Práticas curatoriais autônomas em espaços culturais independentes: notas sobre a exposição coletiva “De uma alegria para sempre não destinável” (2024)
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234617422025e0017Parole chiave:
curadoria, exposição de arte, espaços culturais independentes, autogestão cultural, redes colaborativasAbstract
O presente artigo analisa a exposição coletiva “De uma alegria para sempre não destinável”, realizada em 2024 pelo Coletivo FURTACOR na Casa Caipora Centro Cultural, em Vitória/ES, a fim de refletir sobre como práticas curatoriais autônomas, articuladas a espaços culturais independentes, podem contribuir para a construção de ecossistemas culturais mais inclusivos e plurais, ampliando o debate sobre arte contemporânea no Espírito Santo. Partindo de uma contextualização mais ampla da temática, buscamos situar a mostra em um panorama que permita compreender suas especificidades e estabelecer paralelos com iniciativas semelhantes em outros contextos. Para isso, adotamos uma abordagem ensaística, tendo o relato de experiência como bússola metodológica, o que possibilita articular reflexão contextual e autocrítica sobre os processos e práticas desenvolvidos na exposição, evidenciando seus desafios e potencialidades frente ao fortalecimento de redes colaborativas que reivindicam modos alternativos de produção, circulação e recepção da arte. As reflexões indicam que, mesmo diante da escassez de investimentos, a experiência dinamizou a cena artístico-cultural local para além das estruturas e circuitos tradicionais de difusão. Ao promover a redistribuição da visibilidade, do reconhecimento e da legitimidade de produções, agentes e espaços frequentemente à margem, a iniciativa apontou para outros vetores de democratização do acesso à arte na região. Conclui-se que ações dessa natureza não apenas desafiam limites institucionais e hierarquias, mas também evidenciam a potência da autogestão como via para ampliar os cruzamentos entre sensível e político, reafirmando o papel de iniciativas autônomas e espaços independentes na construção de um panorama cultural mais plural e acessível.
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