Novos alunos e apropriações heréticas da Universidade na França
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984723815292014182Resumo
Interessando-nos no ingresso no primeiro ciclo universitário francês de estudantes de primeira geração (isto é, aqueles cujos pais não fizeram estudos superiores), originários dos bacharelados tecnológicos e profissionais dos liceus, desejamos mostrar aqui a pertinência da análise do “jogo universitário” tal como propuseram Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron em 1964 em Os herdeiros. Na verdade, as chances de acesso, de permanência e de sucesso na Universidade não se reduzem à posse de competências de ordem unicamente escolar, mas remetem de maneira mais ampla à posse de um capital cultural específico. Parece assim que o fracasso no primeiro ciclo universitário não tem bases escolares (domínio dos saberes fundamentais), mas implica igualmente, e por vezes essencialmente, desajustamentos de ordem propriamente social (comportamento inoportuno, atitude deslocada, etc.) que podem provocar humilhações diversas e, finalmente, uma estigmatização da parte dos atores da orientação escolar, dos professores e dos outros estudantes.
Palavras-chaves: Estudantes; Universidade; Diplomas profissionais; Fracasso; Capital cultural.Downloads
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