Lygia Clark: Os limites do gênero do corpo na série Roupa-corpo-roupa

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DOI:

https://doi.org/10.5965/1982615x12242019091

Palavras-chave:

Lygia Clark, obras sensoriais, gênero.

Resumo

O artigo pretende debater as questões dos limites do corpo conforme proposto pela artista plástica brasileira Lygia Clark, por meio de suas obras sensoriais (1965/1969). Para tal fim, foi realizada uma pesquisa documental em textos de críticos de arte, jornais e cartas da artista, durante o período de sua produção até exposições mais recentes. O corpo passou a fazer parte da obra, possibilitando o questionamento das sensações que são impostas por instrumentos (objetos sensoriais) e por espaços onde se inserem. A obra desses artistas passou a questionar não somente o que é arte, mas também o local onde essas peças podiam ser apresentadas. Leitora do filósofo Merleau-Ponty, Clark propunha experiências fenomenológicas, participativas, que não deixavam o espectador passivo perante os movimentos do objeto e do corpo. Assim, Lygia Clark posicionou-se diante dos limites, sensoriais e éticos do corpo, a interação entre corpo e obra por meio da problematização ou mesmo da inversão de performances generificadas

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Biografia do Autor

Flavia Jakemiu Araujo Bortolon, Federal University of Paraná

Doutoranda em História pela UFPR com mestrado em História e pós-graduação em Moda.

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Publicado

2019-03-31

Como Citar

BORTOLON, Flavia Jakemiu Araujo. Lygia Clark: Os limites do gênero do corpo na série Roupa-corpo-roupa. Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 12, n. 24, p. 91–123, 2019. DOI: 10.5965/1982615x12242019091. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/13109. Acesso em: 22 nov. 2024.

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