Concepções de bom aluno na visão de professoras/es aposentados da rede estadual de ensino de Santa Catarina
DOI :
https://doi.org/10.5965/1984723823522022217Mots-clés :
professoras/es aposentados, bom aluno, mérito escolarRésumé
Este artigo objetiva analisar atributos conferidos ao bom aluno por professoras/es aposentados da rede estadual de ensino de Santa Catarina, erigidos tendo em vista as seguintes características: atributos primários, que emergem sob a égide da herança familiar; atributos secundários, que consideram a condução das razões práticas desse aluno; atributos terciários, que se dão pela ordem do espaço social e atributos quaternários, que se manifestam pela ordem econômico-psíquico-simbólica. Todos eles fortemente demarcados pelos capitais econômico e simbólico. Metodologicamente, orienta a análise, a centralidade do mérito escolar, tendo como fundamentos os estudos de Dubet (2003; 2008) e como referências as representações de professoras/es. Foram analisados 894 questionários para desenhar o perfil desse contingente de professoras/es tendo como foco as variáveis carreira profissional, gênero, condição de aposentados, lugar de origem e formação. Como recurso visual, recorremos à elaboração da nuvem de palavras, proposta por Mcnaught (2010). O agrupamento das palavras ocorreu tendo por base a categoria “nível de formação” como filtro principal e as análises foram firmadas fundamentalmente em categorias elaboradas por Bourdieu em sua produção teórica, tais como herança familiar, teoria da ação, espaço social e poder simbólico. Consideramos que o atributo de bom aluno nesse caso específico, é fruto de “negociação” entre escola e família e resulta das representações que cada uma dessas instituições constrói sobre a outra. Essas representações variam segundo as categorias sociais e os “contratos pedagógicos” que são matizados pelo grau de confiança mútua e de clareza das exigências visíveis, explícitas, mas essencialmente pelas veladas.
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