Covid 19, humanidade ameaçada e a vontade latente pelo consumo de produtos de moda: o eterno retorno do desejo?
DOI:
https://doi.org/10.5965/1982615x14332021216Palavras-chave:
covid-19, consumo de moda, biopolíticaResumo
Na primeira reabertura comercial pós-lockdown que visou minimizar o contágio da Sars-CoV-2, em várias capitais mundiais, assistimos a tumultuadas cenas de aglomeração causadas por consumidores ansiosos. Eles aguardavam a abertura das lojas de grandes marcas de moda e, como resultado, geraram um relevante faturamento para estas empresas. Embasados no pensamento dos filósofos: Lipovetsky, Deleuze e Foucault, promovemos uma reflexão sobre tal comportamento. Considerando o contexto ameaçador e, naquela altura, a exposição a um risco de proporções ainda desconhecidas, nos questionamos: o que impulsiona essa vontade de consumo? Tratamos da lógica que rege os sistemas capitalista e de moda, cuja relação histórica fez surgir um consumidor desejante. Fugindo do pensamento dicotômico, consideramos que o sistema-razão é uma condição produzida constitutivamente ao sujeito, que tem na cultura de moda sua máxima expressão. Concluimos que, como a cultura de moda é a cultura do Ser, esse foi buscado como um consumo essecial.
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