Nem tão quadrado nem tão redondo: rastros educativos e percepções sensíveis
DOI:
https://doi.org/10.5965/25944630922025e6874Palavras-chave:
desenho, geometria, escola nova, ensino em artesResumo
A ação de desenhar é um ato de pensar, cujo teor ultrapassa a racionalidade. Em torno dessa premissa o presente texto se desdobra, partindo de um documento histórico: o “Caderno de Geometria” da normalista Maria Altiva Costa, realizado no final da década de 1930, em Uberaba, Minas Gerais, Brasil. Este estudo propõe explorar a condição matérica e indiciária deste documento, considerando-o lugar de apreciação e construção de um olhar sensível para o mundo. Por meio dele rastreamos vestígios da história de um colégio religioso voltado à formação de professoras, no contexto da Escola Nova, da segunda fase do movimento modernista no Brasil, e da correspondente ênfase no fazer, no praticar e no conviver. Como procedimento teórico-metodológico partimos do entrecruzamento do caderno com várias outras fontes numa perspectiva dialógica. Arremata-se o processo indiciário, propondo um olhar diverso para os antigos cadernos de um ensino tido como formal e conservador.
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