Os espaços expositivos e suas contradições: possibilidades de diálogo com as escolas
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234617422025e0004Parole chiave:
Ensino de Artes, Espaços Expositivos, Arte Contemporânea, Formação de professoresAbstract
A relação entre museus de arte e escolas públicas é permeada por desafios históricos: De um lado, os museus assumiram desde sua origem moderna uma função pedagógica, mas historicamente atuaram como instrumentos de legitimação de uma visão de cultura elitista e hegemônica. Por outro lado, as escolas públicas enfrentam limitações estruturais para garantir acesso sistematizado à produções artísticas. Este artigo tem como objetivo problematizar como a aproximação entre professores de arte e espaços expositivos pode ampliar o repertório estético dos estudantes, tomando como referência dados do Projeto de Pesquisa Espaços Expositivos de Arte Contemporânea, Diálogos com Ambientes Virtuais de Formação, e do Observatório de Formação de Professores no âmbito do Ensino da Arte, ambos ligados ao Centro de Artes, Moda e Design da UDESC.. A investigação, fundamentada no materialismo histórico-dialético, combinou revisão bibliográfica, análise documental e de dados do projeto, articulando: a) considerações a respeito do papel dos museus de arte como espaços didáticos, com ênfase nas disputas durante a Guerra Fria e na atuação do MASP; b) os limites e desafios enfrentados por professores de arte diante da precarização do trabalho docente e do acesso desigual a espaços culturais; c) os resultados do curso de formação em arte contemporânea oferecido no âmbito do projeto, que teve como objetivo ampliar o repertório crítico e estético de professores da educação básica. Conclui-se que a aproximação entre escolas e museus dependem de políticas públicas efetivas, infraestrutura, formação continuada e o reconhecimento da arte como direito formativo.
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