Torres-García revisitado: a exposição Tiempo de mirar e a (re)a presentação de obras de arte destruídas

La exposición Tiempo de Mirar y la (re)presentación de obras de arte destruidas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234616402024e0016

Palavras-chave:

Joaquín Torres-García, Destruição, Exposição Tiempo de Mirar, História da arte moderna

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar a expografia da mostra Tiempo de Mirar: visita virtual a las obras perdidas en el incendio en Rio de Janeiro, ocorrida no Museo Torres-García em 2018, bem como estudar os fragmentos ali exibidos. Em julho de 1978, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro sofreu um trágico incêndio que destruiu diversas obras de arte, incluindo 74 trabalhos - entre pinturas, esculturas e brinquedos - de Joaquín Torres-García, artista uruguaio cujas obras foram as mais afetadas numericamente. A mostra Tiempo de Mirar dedicou-se a reapresentar estas obras destruídas para o público, via realidade aumentada. Os visitantes podiam acessá-las pela câmera do celular ao apontar para os QR Codes nas paredes. A mostra também colocou em exposição fragmentos de trabalhos bastante deteriorados pelo incêndio, fazendo conviver, no mesmo espaço, ausência e presença, e provocando um processo de rememoração.

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Biografia do Autor

Maria de Fatima Morethy Couto, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Professora Titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde leciona história da arte moderna e contemporânea no Instituto de Artes desde 2003.  Tem doutorado em História da Arte e Arqueologia pela Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne), França (1999). É bolsista produtividade em pesquisa do CNPq e líder dos grupos MODOS e Geopolíticas institucionais: arte em disputa a partir do pós-guerra. Foi presidente do Comitê Brasileiro de História da Arte (gestão 2010-2013). Autora de Por uma vanguarda nacional. A crítica brasileira em busca de uma identidade artística – 1940/1960 (Ed. Unicamp, 2004), de A Bienal de São Paulo e a América Latina: trânsito e tensões (1950-1970) (Ed. Unicamp, 2023), e de vários artigos e capítulos de livro sobre arte brasileira de vanguarda, arte latino-americana do século XX e abstrações do pós-guerra. 

Isabela De Vita Jaha, Prefeitura Municipal de Louveira

Isabela De Vita Jaha é artista visual, professora e pesquisadora. Bacharela e licenciada em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas, é professora de artes da rede pública de Louveira e já participou de diversas exposições coletivas, como a Grande Exposição de Arte Bunkyo (São Paulo - SP), Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba - SP e Salão de Artes em Pequenos Formatos de Britânia - GO. 

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Publicado

17-04-2025

Como Citar

COUTO, Maria de Fatima Morethy; JAHA, Isabela De Vita. Torres-García revisitado: a exposição Tiempo de mirar e a (re)a presentação de obras de arte destruídas: La exposición Tiempo de Mirar y la (re)presentación de obras de arte destruidas. Palíndromo, Florianópolis, v. 16, n. 40, p. 1–34, 2025. DOI: 10.5965/2175234616402024e0016. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/25719. Acesso em: 4 maio. 2025.