Encarnar é reparar: arriando metodologias contracoloniais desde o currículo superior em dança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573103562025e0118

Palavras-chave:

artes cênicas, educação decolonial, relações étnico-raciais, poéticas da criação

Resumo

Este artigo apresenta metodologias decoloniais para criação em dança e performance, centradas nas urgências de corpos racializados desde o ensino superior. Frente à marginalização de epistemologias negras nos currículos, propõe três eixos prático-teóricos — Corpo Peça, Utopias de Si e Corpo Báskula — construídos na experiência da autora como artista-docente negra e em diálogo com pensadores como Nêgo Bispo, Inaicyra Falcão, Leda Maria Martins, Audre Lorde e Patrícia Hill Collins.

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Biografia do Autor

Rita de Cássia Souza da Rosa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda, bolsista Capes, e Mestrado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduação em Dança pela UFRGS.

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Publicado

18-12-2025

Como Citar

ROSA, Rita de Cássia Souza da. Encarnar é reparar: arriando metodologias contracoloniais desde o currículo superior em dança. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 3, n. 56, p. 1–22, 2025. DOI: 10.5965/1414573103562025e0118. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/27506. Acesso em: 18 dez. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Temático: Currículo, Decolonialidade e Formação Docente nas Artes Cênicas