Como pessoas cegas se relacionam com as artes visuais?: um estudo de caso sobre refereciais artísticos, acessibilidade e fruição estética

Autori

DOI:

https://doi.org/10.5965/25944630732023e3896

Parole chiave:

deficiência visual, artes visuais, acessibilidade

Abstract

Este artigo apresenta os resultados obtidos numa pesquisa sobre a recepção de pessoas com deficiência visual para as artes visuais, investigando o repertório de obras conhecidas, o estado atual de acessibilidade, assim como relatos de experiências estéticas. Este estudo de caso, pesquisa de cunho quali-quantitativo, foi realizado através de um survey com pessoas com deficiência visual, a maioria frequentadoras do Instituto Benjamin Constant, instituição centenária localizada no Rio de Janeiro. Os resultados revelaram referenciais artísticos majoritariamente de origem europeia, com o agravante de serem as suas formas desconhecidas, ou seja, não houve intermediação através de audiodescrição e/ou material tátil. No que tange à acessibilidade em museus e instituições culturais, os resultados apontam para a falta de oportunidades e descuido com esse público. No caso de eventos ditos inclusivos, foi observada a ineficiência da audiodescrição como recurso único de acessibilidade para as artes visuais, enfatizando a importância do toque em materiais táteis com sua respectiva audiodescrição. A percepção tátil de esculturas se revelou um potente catalisador da fruição estética, justificando a defesa da possibilidade do toque em originais de obras tridimensionais para pessoas com deficiência visual.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografie autore

Leila Gross, Federal University of Rio de Janeiro

Professora de Artes Visuais, doutora em Educação pelo PPGE-UFRJ, pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Arte e Cultura – GECULT, PPGE-UFRJ.

Monique Andries Nogueira, Federal University of Rio de Janeiro

Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Arte e Cultura. Pós-Doutorado na Universidade das Ilhas Baleares, UIB, Espanha. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Pós-Doutorado na Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, Brasil.

Riferimenti bibliografici

BARBOSA, A. M. A imagem no ensino da arte: anos 80 e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 2009.

BENJAMIN, W. A Obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: ADORNO, T. et al. Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

CARIJÓ, F. H.; MAGALHÃES, J. M. Q.; ALMEIDA, M. C. Acesso tátil: uma introdução à questão da acessibilidade estética para o público deficiente visual nos museus. In: KASTRUP, V.; MORAES, M. (org.). Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiência visual. Rio de Janeiro: Nau, 2010.

FRANCO, E. P. C.; SILVA, M. C. C. C. Audiodescrição: breve passeio histórico. In: MOTTA, L. M. V. M.; ROMEU-FILHO, P. (org.). Audiodescrição: transformando imagens em palavras. São Paulo: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, 2010, p. 23-42. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/usr/share/documents/LIVRO_AUDIODESCRICAO_TRANSFORMANDO_IMAGENS_EM_PALAVRAS.pdf. Acesso em: 6 mar. 2022.

GROSS, L., Arte e Inclusão: o Ensino da Arte na inclusão de alunos com deficiência visual no Colégio Pedro II. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2015.

GROSS, L.; NOGUEIRA, M. A. Ensino da Arte e Inclusão: Relatos de alunos com deficiência visual em aulas de Artes Visuais no Colégio Pedro II. Revista Educação, Artes e Inclusão v. 12, n. 3, 2016, p. 33-59. Disponível em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/ 7890/pdf. Acesso em: 18 jun. 2022.

GROSS, L.; NOGUEIRA, M. A. OBRAS-PRIMAS DASARTES VISUAIS: o que pessoas cegas têm a dizer sobre esse tema? In: SANTOS JÚNIOR, E.A.; BRAGA, L.P.S.; MELLO, M.N. (org.). Conectando Conhecimentos, Vol. II, Textos referentes às palestras e trabalhos apresentados nas edições de VI a IX do Seminário, Rio de Janeiro: Instituto Benjamin Constant, 2021. ISBN: 9786500312188. Disponível em: https://www.gov.br/ibc/pt-br/pesquisa-e-tecnologia/publicacoes-do-ibc-1/livros_pdf/anexos/conectando-conhecimentos_vol_ii___.pdf. Acesso em: 01 maio 2022.

KASTRUP, V. Experiência estética para uma aprendizagem inventiva: notas sobre a acessibilidade de pessoas cegas a museus. Informática na Educação: Teoria & Prática, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 38-45, jul./dez. 2010.

MOREIRA, H.; CALEFFE, L.G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.

REBEL, E. Ikonen der Bildgedächtnisses (Ícones da Memória Imagética). Seminário proferido no curso de Pedagogia da Arte. Universidade Ludwig-Maximilian, Munique, 2002.

REBEL, E. Sehen und Sagen: Das Öffnen der Augen beim Beschreiben der Kunst, Ostfildern: Ed. Tertium, 1996.

Pubblicato

2023-10-01

Come citare

GROSS, Leila; NOGUEIRA, Monique Andries. Como pessoas cegas se relacionam com as artes visuais?: um estudo de caso sobre refereciais artísticos, acessibilidade e fruição estética. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design, Florianópolis, v. 7, n. 3, p. 1–25, 2023. DOI: 10.5965/25944630732023e3896. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/ensinarmode/article/view/23896. Acesso em: 22 nov. 2024.

Articoli simili

Puoi anche Iniziare una ricerca avanzata di similarità per questo articolo.