Lais Myrrha: a arquitetura do mundo como matéria da arte

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5965/2175234614332022296

Mots-clés :

Lais Myrrha, Arte Contemporânea, Ruínas, Destruição, Impermanência

Résumé

O presente artigo propõe-se a analisar duas obras da artista brasileira Lais Myrrha, Teoria das Bordas (2007) e Dois pesos, duas medidas (2016), a fim de desvendar aspectos da sua construção poética. Os artefatos, que lidam com a desconstrução das fronteiras reais e simbólicas que organizam a nossa existência, com o avanço da técnica moderna e a ameaça de colapso que seu uso instrumentalizado implica, dão pistas do seu interesse em, revirando as ruínas que se acumulam no nosso presente, refletir, por meio das categorias de tempo e espaço, como são arquitetadas as coisas do mundo. Ao articular as imagens a partir de outras narrativas, ao mudar os referenciais do que é visto e dos sentidos que ordinariamente lhe são atribuídos, a artista bagunça a ordem das coisas, desordena as hierarquias e traz à tona a potência da destruição de tudo aquilo que parece necessário e inevitável.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Ana Paula Freitas de Albuquerque, UNESC

Pesquisadora, Graduada em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pós-Graduada em Teoria e História da Arte pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e Mestre em Educação pela mesma instituição. Link para Lattes: http://lattes.cnpq.br/0859186563767180

Références

ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

BARDI, Lina Bo. Na Europa a casa do homem ruiu. In: RUBINO, Silvana; GRINOVER, Marina (Orgs.). Lina por escrito. Textos escolhidos de Lina Bo Bardi. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 64-70.

BENJAMIN, Walter. Rua de mão única. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. (Obras Escolhidas v. 2). 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. p. 241- 243.

_______. Passagens. (v. 2). Tradução de Irene Aron e Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: UFMG, 2018.

FERRO, Sérgio. Arquitetura e trabalho livre. Apresentação de Pedro Fiori Arantes. Posfácio de Roberto Schwarz. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014.

MELO NETO, João Cabral. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

MYRRHA, Lais. Sobre as possibilidades da impermanência: fotografia e monumento. 2007. Dissertação (Mestrado em Artes da Escola de Belas Artes). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

________. Breve cronografia dos desmanches. Belo Horizonte: Gráfica Pampulha, 2013.

________. Entrevista com Lais Myrrha. Entrevista concedida a Leandro Muniz, junho de 2015. Disponível em: <https://www.academia.edu/14750664/Entrevista_com_Lais_Myrrha> Acesso em: 10 mar. 2019.

________. Entrevista com Lais Myrrha por Ilê Sartuzi no Auroras. Vídeo (44m49s). 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zFw1YLJfKu8> Acesso em: 02 set. 2019.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento: política e filosofia. 2. ed. Tradução de Ângela Leite Lopes. São Paulo: Editora 34, 2018.

SIM GALERIA. Portfólio Lais Myrrha, 2018. Disponível em: <https://www.simgaleria.com/arquivos/1554233115-portfolio-lais-myrrha.pdf> Acesso em: 20 jul. 2019.

ZAMBRANO, María. Uma metáfora da esperança: as ruínas. Sopro, n. 37. Desterro: Cultura e Barbárie, out. 2010. Disponível em: < http://culturaebarbarie.org/sopro/n37.pdf> Acesso em: 19 dez. 2019.

Téléchargements

Publiée

2022-05-01

Comment citer

ALBUQUERQUE, Ana Paula Freitas de. Lais Myrrha: a arquitetura do mundo como matéria da arte. Palíndromo, Florianópolis, v. 14, n. 33, p. 296–319, 2022. DOI: 10.5965/2175234614332022296. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/20061. Acesso em: 4 juill. 2024.