Mapas e Desejos: os Universos de Ensaio para uma Cartografia e O Escuro que te Ilumina no teatro de Mónica Calle

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573103452022e0109

Palavras-chave:

Cartografia performativa, Dramaturgia do corpo, Resistência, Evangelhos, Mónica Calle

Resumo

O artigo estuda a viragem performativa no teatro de Mónica Calle – Casa Conveniente, em que a fala, aparentemente excluída, e a dramaturgia do corpo, em exacerbamento, se tornarão um modo de texto ausente. Para tal, comparam-se dois espetáculos, Ensaio para uma Cartografia e O Escuro que te Iluminaou as Últimas Sete Palavras de Cristo, e seus universos de criação. Propôs-se uma cartografia performativa resultante dos mapas espaciais e subjetivos desses universos, efetuando uma historiografia da companhia, discutindo uma espectadoria da estética da encenadora e textualizando as experiências do corpo. Através de uma abordagem autoetnográfica, imergiu-se, de modo teórico e prático, no pulsar, no desejo, na resistência física e espiritual e na dialética singular-coletivo – características do trabalho artístico de Calle. Em regimes de escrita distintos, o artigo divide-se em duas partes: em I analisam-se as fases de criação dos dois universos e em II desenvolve-se um ensaio comprometido de investigador-performer.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

António Figueiredo Marques, Universidade Nova de Lisboa

Doutorando em Comunicação e Artes e investigador do grupo Performance e Cognição do ICNOVA - Instituto de Comunicação da NOVA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa, 1069-061 Lisboa, Portugal. Mestre e licenciado na área das Ciências da Linguagem. Este trabalho é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito da bolsa de doutoramento SFRH/BD/129111/2017 e COVID/BD/152367/2022, e no âmbito da unidade de investigação UIDB/05021/2020.   

Referências

BARTHES, Roland. O Prazer do Texto. Lisboa: Edições 70, 1980.

Bíblia Sagrada, edição pastoral. Lisboa. Edições Paulus, 2000.

BRECHT, Bertolt. Os sete pecados mortais dos pequeno-burgueses. In: Teatro 4. Lisboa: Cotovia, 2007.

BRILHANTE, Maria João; AZEVEDO, Eunice Tudela; VICENTE, Gustavo. Mónica Calle: Acreditar e existir nas palavras. Sinais de Cena, v.1, n.1, 174–214, 2016. Acesso em: 14 jul. 2022. DOI: https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2016.0014

COELHO, Sílvia Pinto. Antídoto e método: práticas de investigação artística em contexto coreográfico. Sinais de Cena, v.2, n.4, 40-61, 2020. Acesso em: 10 jul. 2022. DOI: https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2020.0005

DANAN, Joseph. Absence et présence du texte théâtral. Arles : Actes Sud-Papiers, 2018.

DANAN, Joseph. O texto ausente. A Presença do texto da dança e no teatro contemporâneos, 14-27, 2020. Acesso em: 9 jul. 2022. https://repositorio.ul.pt/jspui/bitstream/10451/44232/1/66329c_6e46a7f420694e8bb8b1b94981a49020.pdf

DANTAS, Mônica Fagundes. Ancoradas no Corpo, Ancoradas na Experiência: Etnografia, Autoetnografia e Estudos em Dança. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 27, p. 168-183, 2016. Acesso em: 1 ago. 2022. DOI: 10.5965/1414573102272016168.

DERRIDA, Jacques. Margens da Filosofia. Porto: Rés Editora, s/d.

DIREITINHO, José Riço. O Escuro que te Ilumina. Lisboa: Quetzal, 2018.

FISCHER-LICHTE, Erika. Estética do Performativo. Lisboa: Orfeu Negro, 2019.

FONSECA, Tânia; KIRST, Patrícia Gomes (org.). Cartografias e Devires: a Construção do Presente. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

FOSTER, Hal. The Return of the Real: Art and Theory at the End of the Century. Mass.: MIT Press, 1996.

LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. Lisboa: Orfeu Negro, 2017.

LOPES, Luís Mário. A boa alma. Revista Fluir n. 5 – junho, 2020. Acesso em: 10 jul. 2022. https://viewer.joomag.com/fluir-fluir-n%c3%bamero-5-junho-2020/0747374001591054209?short

MARTIN, Carol. Theatre of the Real. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2015.

MARQUES, António Figueiredo. Corpo entrevistos, ou como recomeçar. Folha de Sala do ciclo de solos Este é o meu Corpo, de Mónica Calle, Teatro Nacional de S. João, Porto, Portugal, 2020. Acesso em: 1 out. 2022. https://storage.googleapis.com/assets.tnsj.pt/documents/205eb4ac-programa-de-sala-ciclo-este-e-o-meu-corpo.pdf

MARQUES, António Figueiredo. “Carta-performance: pensamento artístico e mise-en-scène enunciativa”. Sinais de Cena, Centro de Estudos de Teatro, no prelo.

NOLD, Christian. Emotional Cartography: Technologies of the Self. Edição de autor, 2009. Acesso em: 9 jun. 2021. http://www.emotionalcartography.net/

O’ROURKE, Karen. Walking and Mapping: Artists as Cartographers. Mass.: MIT Press, 2013.

PAIS, Ana. Comoção: Os Ritmos Afetivos do Acontecimento Teatral. 2014. Tese (Doutorado em Estudos Artísticos) – Faculdade de Letras – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2014.

PARK, Adam. Performing as Mapping: An examination of the role of site‐specific performance practice as a methodology to map and/or reimagine sites of urban regeneration. Tese (Doutorado em Arquitetura) – University of Sheffield, Sheffield, 2014.

PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da (org.). Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa-intervenção e Produção da Subjetividade. Porto Alegre: Editora Sulina, 2009.

PELIAS, Ronald. Writing autoethnography: the personal, poetic, and performative as compositional strategies. In: Tony Adams, Stacy Holman Jones, Carolyn Ellis (org.). Handbook of autoethnography, p.121-132. Oxford & New York: Routledge, 2022.

RAPOSO, Paulo. Em busca de um teatro das fragilidades: Mónica Calle e o seu caminho feito de resistência e coragem até 'casa'. In: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 11 e 13th Women’s Worlds Congress, Florianópolis, 2017. Acesso em: 1 jul. 2021. http://hdl.handle.net/10071/16961

ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: Transformações Contemporâneas do Desejo. Porto Alegre: Editora Sulina/Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.

SARAMAGO, José. O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Lisboa: Editorial Caminho, 1998.

SARRAZAC, Jean-Pierre. O Outro diálogo: elementos para uma poética do drama moderno e contemporâneo. Lisboa: Editora Licorne, 2011.

SCHECHNER, Richard. “About Performance: A Conversation with Richard Schechner”. Entrevista concedida a Cláudia Madeira, Cristina Pratas Cruzeiro, Anne Douglas e Helena Elias. Arts, online v.11, n.1(14), 2022. Acesso em: 1 jun. 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/arts11010014.

SCHNEIDER, Rebeca. Performing Remains: Art and War in Times of Theatrical Re-enactment. New York: Routledge, 2011.

SPATZ, Ben. What a body can do: Technique as knowledge, practice as research. Oxford & New York: Routledge, 2015.

SPRY, Tami. Body, paper, stage: Writing and performing autoethnography. New York: Routledge, 2011.

TACKELS, Bruno. Escritores de palco: Algumas observações para uma definição. Sinais de Cena nº. 15, 68-74, 2011.

DOI: https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2011.0014

WILSON, Thomas M.; Hastings Donnan (orgs.). A Companion to Border Studies. Hoboken: Wiley Blackwell, 2012.

Downloads

Publicado

2022-12-12

Como Citar

MARQUES, António Figueiredo. Mapas e Desejos: os Universos de Ensaio para uma Cartografia e O Escuro que te Ilumina no teatro de Mónica Calle. Urdimento: Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 3, n. 45, p. 1–29, 2022. DOI: 10.5965/1414573103452022e0109. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/22677. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático: Cidades, espaços teatrais e experiências artísticas