O ensino de história dos traumas sociais coletivos e dos temas socialmente vivos: trajetórias de um campo disciplinar
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0108Palabras clave:
ensino de história, traumas coletivos, questões socialmente vivasResumen
O ensino de história de traumas coletivos e das questões socialmente vivas disseminou-se na historiografia a partir da década de 1960. Contribuíram para isso a difusão de pesquisas realizadas na Alemanha e França sobre a experiência nacional-socialista e a historicização do Holocausto, cujo evento foi enquadrado no interior do campo de estudos dos genocídios. Na França e no Brasil, as reflexões sobre este tema almejaram a necessária compreensão dos traumas coletivos e os seus impactos sociais. Em nossa análise, as reflexões sobre estes conceitos são necessárias em razão da banalização do debate sobre os fascismos históricos e outros traumas coletivos em nosso tempo presente. As preocupações decorrentes deste cenário, desafiador aos historiadores e ao processo de ensino-aprendizagem na sala de aula, nos motivaram a apresentar as reflexões realizadas neste artigo, que apresentou algumas perspectivas sobre o ensino de história dos traumas sociais coletivos e dos temas socialmente vivos.
Descargas
Citas
ALBERTI, Verena. Controversies around the teaching of Brazilian ‘Black History’. In: KIDD, Jenny; CAIRNS, Sam; DRAGO, Alex; RYALL, Amy; STEARN, Miranda (orgs.). Challenging history in the museum: international perspectives. Surrey: Ashgate Publishing Limited, 2014. p. 201-214.
ALBERTI, Verena. Palestra. In: COLÓQUIO NACIONAL HISTÓRIA CULTURAL E SENSIBILIDADES, 4., 17-21 nov. 2014, Caicó, RN. Anais [...]. Caicó: Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 2014. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/17189?show=full. Acesso em: 07 fev. 2022.
ALEXANDER, Jeffrey. Trauma: a social theory. Cambridge: Polity Pres, 2012.
ALPE, Yves. Quelle(s) légitimité(s) pour les savoirs scolaires sur la société: questions socialement vives, rapports aux savoirs et stratégies didactiques. Toulouse : Document de travail, IUFM d’Aix-Marseille, nov. 1999. Disponível em: http://journals.openedition.org/dse/95. Acesso em: 09 fev. 2022.
AYÉN, Xavi. Imre Kertész, la memoria de los campos de concentración. In: LAVANGUARDIA, [Barcelona], 2016. Disponível em: https://www.lavanguardia.com/cultura/20160331/40774053657/imre-kertesz-memoria-campos-concentracion-entrevista.html. Acesso em: 09 fev. 2022.
BAUER, Yehuda. Rethinking the Holocaust. New Haven: Yale University Press, 2012.
BIBER, Katherine. Bad Holocaust art. Law Text, Sydney, v. 13, p. 226-259, 2009. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=1626500. Acesso em: 10 jan.2022.
BORRIES, Bodo von. Methods and aims of teaching history in Europe: a report on youth and history. In: STEARNS, Peter N.; SEIXAS, Peter; WINEBURG, Sam (eds.). Knowing, teaching and learning history: national and international perspectives. New York: New York University Press, 2000. p. 246-261.
BROWNING, Christopher. Interview: Shoah Resource Center, The International School for Holocaust Studies. In: THE MULTIMEDIA CD ‘ECLIPSE OF HUMANITY’. Jerusalem: Yad Vashem, 2000. p. 01-21.
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. A raça indesejável. Revista Pesquisa FAPESP, [São Paulo], n. 146, p. 12-17, 2008. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/a-raca-indesejavel/. Acesso em: 09 fev. 2022.
CARUTH, Cathy. Listening to trauma: conversations with leaders in the theory and treatment of catastrophic experience. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2014.
CERTEAU, Michel de. La culture au pluriel. Paris: Seuil, 1993.
EPSTEIN, Terrie; PECK, Carla. Research on teaching and learning difficult histories: global concepts and contexts. New York: Hunter College: City University of New York, 2015. (Caderno de Resumos)
FALAIZE, Benoit. O ensino de temas controversos na escola francesa: os novos fundamentos da história escolar na França? Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 6, n. 11, p. 224-253, jan./abr. 2014. Título original: L’enseignement des sujets controversés dans l‘école française : les nouveaux fondements de l'histoire scolaire en France ? Traduzido por Fabrício Coelho.
FINCHELSTEIN, Federico. El canon del Holocausto. Buenos Aires: Prometeo, 2010.
FRIEDLANDER, Saul. When memories comes: the classic memoire. New York: Other Press, 2016.
G1. Quem é Monark: antes de defender existência do partido nazista, apresentador foi de youtuber a podcaster. In: G1, [s.l.], 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2022/02/08/quem-e-monark-antes-de-defender-existencia-de-partido-nazista-apresentador-foi-de-youtuber-a-podcaster.ghtml. Acesso em: 09 fev. 2022.
GENSBURGER, Sarah et al. Penser les génocides et les crimes de masse avec les outils ordinaires des sciences sociales. In: PENSER KES GÉNOCIDES. Paris: CNRS Editions, 2021. p. 193-214.
GIL, Carmem Zeli de Vargas; EUGÊNIO, Jonas Camargo. Ensino de história e temas sensíveis: abordagens teórico-metodológicas. Revista História Hoje, São Paulo, v. 7, n. 13, 2018, p. 139-159.
INTERNATIONAL HOLOCAUST REMEMBRANCE ALLIANCE; ECKMANN, Monique; STEVICK, Doyle; AMBROZEWICZ-JACOBS; Jolanta (eds.). Research in teaching and learning about the Holocaust: a dialogue beyond borders. Berlim: Metropol, 2017.
ISRAELI, Raphael. Old historians, new historians, no historians: the derailed debate on the genesis of Israel. Eugene: Wipf and Stock Publishers, 2016.
KOCKA, Jürgen. Historia social y consciencia histórica. Madrid: Marcel Poins, 2002.
KOCKA, Jürgen. Para além da comparação. Revista Esboços, Florianópolis, v. 21, n. 31, p. 279-286, ago. 2014.
KOTEK, Joel. Génocide, revenir à l’essentiel? In: PENSER LES GÉNOCIDES. Paris: CNRS, 2021. p. 115-122.
LEPRINCE, Chloé. Les contre-vérités d’Eric Zemmour sur Pétain et Vichy. Radiofrance, [Paris], 2019. Disponível em: https://www.franceculture.fr/histoire/trois-contre-verites-deric-zemmour-sur-petain-et-vichy-rassemblement-national. Acesso em: 09 fev. 2022.
MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira História, São Paulo, v. 37, n. 74, p. 135-154, 2017.
MARTINS, Estevão Rezende. Consciência Histórica. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; OLIVEIRA, Margarida Dias de. Dicionário de ensino de história. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2019. p. 55-58.
NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Lisboa: Relógio D’Água, 1998.
NOIRIEL, Gerard. Sur la crises de la histoire. Paris: Points, 2005.
PANDEL, Hans-Jürgen. Geschichtsdidaktik eine einführung. 2. aufl. Fankfurt: Wochenschau Verlag, 2017.
POULIOT, Chantal et al. SAQ, SSI and STSE education: defending and extending “science in context”. Cultural Studies of Science Education, [s.l.]: Springer, v. 15, Sept. 2020. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7813082. Acesso em 09 de fev. 2022.
ROBIN, Regine. Memória saturada. São Paulo: Unicamp, 2016.
RÜSEN, Jörn. Didática da história: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. Tradução Marcos Roberto Kusnick. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 1, n. 2, p. 07-16, jul./dez. 2006.
RÜSEN, Jörn. Os princípios da aprendizagem: a filosofia da história na didática da história. In: ALVES, Luís Alberto Marques; GAGO, Marília. Diálogo(s), epistemologia(s) e educação histórica: um primeiro olhar. Porto: CITCEM, Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, 2021. p. 11-20.
SADDI, Rafael. Didática da história na Alemanha e no Brasil: considerações sobre o ambiente de surgimento da Neu Geschichtsdidaktik na Alemanha e os desafios da nova didática da história no Brasil. OPSIS, Catalão, v. 14, n. 2, p. 133-147, jul./dez. 2014.
SCHURSTER, Karl; DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira (orgs.). Ensino de história regimes autoritários e traumas coletivos. Recife: EDUPE; Porto Alegre: EdiPUCRS, 2017.
SCHWEBER, Simone. Holocaust fatigue in teaching today. Social Education, [s.l.], v. 70, n. 1, p. 44-49, 2006.
SERRANO, Miguel. Nietzsche y el eterno retorno. Madrid: Rustica, 2021.
SIMONNEAUX, Jean. La démarche d’enquête: une contribution à la didactique des questions socialement vives. Paris: Éducagri Editions, 2018.
SONTAG, Susan. Sob o signo de Saturno. Porto Alegre: LPM, 1984.
THE HISTORICAL ASSOCIATION. The T.E.A.C.H. report: a report from the historical association on the challenges and opportunities for teaching emotive and controversial history. United kingdom: [The Association], Sept. 2007. Disponível em: http://www.history.org.uk/resources/secondary_resource_780.html. Acesso em: 10 fev. 2022.
WIEVIORKA, Annette. The Era of witness. New York: Cornell University Press, 2006.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Revista Tempo e Argumento
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Tempo e Argumento.