Estrutura populacional de Drimys angustifolia Miers em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, Urubici, SC
DOI:
https://doi.org/10.5965/2238117118e2019030Palavras-chave:
Drimys angustifolia Miers, estrutura populacional, regeneração naturalResumo
O presente estudo teve como objetivo caracterizar a estrutura populacional da espécie arbórea mais abundante em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana em Urubici, Santa Catarina, assim como determinar sua capacidade de regeneração natural na área desmatada adjacente ao fragmento florestal. Para a detecção da espécie mais abundante, foi realizado um levantamento florístico-estrutural no fragmento florestal, por meio da alocação de parcelas, onde todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) ≥ 5 cm foram considerados adultos e inventariados. Para determinar a capacidade de regeneração natural da espécie selecionada na área desmatada adjacente, foram alocadas parcelas, onde os indivíduos considerados como regenerantes (20 cm de altura até 5 cm de DAP) foram amostrados, nos anos de 2014 e 2016. Foi analisada a estrutura diamétrica e a distribuição espacial dos indivíduos adultos da espécie, e a estrutura hipsométrica, espacial e dinâmica dos indivíduos regenerantes. A espécie mais abundante no fragmento foi Drimys angustifolia Miers, que representou 26,4% dos indivíduos. A estrutura populacional dessa espécie obteve distribuição diamétrica tendendo à normalidade e distribuição espacial aleatória para os indivíduos adultos. O componente regenerante apresentou padrão de distribuição espacial agregado (2016) e distribuição hipsométrica normal somente em 2016. As taxas de dinâmica dos regenerantes indicaram aumento populacional. A elevada densidade desta espécie, associada às suas características estruturais, indicam boa adaptação no fragmento florestal e capacidade regenerativa condizente com o estágio sucessional da área em recuperação, com tendência ao aumento do número de indivíduos ao longo do tempo.
Downloads
Referências
BADDELEY A & TURNER R. 2005. Spatstat: an R package for analyzing spatial point patterns. Journal of Statistical Software 12: 1-42.
BECKER A et al. 2006. Ecological and land use studies along elevational gradients. Mountain Research and Development 27: 58-65.
BOLSTAD PV & VOSE JM. 2005. Forest and pasture carbon pools and soil respiration in the southern Appalachian Mountains. Forest Science 51: 372-383.
BORCARD D et al. 1992. Partialling out the spatial component of ecological variation. Ecology 73: 1045-1055.
BRUIJNZEEL LA. 2000. Hydrology of tropical montane cloud forests: a reassessment. In: GLADWELL JS. (Ed.). Proceedings of the Second International Colloquium: 353-383.
DALE MRT. 2000. Spatial pattern analysis in plant ecology. Cambridge: University press. 326p.
DALLABRIDA JP et al. 2017. Elementos nucleadores da paisagem influenciam a dispersão zoocórica em áreas campestres alto-montanas. Rodriguésia 68: 325-335.
FALKENBERG DB. 2003. Matinhas nebulares e vegetação rupícola dos Aparados da Serra Geral (SC/RS), sul do Brasil. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal). Campinas: UNICAMP. 594p.
HERTZOG A et al. 2016. Winteraceae do Rio Grande do Sul, Brasil. Rodriguésia 67: 251-260.
HIGUCHI P et al. 2013. Florística e estrutura do componente arbóreo e análise ambiental de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana no município de Painel, SC. Ciência Florestal 23: 153-164.
IBGE. 2012. Manual técnico da vegetação brasileira. 2.ed. (Série: Manuais técnicos em geociências, n.1). Rio de Janeiro: IBGE. 275p.
KEDDY PA. 1992. Assembly and response rules-2 goals for predictive community ecology. Journal of Vegetation Science 3: 157-164.
KLEIN RM. 1978. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. Flora Ilustrada Catarinense: 24p.
MARTÍNEZ ML et al. 2009. Effects of land use change on biodiversity and ecosystem services in tropical montane cloud forests of Mexico. Forest Ecology and Management 258: 1856-1863.
MARTINS-RAMOS D et al. 2011. Florística de Floresta Ombrófila Mista Altomontana e de Campos em Urupema, Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 9: 156-166.
MARTINS D et al. 2012. Estrutura de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista em Urupema. Revista de Ciências Agroveterinárias 11: 126-137.
MYERS N et al. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-845.
NASCIMENTO ART et al. 2001. Estrutura e padrões de distribuição espacial de espécies arbóreas em uma amostra de Floresta Ombrófila Mista em Nova Prata, RS. Ciência Florestal 11: 105-119.
OKSANEN J et al. 2009. Vegan: community ecology package. R package version 1: 8.
PERRY JN & DIXON PM. 2002. A new method to measure spatial association for ecological count data. Ecoscience 9: 133-141.
R DEVELOPMENT CORE TEAM. 2017. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing. Disponível em: http://www.R-project.org. Acesso em: 02 jun. 2017.
RICKLEFS RE & MILLER GL. 2000. Ecology. 4.ed. New York: W.H. Freeman and Company.
SANTOS AP et al. 2016. Avaliação da acurácia posicional em dados espaciais utilizando técnicas de estatística espacial: proposta de método e exemplo utilizando a norma brasileira. Boletim de Ciências Geodésicas 22: 630-650.
SCHAAF LB et al. 2006. Alteração na estrutura diamétrica de uma Floresta Ombrófila Mista no período entre 1979 e 2006. Revista Árvore 30: 283-295.
SCHEER MB et al. 2011. Funcionalidades ambientais de solos altomontanos na Serra da Igreja, Paraná. Revista Brasileira de Ciência do Solo 35: 1113-1126.
SHEIL D & MAY RM. 1996. Mortality and recruitment rate evaluations in heterogeneous tropical forests. Journal of Ecology 84: 91-100.
SILVA AC et al. 2012. Relações florísticas e fitossociologia de uma Floresta Ombrófila Mista Montana Secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal 22: 193-206.
SIMINSKI A et al. 2004. Sucessão florestal secundária no município de São Pedro de Alcântara, litoral de Santa Catarina: estrutura e diversidade. Ciência Florestal 14: 21-33.
SIMINSKI A et al. 2013. Classificação da vegetação secundária em estágios de regeneração da Mata Atlântica em Santa Catarina. Ciência Florestal 23: 369- 378.
VIBRANS AC et al. 2011. Structure of mixed ombrophyllous forests with Araucaria angustifolia (Araucariaceae) under external stress in Southern Brazil. Revista de Biologia Tropical 59: 1371-1387.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista de Ciências Agroveterinárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores que publicam nesta revista estão de acordo com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista os direitos autorais da primeira publicação, de acordo com a Creative Commons Attribution Licence. Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.
b) Autores têm autoridade para assumir contratos adicionais com o conteúdo do manuscrito.
c) Os autores podem fornecer e distribuir o manuscrito publicado por esta revista.