Instalação sonora ou instrumento musical?: um estudo de fronteiras a partir da obra Balance

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/27644669020420220201

Palavras-chave:

composição audiovisual, instalação sonora, instrumento musical, Pure Data

Resumo

O presente trabalho propõe, a partir das (re)definições da noção de instrumento musical propostas por Schaeffer (1966) e Chion (2009), uma intersecção entre instrumento musical e instalação sonora. A proposta surge da provocação suscitada pela obra Balance., instalação sonora composta utilizando o fenômeno da realimentação (em que um som é captado por um microfone, reproduzido em um alto-falante e captado novamente, fazendo emergir um ciclo infinito) e o controle de sua plasticidade através de uma câmera que capta os movimentos do corpo do interagente. Uma segunda seção é dedicada ao relato do processo de composição e de programação no ambiente gráfico Pure Data.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Arthur Zucchi Boscato, Universidade do Estado de Santa Catarina

Graduado em Música-Licenciatura pela UDESC e Mestre em Processos Criativos pela mesma instituição. Atua como pesquisador, produtor musical, instrumentista, cantor, compositor e arranjador. Integra os grupos Entrevero Instrumental, Rédea Solta e O Exótico Quark Encanto.

Guilherme Sauerbronn de Barros, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutor em Musicologia pela UNIRIO; Mestre em piano pela UFRJ; Bacharel em Piano pela UNIRIO.
Professor Associado no Departamento de Música do CEART e orientador na linha de Processos
Criativos no PPGMUS/UDESC

Referências

APEL, Willi. Harvard Dictionary of Music. Cambridge: Harvard University Press, 1974.

BLANES, Guillermo de Llera. Controllers as Musical Instruments, Controllerism as Musical Practice: practices of a new 21st Century musical culture. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Musicais) – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2017.

CASTAÑON, Thiago. Assinatura, rasura, poesura: deserrata para Augusto de Campos. Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, v. 23/2, p. 288-311, maio/ago. 2021.

CAZNOK, Yara Borges. Música: entre o audível e o visível. 2ª Edição. São Paulo: Unesp, 2008.

CHION, Michel. Guide to Sound Objects: Pierre Schaeffer and Musical Research. Traduzido por John Dack and Christine North. Leicester: Electroacoustic Resource Site, 2009.

COLLINS, Nick; SCHEDEL, Margaret; WILSON, Scott. Electronic music. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

COWELL, Henry. New musical resources. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

DROTT, Eric. Conlon Nancarrow and the technological sublime. American Music, Illinois, v. 22, n. 4, p. 533-563, 2004.

ECKEL, Gerhard; PIRRO, David; SHARMA, Gerriet K. Motion-enabled live electronics. In: SMC 2009: 6th Sound and Music Computing Conference, 2009, Porto. Proceedings. Porto: INESC, 2009. p. 36-41.

ECO, Umberto. O pêndulo de Foucault. Tradução de Ivo Barroso. 12ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2009.

FERRACINI, Renato. Atuação como composição de afetos. In: FERRACINI, Renato. Ensaios de atuação. São Paulo: Perspectiva, 2013. p. 49-74.

FERRAZ, Silvio. Música e repetição: a diferença na composição contemporânea. São Paulo: EDUC-Editora da PUC-SP, 1998.

FERREIRA, Alessandro Goularte. Aspectos de referencialidade na composição de música eletroacústica. 2010. Dissertação (Mestrado em Música) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.

FIGUEIRA, H.; MENDES, A.; MENDES, P.; PINTO, C.. paronomásia. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Lisboa: Priberam, 2011. E-book.

HUSSERL, Edmund. Cartesian meditations: an introduction to phenomenology. Tradução de Dorion Cairns. Haia: Martinus Nijhoff Publishers, 1982.

IAZZETTA, Fernando. Interação, Interfaces e Instrumentos em Música Eletroacústica. II ‘IHC-Interação Humano-Computador’ Conference, 1998, Maringá. Proceedings. Campinas: Unicamp, 1998.

IAZZETTA, Fernando. Idées directrices pour une phénoménologie. Tradução de Paul Ricoeur. Paris: Gallimard, 2008.

HYDE, Joseph. Musique Concrète Thinking in Visual Music Practice: Audiovisual silence and noise, reduced listening and visual suspension. Organised Sound, v. 17, n. 2, p. 170-178, 2012.

LUVIZOTTO, André Luiz; FURLANETE, Fábio Parra; MANZOLLI, Jônatas. Microfonia e Distorção na guitarra sob a ótica de Waveshaping. In: XVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM), 2006, Brasília. Anais. Brasília: UnB, 2006. p. 262-267.

MANNIS, José Augusto; MARKEAS, Alexandros. Processos cognitivos de percepção, análise e síntese atuando no processo criativo: Mímesis de mímesis. In: EnCom2014 - Encontro Nacional de Composição Musical de Londrina, 2014, Londrina. Anais. Londrina: UEL, 2014. p. 198-225.

MARCHI, Leonardo de. A angústia do formato: uma história dos formatos fonográficos. E-Compós – Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Brasília, v. 2, 2005.

MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. Tradução de José Artur Gianotti e Armando Mora d’Oliveira. São Paulo: Perspectiva, 2003.

OLIVEIRA, Ana Cláudia de. Fala Gestual. São Paulo: Editora Perspectiva, 1992.

OLIVEIRA, Heitor Martins. Composição musical e teatralidade em Speaking Drums, de Péter Eötvös. Revista do Laboratório de Dramaturgia – Ladi, Brasília, v. 2, p. 57-71, 2016.

OLIVEIRA, Heitor Martins. Música e teatralidade: a perspectiva composicional. Debates: Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música, Rio de Janeiro, n. 15, p. 49-66, 2015.

PALUDO, Riccieri Luis. Drono, composição musical e espiritualidade. 2021. Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de Artes, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2021.

PAREYSON. Estética: teoria da formatividade. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1993.

ROSA, Tiago Brizolara da; GIBET, Sylvie; LARBOULETTE, Caroline. Elemental: a Gesturally Controlled System to Perform Meteorological Sounds. In: NIME 2020, 2020, Birmingham. Proceedings. Birmingham: Birmingham City University, 2020. p. 470-476.

ROSA, Tiago Brizolara da; MORITZ, Marcos Goularte. SoMo: Um Instrumento Musical baseado em Movimento–Características Estéticas e Técnicas e potenciais Usos. In: XV Simpósio Brasileiro de Computação Musical - SBCM, 2015, Campinas. Proceedings of the XV Brazilian Symposium on Computer Music. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação - SBC, 2015. p. 123-224.

ROY, Kaustuv. Gradientes de Intensidade: o espaço háptico deleuziano e os três "erres" do currículo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 89-109, 2002.

RUVIARO, Bruno Tucunduva. From Schaeffer to* lorks: An expanded definition of musical instrument in the context of laptop orchestras. In: 1st Symposium on Laptop Ensembles & Orchestras, 2012, Baton Rouge. Proceedings. Baton Rouge: Louisiana State University, 2012. p. 23-26.

SCHAEFFER, Pierre. Ensaio Sobre o Rádio e o Cinema: Estética e Técnica das Artes-relé 1941-1942. Texto estabelecido por Sophie Brunet e Carlos Palombini, com a colaboração de Jacqueline Schaeffer. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

SCHAEFFER, Pierre. Traité des objets musicaux: essai interdisciplines [Nouvelle Édition] [E-book]. Paris: Éditions du Seuil, 1966.

SILVA, Jaziel Vitalino Souza e. Avaliando Interfaces Gestuais Para a Prática de Instrumentos Virtuais de Percussão. 2012. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Centro de Informática, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2012.

STOLF, Maria Raquel da Silva. Entre a palavra pênsil e a escuta porosa: investigações sob proposições sonoras. 2011. Tese (Doutorado em Artes Visuais) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.

SOARES, Sérgio J. Puccini. Documentário e roteiro de cinema: da pré-produção à pós-produção. 2007. Tese (Doutorado em Multimeios) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

VALIQUET, Patrick. Scoring the listener: Notation and representation in acousmatic music. In: Material Cultures of Music Notation: new perspectives on musical inscription. Routledge, 2022. p. 50-64.

ZELLER, Matthew. Planal Analysis and the Emancipation of Timbre: Klangfarbenmelodie and Timbral Function in Mahler, Schoenebrg, and Webern. Durham: Duke University, 2020.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

BOSCATO, Arthur Zucchi; BARROS, Guilherme Sauerbronn de. Instalação sonora ou instrumento musical?: um estudo de fronteiras a partir da obra Balance. A Luz em Cena: Revista de Pedagogias e Poéticas Cenográficas, Florianópolis, v. 2, n. 4, p. 1–34, 2022. DOI: 10.5965/27644669020420220201. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/aluzemcena/article/view/22800. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê temático: Sonoridades das Cenas