feirinha de Boa Viagem com novo ordenamento. Prefeitura do Recife. Disponivel em: https://www2.recife.pe.gov.br/noticias/21/09/2018/feirinha-de-boa-viagem-com-novo-ordenamento Acesso: 25 maio 2023

RINDOVA, Violina; BARRY, Daved; KETCHEN JR, David J. Entrepreneuring as emancipation. Academy of management review, v. 34, n. 3, p. 477-491, 2009.

SCHUMPETER, Joseph A. Capitalism, socialism and democracy. routledge, 2013.

SIMON, Vanêssa. Economia feminista, economia social e solidária, paradigma paraeconômico: repensando o paradigma hegemônico. Textos de Economia, v. 23, n. 1, p. 1-29, 2020.

SOUTO, Stéfane Silva de Souza. Aquilombar-se: Insurgências negras na gestão cultural contemporânea. Metamorfose, v. 4, n. 4, 2020.

KAISER, Susan B.; GREEN, Denise N. Fashion and cultural studies. Bloomsbury Publishing, 2022.

LEITE, Emanuel Ferreira. O fenômeno do empreendedorismo. Saraiva Educação SA, 2017.

MUYLAERT, Camila Junqueira et al. Entrevistas narrativas: um importante recurso em pesquisa qualitativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, p. 184-189, 2014.

NOGUEIRA, João Carlos; MICK, Jacques. Desenvolvimento e Empreendedorismo AfroBrasileiro. Projeto Brasil Afroempreendedor. São Paulo, 2013.

WERNECK, Jurema. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e sociedade, v. 25, n. 3, p. 535-549, 2016.

Publicado

05-12-2025

Como Citar

JANUÁRIO, Soraya Maria Bernardino Barreto. Pode o empreendedorismo de moda ser feminista? Reflexões a partir da experiência de mulheres negras e periféricas da Feirinha de Boa Viagem . Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 18, n. 45, p. 01–30, 2025. DOI: 10.5965/1982615x18452025e0019. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/25948. Acesso em: 13 dez. 2025.

Edição

Seção

Variata