Casos e coisas em torno de Nora, ou para onde pode ir o teatro quando uma mulher bate a porta atrás de si com força
DOI:
https://doi.org/10.5965/1414573103332018174Abstract
No presente texto, analisamos encenações nacionais inspiradas em A Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, a fim de observar de que maneira elas possibilitaram uma perspectiva mais libertária para as mulheres, considerando variações no modo de apresentar o estatuto ficcional da personagem feminina protagonista, Nora, assim como recursos de desestruturação de alguns pilares do modelo dramático mais tradicional (em termos da abordagem dramatúrgica, das invenções da cena e sua semiose e da relação entre enquadramento ficcional e contexto histórico da montagem). Serão atritadas algumas montagens realizadas de 2009 a 2018, em especial, no Rio de Janeiro e em São Paulo, observando como casos paradigmáticos as experiências da Cia Temporária de Investigação Cênica, em E Agora, Nora?, dirigida por Joana Dória a partir de criação colaborativa, e da versão nacional de Casa de Bonecas -2, encenação de Regina Galdino produzida e protagonizada por Marília Gabriela, a partir do texto de Lucas Hnath. As encenações configuram dois exemplares contrastantes da relação entre feminismo, cena teatral e criação das mulheres, e são tratadas aqui como pólos de uma linha (tensa) desenhada por possíveis escolhas criativas, permitindo levantar elementos que definem um teatro diferenciadoatravés da ênfase na luta pela igualdade entre homens e mulheres.
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