A Regional e os trabalhos manuais: o entalhe como ofício e a criação como profissão

Autores

  • Vilma Corrêa Amancio da Silva Centro Universitário Internacional (UNINTER)
  • Claudia Alves Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984723822502021141

Palavras-chave:

escola primária, escola ativa, educação e trabalho, trabalhos manuais

Resumo

O presente artigo aborda a questão da disciplina de Trabalhos Manuais na Escola Regional de Merity (1921-1964) no período de 1954 a 1964. Mantendo a tradição de uma escola primária escolanovista, tinha, como agente principal, o professor José Montes, docente da oficina Heitor Lyra. Além das preocupações com a certificação e a formação para o trabalho, sua prática pedagógica centrava-se em instrumentos e atividades de conhecimentos para estimular os alunos a práticas manuais centradas na experiência. As aulas de Trabalhos Manuais exercidas na Regional propunham uma ação voltada para o desenvolvimento das sensibilidades, no âmbito das práticas laborais. A partir de 1954, a escola iniciou as aulas de “entalhação” na instrução dos alunos, centradas no “aprender fazendo”. A partir de análises das fontes documentais, como os relatórios anuais da escola, visualizamos que essa disciplina procurava, antes de qualquer qualificação de força de trabalho, estimular a vontade e a capacidade criativa de cada indivíduo. Como os alunos evadiam muito cedo para manter o sustento familiar, entendia-se que precisavam ter um conhecimento a mais para tal lugar social. Buscamos focar no âmbito das relações entre educação e trabalho nossa análise sobre as atividades exercidas na escola.

Palavras-chave: escola primária; escola ativa; educação e trabalho; trabalhos manuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vilma Corrêa Amancio da Silva, Centro Universitário Internacional (UNINTER)

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (2004). Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense (2008). Atualmente é pesquisadora colaboradora do CENTRO PESQ.,MEM. E HIST. DA EDUC. DA CIDADE D. CAXIAS E BAIXADA FLUMINENSE- CEMPEHMEd. Lecionou como professora substituta na UERJ/FFP ,as disciplinas de Políticas públicas, Supervisão Educacional, Gestão Escolar, Sociologia da Eduação. Professora Filosofia no Colégio de Aplicação José Herdy de Souza - Unigranrio. Atualmente, coordenadora acadêmica do Centro Universitário Internacional - UNINTER, polo Duque de Caxias-RJ. Experiência no Ensino Superior nas disciplinas de Políticas Públicas e Educação, Sociologia da Educação, Avaliação Educacional, Estágio Supervisionado, Gestão Educacional, Pesquisadora no campo da História da Educação; aborda pesquisas nos temas: escola nova, experiência escolanovista, ensino regional e estudos pedagógicos e metodológicos, História da instituições escolares públicas e privadas, História da Educação Brasileira e da Baixada Fluminense.

Claudia Alves, Universidade Federal Fluminense

Tem experiência na área de Educação , com ênfase em Fundamentos da Educação. Atuando principalmente nos seguintes temas: exército, intelectuais, ensino, política, Império.

Referências

BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

DUARTE, Simone Ribeiro. Educar as mãos para descobrir o mundo: a proposta do professor Manoel Penna para o ensino de trabalhos manuais (1906-1934). 2017. Dissertação (Mestrado em Educação Tecnológica – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.

FONSECA, Corinto. A escola ativa e os trabalhos manuais. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1929. (Biblioteca de Educação).

JOSÉ Montes expõe esculturas e entalhes, em Duque de Caxias. Jornal Popular, Duque de Caxias, p. 7, 27 abr./03 maio 2000a.

JOSÉ Montes, o escultor que inspira na fé. Jornal Diário Democrático, Duque de Caxias, 6 de abril, 2000b.

JOSÉ Montes: uma vida dedicada à arte de beneficiar a madeira. Revista da Cultura Caxiense: Informativo da Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, Ano 1, n. 4, p. 7-9, dez. 2002.

LAZARONI, Dalva. Duque de Caxias: uma cidade para viver. Rio de Janeiro: Altadena Comunicação e Sistemas, 2013.

LOURENÇO FILHO, Manuel Bergstrom. Introdução ao Estudo da Escola Nova. São Paulo: Cayeiras; Rio de Janeiro, RJ: Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1930.

LOURENÇO FILHO, Manuel Bergstrom. Prefácio. In: FONSECA, Corinto da. A escola ativa e os trabalhos manuais. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1929. p. 5-10. (Biblioteca de Educação).

LUSTOSA, José. Cidade de Duque de Caxias: desenvolvimento histórico do município –dados gerais. Rio de Janeiro: Gráfica do IBGE, 1958.

MONARCHA, Carlos. Brasil arcaico, Escola Nova: ciência, técnica & utopia nos anos 1920-1930. São Paulo: Ed. UNESP, 2009.

MONTES, José. Autobiografia: entrevista gravada em 13 de fevereiro de 2000: ficha de coleta de dados dos documentos do acervo para pesquisador. Duque de Caxias: CEPEMHED, 2021. Acervo do arquivo Centro de pesquisa, memória e história da educação da cidade de Duque de Caxias e Baixada Fluminense.

MONTES, José. José Montes expõe esculturas e entalhes, em Duque de Caxias. Jornal Popular, Duque de Caxias, p. 7, 27 abr./03 maio 2000a.

MONTES, José. José Montes, o escultor que inspira na fé. Jornal Diário Democrático, Duque de Caxias, 6 de abril, 2000b.

MONTES, José. José Montes: uma vida dedicada à arte de beneficiar a madeira. Revista da Cultura Caxienese: Informativo da Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, Ano 1, n. 4, p. 7-9, dez. 2002.

OLIVEIRA, Marcus Aurélio Taborda de. O ethos do trabalho nas páginas de periódicos educacionais brasileiros: trabalhos manuais como signo da modernização pedagógica (1906-1934). Cadernos de História da Educação,18(2), 386-405. https://doi.org/10.14393/che-v18n2-2019-7.

PASAVENTO, Sandra Jatahy; LANGUE, Frédérique. Sensibilidades na história: memórias singulares e identidades sociais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.PENNA, Manoel. Trabalhos manuais escolares. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1934.

PERES, Guilherme. “Armanda Álvaro Alberto e a Escola Regional de Merity”, s/d.

RELATÓRIO ANUAL DA ESCOLA REGIONAL DE MERITY, ano 1921.

RELATÓRIO ANUAL DA ESCOLA REGIONAL DE MERITY, ano 1955.

RELATÓRIO ANUAL DA ESCOLA REGIONAL DE MERITY, ano 1957.

RELATÓRIO ANUAL DA ESCOLA REGIONAL DE MERITY, ano 1960.

RIZZINI, Irma; SCHUELER, Alessandra. Escola primária no estado do Rio de Janeiro: expansão e transformações (1930 a 1954). Revista Educação Pública. Cuiabá, v. 23, n.º 54, p. 877-896, set./dez. 2014.

SOCIEDADE PESTALOZZI DO BRASIL. Certificado do curso de aperfeiçoamento de docentes que atuam na área de educação especial: oficinas pedagógicas, realizado de 01/8 a 29/09/1978, com carga horária de 180h/a. [S.l.]: Sociedade Pestalozzi do Brasil, 1978.

SOUZA, Marlucia Santos de. Escavando o passado da cidade: história política da cidade de Duque de Caxias. Rio de Janeiro: APPH-CLIO, 2014.

Downloads

Publicado

2021-12-10

Como Citar

SILVA, Vilma Corrêa Amancio da; ALVES, Claudia. A Regional e os trabalhos manuais: o entalhe como ofício e a criação como profissão. Revista Linhas, Florianópolis, v. 22, n. 50, p. 141–165, 2021. DOI: 10.5965/1984723822502021141. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/20751. Acesso em: 8 nov. 2024.