Como quebrar barragens: Outros processos políticos e artísticos para reparar o irreparável

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573101432022e0119

Palavras-chave:

Amazon, Altamira, Politics of the forest, Art

Resumo

Por meio de uma escrita-percurso, o artigo apresenta algumas vivências da autora durante o “Amazônia centro do mundo”, evento que reuniu ao longo de três dias lideranças indígenas, pesquisadoras(es) e ativistas em Altamira (PA), cidade onde foi erguida a segunda maior Usina Hidrelétrica do mundo. O texto é tecido em conjunto com a narrativa sobre o espetáculo Altamira 2042 de Gabriela Carneiro da Cunha, em diálogo com a entrevista realizada com esta atriz sobre a criação do espetáculo. O intuito é argumentar que, quando as instituições se revelam incapazes de reparar o irreparável, a arte pode assumir a responsabilidade de instituir outras imaginações naquelas e naqueles que compartilham do mesmo trabalho artístico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paloma Bianchi, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutora em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGT/UDESC). Mestre em Teatro (PPGT/UDESC). Graduada na faculdade de Comunicação das Artes do Corpo pela Pontifícia Universidade Católica(PUC-SP).

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 8, n. 1, p.229–236, 2000. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/9880. Acesso em: 21 jun. 2020.

BARAD, Karen. Posthumanist Performativity: Toward an Understanding of How Matter Comes to Matter. Signs: Journal of Women in Culture and Society, Chicago, v. 28, n. 3, p. 801–831, 2003. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/abs/10.1086/345321.

Acesso em: 29 jun. 2020.

BRASIL. Presidenta (-2016: Dilma Rousseff). Discurso durante cerimônia de início da operação comercial da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Vitória do Xingu, 05 mai. 2016. Disponível em: https://cutt.ly/kcEyDk2. Acesso em: 15 mar. 2020.

BRASIL, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da Violência - IPEA.

Disponível em: http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/19/atlas-da-violencia-2019. Acesso em: 5 mar. 2020.

BRUM, Eliane. Vítimas de uma guerra amazônica. EL PAÍS, online, 22 de set. de 2015. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/22/politica/1442930391_549192.html .

Acesso em: 10 jun. 2020.

BRUM, Eliane. Belo Monte: a anatomia de um etnocídio. EL PAÍS, online, 01 de dez. de 2014. Disponível em:

https://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/01/opinion/1417437633_930086.html.

Acesso em: 18 jun. 2020.

CARNEIRO DA CUNHA, Gabriela. Altamira 2042, 2019. [Espetáculo teatral].

CARNEIRO DA CUNHA, Gabriela. Entrevista concedida a Paloma Bianchi. Florianópolis-São Paulo (online), 11 de mar. De 2020. [Gravação em áudio – acervo da entrevistadora]

CLIFFORD, James. A Experiência Etnografica: Antropologia e Literatura no Século XX. Rio de Janeiro: UFRJ, 2011.

COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, p.99–127, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-69922016000100099&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 21 jun. 2020.

FOSTER, Hal. The Artist as Ethnographer? In: MARCUS, George E.; MYERS, Fred R. (org.). The Traffic in Culture: Refiguring Art and Anthropology. Berkeley: University of California Press, 1995. p.302–309.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

GONZALES, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, [online], p. 223–244, 1984. Disponível em:

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf.

Acesso em: 21 jun. 2020.

GREEN, Renée. Other Planes of There: Selected Writings. Durham: Duke University Press, 2014.

HARAWAY, Donna. Staying with the Trouble: Making Kin in the Chthulucene. Durham: Duke University Press, 2016.

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

LANGDON, Esther Jean. A performance da diversidade: o xamanismo como modo performático. GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia, São Paulo, v. 1, n. 1, 2016. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/gis/article/view/116460. Acesso em: 27 jun. 2020.

LEAL, Dodi Tavares Borges. Luz à sombra do som MITsp 2019, 2019. Disponível em: https://mitsp.org/2019/luz-sombra-do-som/. Acesso em: 24 jan. 2021.

LISBOA, Sílvia; MILANEZ, Felipe. Áudios comprovam que pastor assumiu área sensível da Funai para converter índios isolados. The Intercept Brasil, online, 13 de Fev. de 2020. Disponível em: https://theintercept.com/2020/02/13/audios-missionarios-converter-indios-amazonia/. Acesso em: 16 fev. 2020.

MALINOWSKI, Bronislaw. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Ubu Editora, 2018.

MARCUS, George E. O intercâmbio entre arte e antropologia: como a pesquisa de campo em artes cênicas pode informar a reinvenção da pesquisa de campo em antropologia. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 47, n. 1, p.133–158, 2004. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27184. Acesso em: 15 jun. 2020.

METUKTIRE, Raoni. Fala de Raoni durante o evento Amazônia centro do mundo. 2019. Gravação de áudio.

MOÇAMBA, Jota. lugar de fala. In: Ciclo de Conferências Vozes do Sul, Lisboa, 2017. Disponível em: https://www.facebook.com/jeferson.isaac/videos/1565383996857643.

MOVIMENTO XINGU VIVO PARA SEMPRE. Fazem com você o que você fez conosco; mas nem assim, Dilma… Organização Não-Governamental. 2016. Disponível em: https://xinguvivo.org.br/2016/05/05/fazem-com-voce-o-que-voce-fez-conosco-mas-nem-assim-dilma/. Acesso em: 17 mar. 2020.

RAMPLEY, Mathew. Anthropology at the origins of art history. In: COLES, Alex (org.). Site-specificity: The Ethnographic Turn. London: Black Dog Press, 2000. p. 138–165.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. Belo Horizonte: Letramento, 2017.

RIBEIRO, Maria Fernanda. Após 15 anos da morte de Dorothy Stang, a impunidade ainda persiste em Anapu. Amazônia Real, online, 12 de fev., de 2020. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/apos-15-anos-da-morte-de-dorothy-stang-a-impunidade-ainda-persiste-em-anapu/. Acesso em: 26 de fev. de 2020.

SIEGENTHALER, Fiona. Towards an ethnographic turn in contemporary art scholarship. Critical Arts, [online], v. 27, p. 737–752, 2013. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/02560046.2013.867594?redirect=1.

Acesso em: 16 jun. 2020.

SPIVAK, Gayatri. Pode um subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

STRATHERN, Marilyn. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

SZTUTMAN, Renato. O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens. 2005. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-01102007-144056/.

Acesso em: 27 jun. 2020.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O nativo relativo. Mana, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 113-148, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-93132002000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 15 jun. 2020.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas Canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

Downloads

Publicado

2022-04-06

Como Citar

BIANCHI, Paloma. Como quebrar barragens: Outros processos políticos e artísticos para reparar o irreparável. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 43, 2022. DOI: 10.5965/1414573101432022e0119. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/21494. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático: As artes da cena dos e com os povos indígenas