Avaliação do uso de plantas de cobertura de solo na entressafra milho-trigo no noroeste do Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712232023403

Palavras-chave:

Sistema plantio direto, Ciclagem de nutrientes, Adubos verdes, Plantas daninhas

Resumo

A utilização de plantas de cobertura de solo, em especial de verão em janelas entressafras, é uma prática pouco comum por competirem com as culturas de importância econômica. O objetivo foi avaliar o uso de plantas de cobertura, na cobertura do solo e supressão de plantas espontâneas na entressafra milho-trigo no noroeste do Rio Grande do Sul. Para isso, utilizou-se crotalária espectabilis, mucuna-cinza, feijão-de-porco, tremoço, trigo-mourisco, milheto, consórcio de milheto e crotalária (50%) e pousio (testemunha). As espécies foram semeadas após a colheita do milho safra com 0,45 m de espaçamento entre linhas em blocos ao acaso com seis repetições. A taxa de cobertura do solo foi analisada aos 30, 45, 60, 75 e 90 dias após a semeadura. A matéria seca foi determinada na plena floração de cada cultura, separada em talos/colmos e folhas e secos a 65ºC. A incidência de plantas espontâneas foi avaliada no momento de plena floração. No período entressafra o milheto, consórcio de milheto + crotalária, mucuna-cinza e feijão-de-porco apresentam maior eficiência de cobertura do solo, ambos atingindo 100% de cobertura de solo. Os maiores acúmulos de matéria seca foram do milheto (11.204 kg.ha-1) e consórcio (9291 kg.ha-1). As culturas mais eficientes para a supressão de plantas espontâneas foram o milheto, o consórcio e a mucuna-cinza. A crotalária e trigo-mourisco apresentaram baixo desempenho, logo, não são recomendadas para cultivo solteiro na entressafra milho-trigo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADAMI PF et al. 2020 Plantas de cobertura nas entressafras soja-trigo e soja-soja. Brazilian Journal of Development 6: 16551-16567.

ALGERI A et al. 2018. Produção de biomassa e cobertura do solo por milheto, braquiária e crotalária cultivados em cultura pura e consorciados. Global Science and Technology 11: 112-125.

AMENDOLA DF. 2017. Caracterização da matéria orgânica do solo e sua influência nas propriedades físico-químicas no sistema Latossolo-Gleissolo. Dissertação (Mestrado em Geociências e meio ambiente). Rio Claro: UNESP. 102p.

ANDRADE RA et al. 2022.Taxas de cobertura e decomposição de adubos verdes na Amazônia Sul Ocidental. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente 15: 1-15.

ARRUDA AGMD et al. 2022. Alelopatia de milheto e crotalária na germinação de sementes de alface: Allelopathy of millet and crotalaria in lettuce seed germination. Revista Ciência, Tecnologia & Ambiente 12: 1-8.

AUBERT L et al. 2021. Different drought resistance mechanisms between two buckwheat species Fagopyrum esculentum and Fagopyrum tataricum. Physiologia Plantarum 172: 577-586.

AYRES M et al. 2007. BioEstat 5.3: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Mamirauá: Belém, Pará-Brasil. Disponível em https://www.mamiraua.org.br/downloads/programas/. Acesso em: 21 fev. 2023.

BARBIERI M et al. 2019. Ensaio sobre a bioatividade do solo sob plantio direto em sucessão e rotação de culturas de inverno e verão. Revista de Ciências Agrárias 42: 122-134.

BERTOLINI A et al. 2019. Cobertura de solo e taxa de ciclagem de nutrientes em plantas de cobertura de verão no Oeste de Santa Catarina. Unoesc & Ciência-ACET 10: 83-92.

BERTOLINO KM et al. 2021. Desempenho de crotalária consorciada com milheto na produção de biomassa. ForScience 9: e00895-e00895.

BESEN MR et al. 2018. Práticas conservacionistas do solo e emissão de gases do efeito estufa no Brasil. Scientia Agropecuária 9: 429-439.

BORGES WLB et al. 2014. Supressão de plantas daninhas utilizando plantas de cobertura do solo. Planta daninha 32: 755-763.

COSTA E et al. 2013. Matéria orgânica do solo e o seu papel na manutenção e produtividade dos sistemas agrícolas. Enciclopédia biosfera 9: 1842-1860.

CAMPOS LP et al. 2013. Estoques e frações de carbono orgânico em Latossolo Amarelo submetido a diferentes sistemas de manejo. Pesquisa Agropecuária Brasileira 48: 304-312.

CIESLIK LF. 2014. Leguminosas de verãos como cobertura do solo para a produção de milho em sistema de plantio direto. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Pato Branco: Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 71p.

DECHEN SCF et al. 2015. Perdas e custos associados à erosão hídrica em função de taxas de cobertura do solo. Bragantia 74: 224-233.

DELAZERI JVS et al. 2020. Desempenho agronômico de milheto e crotalária cultivados em sistemas solteiro e consorciado. Ciencia del suelo 38:212-223.

DENARDIN JE et al. 2019. Converter plantio direto em Sistema Plantio Direto- um modelo à sustentabilidade agrícola. In: Reunião da comissão brasileira de pesquisa de trigo e triticale. Resumos: Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. Solos e nutrição vegetal. p.568-572.

DINIZ APMJ et al. 2021. Atributos químicos do solo sob sistema plantio direto como indicador de sustentabilidade ambiental. Brazilian Journal of Development 7: 3130-3152.

FORTE CT et al. 2018. Soil management systems and their effect on the weed seed bank. Pesquisa Agropecuária Brasileira 53: 435-442.

HASKEL, Maiara Karini et al. Desempenho de plantas de cobertura de verão e influência em atributos de apenas uma unidade didática no sudoeste do Paraná. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento 9: 10e7879109072-e7879109072, 2020.

IBRAHIM JA et al. 2021. Allelopathy of velvet bean (mucuna cochinchinensis (wight) burck) exudates and its inhibitory effects on weedy rice (Oryza sativa L.). Journal of Agriculture and Agricultural Technology 7: 27-35.

JABRAN K et al. 2015. Allelopathy for weed control in agricultural systems. Crop protection 72: 57-65.

LAMEGO FP et al. 2015. Potencial de supressão de plantas daninhas por plantas de cobertura de verão. Comunicata Scientiae 6: 97-105.

LIMA SF et al. 2014. Fitossociologia de plantas daninhas em convivência com plantas de cobertura. Revista Caatinga 27: 37-47.

LINK L. 2020. Plantas de cobertura de verão: crescimento e acúmulo de nutrientes, épocas de dessecação e produtividade do trigo. 2020. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas). Dois Vizinhos: Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 62p.

LORENZI H. 2006. Manual de identificação de plantas daninhas: plantio direto e convencional. Nova Odessa: Plantarum. 7.ed. 379p.

MELO GB et al. 2016. Estoques e frações da matéria orgânica do solo sob os sistemas plantio direto e convencional de repolho. Pesquisa Agropecuária Brasileira 51: 1511-1519.

MINGOTTE FLC et al. 2021. Nitrogen accumulation and export by common bean as a function of straw and n splitting in no-tillage system. Revista Caatinga 34: 108-118.

NETO FS & CAMPOS AC. 2017. Plantas de cobertura antecedendo a cultura do trigo. Scientia Agraria Paranaensis 16: 463-467.

OLSON K et al. 2014. Long-term effects of cover crops on crop yields, soil organic carbon stocks and sequestration. Open Journal of Soil Science 4: 284-292.

PACHECO LP et al. 2017. Biomass yield in production systems of soybean sown in succession to annual crops and cover crops. Pesquisa Agropecuária Brasileira 52: 582-591.

PEEL M et al. 2007. Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification. Hydrology and earth system sciences 11: 1633-1644.

PEREIRA JC et al. 2018. Potencial alelopático e identificação dos metabólitos secundários em extratos de Canavalia ensiformis L. Revista Ceres 65: 243-252.

REDIN M et al. 2014. How the chemical composition and heterogeneity of crop residue mixtures decomposing at the soil surface affects C and N mineralization. Soil biology and biochemistry 78: 65-75.

REDIN M et al. 2018. Root and shoot contribution to carbon and nitrogen inputs in the topsoil layer in no-tillage crop systems under subtropical conditions. Revista Brasileira de Ciência do Solo 42: e0170355.

REIS GP & BORSOI A. 2020. Atributos físicos do solo, incidência de plantas daninhas e massa seca de plantas de cobertura na entressafra da soja em Latossolo Vermelho. Revista Cultivando o Saber 13: 69-76.

SALLES RE et al. 2022. Manejo de plantas de cobertura de solo em produção hortícola familiar em Nova Friburgo, RJ. Nativa 10: 54-59.

SALOMÃO PEA et al. 2020. A importância do sistema de plantio direto na palha para reestruturação do solo e restauração da matéria orgânica. Research, Society and Development 9: e154911870-e154911870.

SANTOS RA et al. 2018a. Sistema de Plantio direto: conservação e manutenção da capacidade produtiva dos solos do Cerrado Goiano. Revista Sapiência: Sociedade, Saberes e Práticas Educacionais (UEG) 7: 230-255.

SANTOS HG et al. 2018b. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa. 5.ed. 356p.

SILVA JMQ et al. 2018. Supressão de plantas espontâneas por adubos verdes em área de cultivo orgânico. Ambiente: Gestão e Desenvolvimento 11: 137-149.

SILVA MA et al. 2021. Plantas de cobertura isoladas e em mix para a melhoria da qualidade do solo e das culturas comerciais no Cerrado. Research, Society and Development 10: e11101220008-e11101220008.

SOARES AR et al. 2014. The role of L-DOPA in plants. Plant Signaling & Behavior 9: e28275.

TOMAZI CV et al. 2021. Produtividade e características agronômicas do trigo mourisco (Fagopyrum esculentum) em função da aplicação de nitrogênio em cobertura. Revista Cultivando o Saber 14: 13-23.

VALENZUELA IG & VISCONTI EF. 2018. Influencia del clima, uso del suelo y profundidad sobre el contenido de carbono orgánico en dos pisos altitudinales andinos del departamento Norte de Santander, Colombia. Revista Colombiana de Ciencias Hortícolas 12: 233-243.

VIOLA R et al. 2013. Adubação verde e nitrogenada na cultura do trigo em plantio direto. Bragantia 72: 90-100.

XIANG J et al. 2019. Profile of phenolic compounds and antioxidant activity of finger millet varieties. Food chemistry 275: 361-368.

WOLSCHICK NH et al. 2016. Cobertura do solo, produção de biomassa e acúmulo de nutrientes por plantas de cobertura. Revista de Ciências Agroveterinárias 15: 134-143.

ZANUNCIO AS et al. 2022. Ciclagem de nutrientes por espécies de adubos verdes em função do tempo de decomposição. Research, Society and Development 11: e147111434834-e147111434834.

ZIECH ARD et al. 2015. Proteção do solo por plantas de cobertura de ciclo hibernal na região Sul do Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira 50: 374-382.

Downloads

Publicado

2023-08-04

Como Citar

RUARO, Eduarda Letícia; RAMOS , Marco Aurélio Camargo de; REDIN, Marciel. Avaliação do uso de plantas de cobertura de solo na entressafra milho-trigo no noroeste do Rio Grande do Sul. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 22, n. 3, p. 403–413, 2023. DOI: 10.5965/223811712232023403. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/23122. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.