Da formação do professor aos porquês dos clássicos no ensino da arte: tudo pode ser mais bonito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234614322022084

Palavras-chave:

Ensino da Arte, Formação de professores, Clássicos

Resumo

Este artigo versa sobre o espaço do clássico no ensino da Arte, considerando a complexidade desse conceito que foi, ora referência central, ora território a ser evitado, nas diversas orientações para o ensino da Arte. Objetiva-se colocar face-a-face distintas concepções de abordagem dos clássicos nos processos de didatização da Arte, uma problemática central no âmbito das investigações sobre a formação de professores de arte no Observatório da Formação de Professores no âmbito do Ensino de Arte (OFPEA/BRARG). Para a construção da argumentação, a orientação metodológica adotada foi a pesquisa bibliográfica a partir de referenciais canônicos do ensino da Arte, também conhecidos como “clássicos” e de escritos atuais. Busca-se jogar luz sobre alguns critérios que têm dado corpo ao conceito de clássico assimilado pelos professores de arte e que marcam indelevelmente determinadas pinturas, músicas, romances, obras da dramaturgia, particularmente o caráter de permanência e a resistência dos clássicos aos embates do tempo (SAVIANI, 2013); que se impõem como inesquecíveis, trazendo marcas que atravessam os tempos e culturas (CALVINO, 2007). A reflexão conduz para a compreensão dos equívocos em rechaçar sumariamente os clássicos no Ensino da Arte, sob pena de negar aos estudantes elementos essenciais da relação que podemos estabelecer com a Arte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Consuelo Alcioni Borba Duarte Schlichta, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Possui Bacharelado em Pintura e Licenciatura Plena em Desenho pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (1980), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1998) e doutorado em História pela Universidade Federal do Paraná (2006). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Visuais, atuando principalmente nas disciplinas de desenho na graduação, fundamentos do ensino de artes visuais, formação do professor articuladamente a sua atuação e leitura de imagens. Em 2014 realizou estudos de Pós-Doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina, tendo como interlocutora a Profª Drª Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva. Investigou a formação enquanto uma dimensão inseparável da atuação do professor de Artes Visuais, sobretudo as assimetrias entre as propostas curriculares à construção de um novo perfil de professor e de ensino de artes visuais articulados às exigências da contemporaneidade.

Referências

BARBOSA, João Alexandre. Introdução. In: GUINSBURG, Jacó (Org.). O classicismo. São Paulo: Perspectiva, 1997.

BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. 3. ed. São Paulo, SP: Perspectiva, 1999.

BENDALA, Manuel. Saber ver a arte grega. São Paulo: Martins Fontes, 1989. (Coleção Saber ver a Arte).

BOURDIEU, Pierre; DARBEL, Alain. L’amour de l’art. Paris: Les Éditions de Minuit, 2003.

CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos? São Paulo: Companhia da Letras, 2007.

CARVALHO, José Murilo. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CSIKSZENTMIHALYI, Mihail. Creativity: Flow and the Psychology of discovery and invention (1st ed.). New York: HarperPerennial, 1997.

DUARTE, Newton. A contradição entre universalidade da cultura humana e o esvaziamento das relações sociais: por uma educação que supere a falsa escolha entre etnocentrismo ou relativismo cultural. In: Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 32, n. 3, sept/dec. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 10 jan. 2021.

FORQUIN, Jean-Claude. Escola e Cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

HOLLER, Marcos. Os jesuítas e a música no Brasil colonial. Campinas: Ed. da UNICAMP, 2010.

KLEIN, Ligia R. Proposta político-pedagógica para o Ensino Fundamental: Cadernos da Escola Guaicuru. Mato Grosso do Sul: Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, 2000.

KLEIN, Ligia R. Alfabetização: quem tem medo de ensinar? 5. ed. São Paulo: Cortez; Campo Grande: Editora Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2008.

KONDER, Leandro. Os marxistas e a arte: breve estudo histórico-crítico de algumas tendências da estética marxista. Rio de janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 1966.

KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

LEMINSKI, Paulo. Paulo Leminski: ensaios e anseios crípticos. Curitiba, PR: Inventa, 2014. (Coleção Gazeta do Povo: Literatura paranaense).

MALERBA, Jurandir. A corte no exílio: civilização e poder no Brasil às vésperas da Independência (1808 a 1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

MARX Karl., ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1993.

MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.

MELO, Guilherme. A música no Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947.

NAVES, Rodrigo. A forma difícil: ensaios sobre arte brasileira. 2.ed. São Paulo: Ática, 1997.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1984.

PECHMAN, Robert Moses. Cidades estreitamente vigiadas. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2002.

ROMANELLI, Guilherme. Antes de falar as crianças cantam! Considerações sobre o ensino de música na educação infantil. Revista Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, 61-71, 2014.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas, SP: Editores Associados, 2013.

SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Autores Associados, 2009.

SCHLICHTA, Consuelo A. B. D. A pintura histórica e a elaboração de uma certidão visual para a nação no século XIX. Curitiba, 2006. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes,

Programa de Pós-Graduação do Departamento de História da UFPR.

SNYDERS, Georges. A alegria na escola. São Paulo, SP: Editora Manolo, 1988.

Downloads

Publicado

2022-01-03

Como Citar

ROMANELLI, Guilherme Gabriel Ballande; SCHLICHTA, Consuelo Alcioni Borba Duarte. Da formação do professor aos porquês dos clássicos no ensino da arte: tudo pode ser mais bonito . Palíndromo, Florianópolis, v. 14, n. 32, p. 84–98, 2022. DOI: 10.5965/2175234614322022084. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/21039. Acesso em: 20 nov. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)