Diretrizes para projeto de tecnologia assistiva com valores da moda: abordagem behaviorista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1808312914232019088

Palavras-chave:

Cultura da moda, Design de produto, Comportamento, Ambiente social

Resumo

Neste artigo, são propostas quatro diretrizes integradas para projetos de produtos ou dispositivos de tecnologia assistiva (TA). As diretrizes foram redigidas a partir de informações e argumentos resultantes de pesquisa teórica, em textos de diversos autores. As fontes de pesquisa foram selecionadas em uma etapa exploratória, pesquisadas em bases digitais online. O tema de estudo é a relação entre os dispositivos assistivos e o estigma social das pessoas consideradas deficientes. A proposição central é a associação estético-simbólica positiva dos projetos de dispositivos assistivos à cultura da moda. Isso é justificado pela possibilidade de alteração do comportamento social em função de mudanças socioambientais, como indica a teoria Behaviorismo Radical no contexto de Psicologia Comportamental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Julia Marina Cunha, Universidade Federal de Santa Catarina

Atualmente mestranda em Design na Universidade Federal de Santa Catarina na linha gestão de Design. Bacharela em Design pela Universidade Federal de Santa Catarina. Cursou no período 2015-2016 Design de Produto para Inovação na instituição de ensino Politecnico di Milano. Tem experiência na área de desenvolvimento de produto, especificamente em design universal e inclusivo, atuando principalmente nos seguintes temas: design e saúde, ergonomia e tecnologia assistiva. Faz parte da equipe do Núcleo de Gestão de Design e do Laboratório de Design e Usabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina desde o ano de 2013.

Letícia Takayama, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestranda pelo programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bacharela em Design pela Universidade Federal de Santa Catarina (2017). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Pesquisadora do Núcleo de Gestão de Design e Laboratório de Design e Usabilidade (NGD-LDU) desde 2014. Membro da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (RPDTA). Áreas de atuação: design de calçados, design de produto, gestão de design, ergonomia.

Giselle Merino, UFSC Univille

Pesquisadora CNPq (PQ 2) na área de Desenho Industrial. Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Design da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis) e do Programa de Pós-graduação em Design da Univille (Joinville). Pós Doutora em Fatores Humanos pela Universidade do Estado de Santa Catarina em convênio com a Universidade Politécnica de Valencia, Espanha (2017). Doutora em Engenharia de Produção, com ênfase em Engenharia do Produto e Processo na linha de pesquisa de Metodologias de Projeto de Design pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Mestre em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design na linha de Gestão de Design, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010). Graduada em Desenho pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1997). Cursos na Universidade de Salamanca (Espanha). Possui formação em Processos Grupais e Coordenação de Equipes. Coordenadora de Projetos do Núcleo de Gestão de Design e do Laboratório de Design e Usabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina desde o ano de 2000. Ministra disciplinas de: Gestão de Design; Design Centrado no Usuário; Ergonomia e Usabilidade em Produtos e Serviços; Metodologias de Projeto de Design; Projeto de Embalagem; Tecnologias Assistivas, dentre outras. Orienta alunos de graduação e pós-graduação em níveis de especialização, mestrado e doutorado. Membro da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (RPDTA). Possui como foco de pesquisa: Gestão de Design, Design Centrado no Usuário, Tecnologia Assistiva, Design Universal/Inclusivo em Produtos e Serviços.

Richard Perassi, UFSC

Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001), Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1995), Bacharel e Licenciado em Artes pelo curso de Educação Artística da Universidade Federal de Juiz de Fora (1986). Realizou pós-doutorado no Instituto de Arte e Design (IADE/Lisboa, 2015). Atualmente, é professor titular na Universidade Federal de Santa Catarina, lecionando nos cursos de graduação em Design e Animação, também, nos cursos de mestrado e doutorado dos programas de pós-graduação em Design (Pós Design/UFSC) e Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPEGC/UFSC). Anteriormente, de 1986 a 2006, foi professor de Arte e Arte Educação na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Dispõe de amplo currículo como artista plástico, atuou como Chefe da Coordenadoria de Cultura Universitária (UFMS, 1990 a 1994) e como Secretário de Estado de Cultura de Mato Grosso do Sul (1999). É professor, pesquisador e produtor experiente nas áreas de Artes Visuais, Arte Educação, Comunicação, Semiótica e Design. É líder do grupo de pesquisa Significação da marca, informação e comunicação organizacional (SIGMO/UFSC/CNPq). Entre outras produções, é autor dos livros: Do Ponto ao Pixel: Sintaxe Gráfica no Videodigital (CCE/UFSC, 2015) e Roteiro Didático da Arte na Produção do Conhecimento (EDUFMS, 2005).

Referências

ADAM, Hajo; GALINSKY, Adam D.. Enclothed cognition. Journal of experimental social psychology, [s.l.], v. 48, n. 4, p.918-925, jul. 2012.

ADAMS, Maurianne; BELL, Lee Anne; GRIFFIN, Pat. Teaching for diversity and social justice. Estados Unidos: Routledge, 2007.

BARNARD, Malcolm. Moda e comunicação. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.

BARROS, Aidil; LEHFELD, Neide. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

BAUM, William. Understanding behaviorism: behavior, culture, and evolution. 2. ed. Oxford: Wiley-Blackwell, 2005.

BICHARD, Jo-Anne; COLEMAN, Roger; LANGDON, Pat. Does my stigma look big in this?: considering acceptability and desirability in the inclusive design of technology products. Lecture Notes in Computer Science, Berlin, v. 4554, p. 622-631, jan. 2007.

BISPO, Renato; BRANCO, Vasco. Designing out stigma: the role of objects in the construction of disabled people's identity. In: INTERNATIONAL DESIGN AND EMOTION CONFERENCE, 6., 2008, Kowloon Hong Kong. Proceedings […]. Kowloon Hong Kong: IDF, 2008. p. 1-5.

BODINE, Cathy. Assistive technology and science. Estados Unidos: Sage, 2013.

BROWN, Nik; WEBSTER, Andrew. New medical technologies and society: reordering life. Health Expect, [s.l.], v. 8, n. 1, p. 92-93, Mar. 2004.

CIDREIRA, Renata Pitombo. Os sentidos da moda. Annablume, 2006.

CROCKER, Jennifer; MAJOR, Brenda; STEELE, Claude. Social stigma. In: GILBERT, Daniel T.; FISKE Susan T.; LINDZEY, Gardner (ed.). Handbook of social psychology. New York: McGraw-Hill. 1998. Cap. 28. p. 504-553.

DICHER, Marilu; TREVISAM, Elisaide. A jornada histórica da pessoa com deficiência: inclusão como exercício do direito à dignidade da pessoa humana. In: CONGRESSO NACIONAL DO CONSELHO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO, 23., 2014, João Pessoa. Anais [...]. João Pessoa: Conpedi, 2014. p. 254 - 276. Disponível em: http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=572f88dee7e2502b. Acesso em: 17 jul. 2019.

DITTMAR, Helga. The social psychology of material possessions: to have is to be. Harvester Wheatsheaf: Prentice-Hall, 1992.

FORTUNATI, Leopoldina; KATZ, James E.; RICCINI, Raimonda (ed.). Mediating the human body: technology, communication, and fashion. Hillsdale: Routledge, 2003.

GAFFNEY, Clare. An exploration of the stigma associated with the use of assistive devices. Socheolas: Limerick Student Journal of Sociology, Limerick v. 3, n. 1, p. 67-78, Dec. 2010.

JACOBSON, Susanne. Personalised assistive products: managing stigma and expressing the self. 2014. Thesis (Doctor of Arts) - School of Arts, Design and Architecture, Aalto University, Helsinki, 2014. Disponível em: http://urn.fi/URN:ISBN:978-952-60-5500-8. Acesso em: 17 jul. 2019.

KATZ, Helena. Por uma teoria crítica do corpo. In: OLIVEIRA, Ana Claudia de; CASTILHO, Kathia (org.). Corpo e moda: por uma compreensão do contemporâneo. Barueri: Estação das Letras e Cores, 2008. p. 69-74.

LEARY, Mark R. Psychology of Impression Management. In: SMELSER, Neil J.; BALTES, Paul B. (ed.), International encyclopedia of the social and behavioral sciences. London: Elsevier, 2000. p. 7245–7248.

LIGER, Ilce. Moda em 360 graus: design, matéria prima e produção para o mercado global. São Paulo: Senac, 2012.

LURIE, Alison. The language of clothes. New York: Henry Holt and Company, 2000.

MATHARU, Gurmit. O que é design de moda?. Porto Alegre: Bookman, 2011.

NEWELL, Allen. Inclusive design or assistive technology. In: CLARKSON, John; KEATES, Simeon; COLEMAN, Roger; LEBBON, Cherie (ed.). Inclusive design: design for the whole population. London: Springer, 2003.

PENDERGAST, Sara; PENDERGAST, Tom. Fashion, costume, and culture: clothing, headwear, body decorations, and footwear through the ages. United States of America: Thomson Gale, 2004. v. 5.

PERASSI, Richard. Comunicação e Marca de Moda. In: ENPMODA, 4., 2014, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: Udesc, 2014. p. 50-61.

PINE II, B. Joseph. Personalizando produtos e serviços: customização maciça a nova fronteira da competição dos negócios. São Paulo: Makron Books, 1994.

RAVNEBERG, Bodil; SÖDERSTRÖM, Sylvia. Disability, society and assistive technology. London: Taylor & Francis, 2017.

RONCOLETTA, Mariana Rachel. Design de calçados para pessoas com deficiência física: os prazeres do belo e do conforto. 2014. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-04062014-094255/pt-br.php. Acesso em: 17 jul. 2019.

SCHEWINSKY, Sandra Regina. A barbárie do preconceito contra o deficiente: todos somos vítimas. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 7-11, abr. 2004.

SHINOHARA, Kristen; WOBBROCK, Jacob O. In the shadow of misperception: assistive technology use and social interactions. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON HUMAN FACTORS IN COMPUTING SYSTEMS, 29., 2011, Vancouver. Proceedings […]. New York: ACM, 2011. p. 705-714. Disponível em: http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202011/GT03/Comunicacao-Oral/CO_89359A_estetica_como_conforto_psicologico_na_moda.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019.

SKINNER, Burrhus Frederic. Sobre o behaviorismo. São Paulo: Editora Cultrix, 1974.

SOUZA, Talita; HELD, Maria Silvia Barros de. A estética como conforto psicológico na moda. In: COLÓQUIO DE MODA, 7., 2011, Maringá. Anais [...]. Maringá: Cesumar, 2011. Disponível em: https://dl.acm.org/citation.cfm?id=1978942&preflayout=flat#prox. Acesso em: 17 jul. 2019.

SVENDSEN, Lars. Fashion: a philosophy. London: Reaktion Books, 2006.

TEIXEIRA, João de Fernandes. Mente e comportamento. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 22, n. 30, p. 27-40, jan. 2010. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/2209. Acesso em: 17 jul. 2019.

VAES, Kristof Romain Viktor. Product stigmaticity: understanding, measuring and managing product-related stigma. 2014. Dissertation (Master in de Productontwikkeling) - Delft University of Technology, Antwerp University, Antwerp, 2014. Disponível em: http://resolver.tudelft.nl/uuid:f8471a93-0a6e-42c2-96e4-162984ddf84c. Acesso em: 17 jul. 2019.

ZILIO, Diego. A natureza comportamental da mente: behaviorismo radical e filosofia da mente. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

WOLFENSBERGER, Wolf. A brief overview of social role valorization. Mental retardation, [s.l.] v. 38, n. 2, p. 105-123, Apr. 2000.

Downloads

Publicado

2019-08-05

Como Citar

CUNHA, Julia Marina; TAKAYAMA, Letícia; MERINO, Giselle; PERASSI, Richard. Diretrizes para projeto de tecnologia assistiva com valores da moda: abordagem behaviorista. DAPesquisa, Florianópolis, v. 14, n. 23, p. 088–105, 2019. DOI: 10.5965/1808312914232019088. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/dapesquisa/article/view/1808312914232019088. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.