O ensino de arte na UECE e UNILAB: cultura popular e lúdica na formação de educadores (2013-2017)

Autores

  • Edite Colares Oliveira Marques Universidade Estadual do Ceará http://orcid.org/0000-0002-7635-8995
  • Jeannette Filomeno Pouchain Ramos Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Palavras-chave:

Ensino de arte, Corpo, Cultura, Educação intercultural,

Resumo

Ao problematizar o ensino de artes nos anos iniciais da escolarização no Brasil, observamos que a ludicidade e as manifestações da cultura popular, apesar do marco legal e das orientações curriculares sobre sua obrigatoriedade, valorização e promoção, têm sido desconsideradas enquanto elementos fundamentais do universo artístico na escola. Preocupa-nos uma educação com outra episteme de corpo e da cultura, numa integração entre sentir, pensar e agir. Neste artigo, destacamos a importância da iniciação da criança nas artes seguindo o fluxo continuum, partindo das vivências familiares — como as cantigas de ninar e as festividades populares — às expressões e manifestações regionais, componente curricular da educação básica. Ao revisitar e analisar nossa prática docente no ensino de artes na formação de pedagogos na Universidade Estadual do Ceará – UECE e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB, no interstício de 2013 a 2017, a partir da pesquisa-ação, da observação participante e da análise dos documentos (projetos, planos de curso, relatórios de pesquisa e extensão e acervo iconográfico), reafirmamos a arte como portal e como ponte para a aprendizagem e o desenvolvimento integral de crianças, mediadas pelo corpo e pela educação dos sentidos na vivência da cultura popular e da cultura do outro.


Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Edite Colares Oliveira Marques, Universidade Estadual do Ceará

Centro de Educação-Arte e Educação, Universidade Estadual do Ceará

Jeannette Filomeno Pouchain Ramos, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Docente do Curso de Pedagogia da UNILAB

Referências

BARROS, Manoel. Manoel de Barros. Entrevista publicada na revista Caros Amigos, nº 117, em 2008, por Bosco Martins, Cláudia Trimarco e Douglas Diegues. Disponível em: http://www.tirodeletra.com.br/entrevistas/ManoeldeBarros.htm. Acesso em: 19 de junho de 2018.

BETTO, FREI. A escola dos meus sonhos. Disponível em: http://camaradecultura.org/a-escola-dos-meus-sonhos-artigo-de-frei-betto/. Acesso em: 19 jun. 2018.

BOURDIEU, Pierre. O Amor pela Arte: os museus de arte na Europa e seu público. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Zouk, 2003.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. Lei n. 9.394, 20 de dezembro de 1996.

BRASIL. Lei n.° 12.289/ 2010. Dispõe sobre a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB e dá outras providências.

BRASIL. Lei 11.645, de 8 de março de 2008, que institui a obrigatoriedade da inclusão da “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” na Educação Básica. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2008/lei-11645-10-marco-2008-572787-publicacaooriginal-96087-pl.html. Acesso em: 17 ago. 2019.

BRASIL. UNILAB. Projeto Político Pedagógico de curso de Licenciatura em Pedagogia. Redenção, Ceará, 2017. Disponível em: http://www.edu.br/wp-content/uploads/2010/01/projeto-Pedag%c3%B3gico-Curricular-do-Curso-de-Licenciatura-em-Pedagogia-Campi-Liberdade-e-Palmres.pdf. Acesso em: 20 nov. 2017.

CANDAU, Vera Maria. Sociedade multicultural e educação: tensões e desafios. In: CANDAU, V. M. (org.). Didática crítica intercultural. Petrópolis, RJ, Vozes, 2012.

CAVALVANTE, T. et al. Fortaleza a Criança e a Cidade. Fortaleza, Editora Dummar, 2016.

COLARES, Edite. As Festas Populares e o Ensino de Arte. Porto: i2ADS, 2017.

ECO, Umberto. A definição da arte. Rio de Janeiro: Record, 2016.

FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade: a sociedade brasileira em transição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

FREITAS, Luis Carlos. Educação infantil: antecipar escolarização é crime. 2015. Disponível em: https://avaliacaoeducacional.com/2015/02/07/educacao-infantil-antecipar-escolarizacao-e-crime/. Acesso em: 26 mar. 2018.

FREITAS, Luis Carlos. Eliminação adiada: o ocaso das classes populares no interior da escola e a ocultação da (má) qualidade do ensino. Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100, p. 965-987, out. 2007. Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br. Acesso em: 28/08/2018.

GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

LAVAL, C. A Escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. Londrina: Editora Planta, 2004.

LAUAND, Luiz Jean. Aspectos do lúdico na Idade Média. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 17, no. ½, p. 35-64, jan./dez., 1991.

LIGIÈRO, Zeca. Cantar-Dançar-Batucar. Corpo a Corpo: Estudo das performances brasileiras. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.

LODY, Raul; SABINO, Jorge. Danças de matriz africana: antropologia dos movimentos. Rio de Janeiro, Pallas, 2011.

NASCIMENTO. Elisa Larkin. Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro. Ed. Sankofa. 2009.

READ, H. Arte e alienação: o papel do artista na sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

SOUZA, A. I. (Org.). Paulo Freire – Vida e obra. São Paulo: Expressão Popular, 2001.

PASSERINI, Sueli. Alfabetizar precocemente significa empurrar a criança para o mundo adulto antes da hora. Biblioteca Virtual da Antroposofia, 2016. Disponível em: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/alfabetizar-precocemente/ Acesso em: 21 jan. 2018.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

PIAGET, Jean. A epistemologia genética e a pesquisa psicológica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martin Claret, 2000.

QUINTAIS, ALFONSO LOPES. Estética. Petrópolis, RJ, 1992.

RAMOS, J.F.P. et al. Gestão por resultado na educação cearense: a responsabilização e o regime de colaboração na promoção do direito à educação no Ceará (1995-2014). Relatório de Pesquisa do CNPQ. Fortaleza – CE, 2018, 164p, mimeo.

RAVITCH,D. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Porto Alegre: Sulina, 2011.

SANTOS, I.C.C.dos. Forró & tango: duas expressões populares que conquistaram povos muito além de suas fronteiras. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Teoria do Movimento com Ênfase em Dança de Salão da Universidade Tuiutí do Paraná. Curitiba, 2016.

SNYDER, G. A Alegria na Escola. São Paulo- S.P. Editora Manole LTDA, 1988.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.

ZOBOLI, Fabio; ALMEIDA, Felipe Quintão de; BORDAS, Miguel Angel García. Corpo e educação: algumas questões epistemológicas. Revista Contemporânea de Educação, [S.l.], v. 9, n. 18, p. 218-231, dez. 2014. ISSN 1809-5747. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/1856/1690. Acesso em: 13 mar. 2018.

WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y educación intercultural. Construyendo interculturalidad crítica, p. 75-96, 2010. Disponível em: interculturalidad%20criti ca%20y%20educacion%20intercultural.pdf. Acesso em: 30 mai. 2014.

Downloads

Publicado

01-10-2019

Como Citar

MARQUES, Edite Colares Oliveira; RAMOS, Jeannette Filomeno Pouchain. O ensino de arte na UECE e UNILAB: cultura popular e lúdica na formação de educadores (2013-2017). Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 15, n. 4, p. 77–104, 2019. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/12739. Acesso em: 22 dez. 2024.