Os povos indígenas e tradicionais nas teses e dissertações na Amazônia Legal: questões de educação, direito e formação de professores(as)

Resumo

Neste trabalho, tratamos da questão: como os povos indígenas e populações tradicionais são abordados nas teses e dissertações produzidas nos programas de pós-graduação stricto sensu, no âmbito da Amazônia Legal. É uma pesquisa sobre o Estado de Conhecimento, de cunho qualitativo, que trabalhou com uma amostra de 70 trabalhos. O período analisado é de 2010-2022. O artigo é produto da “Pesquisa em Educação na Amazônia: história, política, formação de professores e diversidade cultural”, que integra o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) e que busca compreender e identificar como se configura a educação na Amazônia em seus contextos histórico e político, bem como as dimensões da formação de professores e sua relação com a diversidade cultural. Na amostra, identificamos nas teses e dissertações um crescente interesse em pesquisas – especialmente nos últimos anos – em conhecer melhor as questões indígenas e de populações tradicionais, no que trata da compreensão dessas culturas, saberes, resistências e formação de professores(as) específicos. Embora ainda incipientes, as pesquisas analisadas neste artigo permitem que levantemos a hipótese de que esse interesse é resultante da maior presença de professores indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros sujeitos, nos cursos de pós-graduação, que vêm transformando, mesmo que ainda lentamente, os espaços da produção do conhecimento, despertando o interesse dos programas e desafiando as universidades a repensarem o campo de formação de professores especialmente nas Amazônias, de forma a construir um melhor diálogo com outras culturas e saberes, provocando fraturas nas visões colonizadoras presentes na região.