Certas crianças: a infância em documentários italianos do pós-guerra
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984723821472020165Resumo
O ensaio investiga a representação da infância em documentários de autor realizados na Itália no período pós-Segunda Guerra Mundial. A análise visa conjuntamente o imaginário da infância e o das periferias urbanas. Embora aparentemente distantes, tais motivos figurativos e conceituais estão perfeitamente inter-relacionados no caso italiano, especialmente nas décadas da reconstrução e do boom econômico. Com foco nas formas de não ficção documental, o artigo analisa alguns curtas-metragens produzidos na Itália entre as décadas de 1940 e 1960 – por diretores como Mario Soldati, Luigi Comencini, Francesco Maselli, Raffaele Andreassi, Cecilia Mangini, Michele Gandin, Damiano Damiani e Dino Risi – que atestam a presença e a euforia de um peculiar “olhar sobre a infância”, que combina as tensões éticas e estéticas da experiência neorrealista com os lirismos e as prerrogativas formais do cinema de autor. Unir os temas da infância e da periferia significa confrontar-se com mitologias consolidadas e historicizadas dentro do panorama do cinema italiano, mas que foram pouco analisadas em sua sinergia iconográfica e expressiva. A periferia e a infância são ambas, de fato, emblemas de uma condição humana e social que vive à margem, na despreocupação e na expectativa de um amanhã a ser construído. A análise visa, portanto, lançar uma nova luz sobre essas relações, tanto na perspectiva dos estudos de cinema e audiovisual quanto na das ciências pedagógicas, para tentar reinterpretar, através da forma cinematográfica, a representação da infância e algumas abordagens educativas na Itália nos anos da reconstrução e do boom econômico.
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