As práticas artísticas rituais e a fruição do axé no candomblé Ketu
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234614342022011Palavras-chave:
Estética afro-brasileira, Axé, Rituals, Orishas, Candomblé de KetuResumo
O objetivo desse artigo é caracterizar, de forma introdutória, determinadas práticas artísticas rituais realizadas no Candomblé, da nação de Ketu, como os cantos entoados para as divindades africanas, nomeadas Orixás, as danças coreografadas, os toques dos atabaques e as indumentárias, de modo a compreendê-las a partir dos ìtàn, as mitologias relativas a estas divindades. Pretende-se também verificar a relação destas práticas artísticas com a fruição do axé, ou seja, os toques dos atabaques, os cantos e as danças ambientam os corpos dos Ẹlẹ́gùn para a personificação dos Orixás, durante o xirê, de maneira que quando se obtém a exatidão na execução das músicas, das danças, na composição das vestimentas, nas insígnias dos Orixás e mesmo nas condutas das/os filhas/os de santo durante o rito, tem-se a fruição do axé. Este, por sua vez, refere-se à potência inerente à vida, capaz de transformar e realizar, sendo que este processo criador assegura, então, o desenrolar da própria existência. Para sustentar a referida análise, consideram-se os diálogos estabelecidos, mediante entrevistas, com a Ìyálòrìsà Márcia Ty Ọ̀ṣun e com o Bàbálòrìsà Fábio ty Ọ̀ṣọ́ọ̀si, sacerdotes no Ilê Erô Opará Ofá Odé Asé Jaynã. Utilizam-se também da pesquisa bibliográfica, em especial, dirigida aos escritos da Ìyálòrìsà Gisselle Cossard-Binon, José Beniste, Muniz Sodré, Pierre Verger, Vilém Flusser, entre outros/as. Vale salientar, desde já, que tais práticas e saberes representam, no Brasil, aspectos da cultura e história do povo iorubá, originários de Benin, Togo e Nigéria, Serra Leoa, entre outros países.
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Referências
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