Brecht e a experiência da incongruência construtiva: dizer sim, dizer não

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573101542025e109

Palavras-chave:

teatro político, vanguardas russas, poéticas menores, peças de aprendizagem, pedagogia

Resumo

Neste artigo, propomos um olhar sobre Bertolt Brecht como referência central na conformação de nosso imaginário de um teatro político e de uma pedagogia engajada; discutindo a dimensão reificada ou mitificada dessa figura; sugerimos como linhas de fuga leituras das experiências brechtianas com o teatro político das vanguardas russas, assim como das reflexões e críticas de Heiner Müller à peça de aprendizagem. O reconhecimento de um Brecht mais subversivo que revolucionário não diminui a importância do mito Brecht como uma ideia-força que dá impulso a diversos processos políticos de criação cênica, mas a situa fora da função de ser modelo de uma esperança forçosamente positiva.

Downloads

Biografia do Autor

André Luiz Antunes Netto Carreira, Universidade do Estado de Santa Catarina

Pós-doutorado na Universidade de Évora (EU), Portugal. Pós-doutorado Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Espanha (CSIC). Pós-doutorado em New York University (NYU), Estados Unidos. Doutorado em Teatro pela Universidad de Buenos Aires (UBA), Argentina. Graduação em Licenciatura em Educação Artística pela Universidade de Brasília (UnB). Pesquisador 1A Produtividade Pesquisa CNPq. Professor titular da graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) em Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

Stephan Arnulf Baumgartel, Universidade do Estado de Santa Catarina

Pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorado na Universidad Nacional de Colômbia – Bogotá. Doutorado em Literaturas da Língua Inglesa pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na Ludwig-Maximilians-Universität Munich, Alemanha. Professor titular da graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) em Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

Referências

ARENDT, Hanna. “Bertolt Brecht: 1898–1956”, publicado em Homens em Tempos Difíceis. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

BARTHES, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Bertrand-Brasil, 1989.

BENJAMIN, Walter. “Tagebuchnotizen 1939”. Gesammelte Schriften VI, Frankfurt/Main: Suhrkamp, 1991.

BRECHT, Bertolt. Sobre a profissão do ator. Werner Hecht (org.). Trad. Laura Brauer e Pedro Mantovani. São Paulo: Editora 34, 2022.

BRECHT, Bertolt. “Aquele que diz sim. Aquele que diz não.” Trad. L. Martinez Corrêa e Marshall Netherland. In Teatro Completo 3. São Paulo: Paz e Terra, 2004, p. 213 - 232.

BRECHT, Bertolt. “A alma boa de Setsuan”. Trad. Geir Campos e Antônio Bulhões. In Teatro Completo 7. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

CAVALIERE, Arlete. “Vanguardas Russas: a arte revolucionária”. RUS 8 -10, 19-35. 2017

COSTA, Iná Camargo. “Brecht e o Teatro Épico”. Palestra realizada no Teatro Fábrica em 03/05/2005 [mimeo].

CHKLOVSKY, Viktor. “A arte como procedimento”. In TODORV, Tvvetan (org.) Teoria da literatura: formalistas russos. São Paulo: Editora UNEPS, 2013.

CLARK, Mark. “Herói ou vilão? Bertolt Brecht e a crise de junho de 1953”. In Estudos Avançados, 21 (60), 2007.

DAVIS, David e O’SULLIVAN, Carmel. “Um salva-vidas apolítico”. Trad. André Carreira. In Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas. Florianópolis, n. 3, 2000.

EATON, Katherine. The Theater of Meyerhold and Brecht. Westport: Greenwood Press, 1985.

GATTI, Luciano. A Peça de Aprendizagem. Heiner Müller e o Modelo Brechtiano. São Paulo: Edusp, 2015.

HAUG, Wolfgang Fritz. “Kritik ohne Mitleid?” In KOCH, Gerd et al. Massnehmen. Kontroverse Perspektive Praxis Brecht/Eislers Lehrstück. Berlin: Theater der Zeit, 1998.

HORMIGON, Jose Antonio. Meyerhold: textos teóricos. Madrid: ADEE, 1992.

KOUDELA, Ingrid D., (org.) Heiner Müller. O Espanto no teatro. São Paulo: Perspectiva, 2003.

LANGHOFF, Matthias. “Entrevista” In Vintém, No. 1. São Paulo: Hucitec, 1998.

MIGUEL Luis Felipe. “Em Torno do Conceito de Mito Político”. In Dados vol. 41 n. 3 Rio de Janeiro, 1998.

PASTA, José Antonio. Trabalho de Brecht. São Paulo: Editora 34, 2010.

PAVIS, Patrice. Dicionário do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.

PICON-VALLIN, Béatrice. Meyerhold. Trad. Fátima Saadi, Isa Kopelman, J. Guinsburg e Marcio Honorio de Godoy. São Paulo: Perspectiva, 2013.

PISCATOR, Erwin. Teatro Político. Trad. Aldo Della Nina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

RUDNITSKY, Konstantin. Russian and Soviet Theatre: tradition and avant-garde. London: Thames & Hudson, 1988.

SASTRE, Afonso. “Ante Piscator, 1975”. In Teatro Político (Erwin Piscator). Hondarribia: Hiro, 2001.

SCHWARZ, Roberto. “Altos e baixos da atualidade de Brecht”. In Sequências brasileiras: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

SESC. Programa do Seminário República de Weimar: Cultura e Política em Tempo de Crise, 2019. https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/republica-de-weimar-cultura-e-politica-em-tempo-de-crise.

ŽIŽEK, Slavoj. “Brecht: a grandeza interna do stalinismo”. Trad. André Carreira) Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas. Florianópolis, n.9, 2007.

Publicado

28-04-2025

Como Citar

CARREIRA, André Luiz Antunes Netto; BAUMGARTEL, Stephan Arnulf. Brecht e a experiência da incongruência construtiva: dizer sim, dizer não. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 54, p. 1–24, 2025. DOI: 10.5965/1414573101542025e109. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/26825. Acesso em: 29 maio. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Temático: Brecht e Educação