Qualidade microbiológica do mel comercializado na região Centro-Norte Fluminense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712312024282

Palavras-chave:

Alimento seguro, apicultura, microbiota bacteriana, segurança alimentar

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo realizar o diagnóstico dos principais agentes microbiológicos associados ao perfil higienicossanitário de méis de Apis mellifera comercializados em diferentes municípios do Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. As análises microbiológicas realizadas em 25 amostras de méis foram: contagem de coliformes totais e termotolerantes, fungos filamentosos e leveduras, Staphylococcus spp., Clostridium spp. e Bacillus spp. e detecção de Salmonella spp.. Os resultados obtidos nas análises microbiológicas detectaram a presença mais significativa por parte dos fungos filamentosos e leveduras, das bactérias mesófilas, Bacillus cereus e Staphylococcus spp.. Apesar da maioria das amostras de méis apresentarem isolamentos positivos para marcadores microbiológicos, os resultados das contagens estavam abaixo dos limites máximos estabelecidos pelas legislações nacionais. Do total avaliado, apenas três (12%, 3/25) amostras de méis apresentaram padrões de contagem acima do limite preconizado para fungos filamentosos, leveduras e bactérias mesófilas, refletindo um padrão higienicossanitário insatisfatório para consumo. A detecção destes marcadores microbiológicos em amostras de méis comercializadas na região Centro-Norte do Rio de Janeiro aponta para a necessidade do fortalecimento de políticas públicas de apoio a apicultura e produção de alimentos seguros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisco Martins Teixeira , Universidade Federal do Rio de Janeiro, Macaé, RJ, Brasil

Graduation in Pharmacy from the Federal University of Juiz de Fora (2002), master's degree in immunology, with emphasis in Molecular Biology from the Federal University of Minas Gerais (2004) and Ph.D. in Immunology with emphasis in Microbiology from the Federal University of Minas Gerais (2008). Currently resembling occupations as professor and researcher at the Faculty of Pharmacy, Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), polo Macaé, where attend as Professor in the courses of Microbiological Quality Control of Drugs and Related, Basic Microbiology and Clinical Microbiology. The main areas of interest are Evaluate Biological Principles of Natural and Synthetic Resources; Microbiological Quality Control of Food and Nutrition Food Security, Basic and Clinical Immunology and Basic and Clinical Microbiology.

Referências

ABREU SM et al. 2023. Rotulagem de mel: Uma análise qualitativa quanto ao cumprimento da legislação em embalagens comercializadas em diferentes cidades do RJ e RS. Research, Society and Development 12: 1-12.

AGUIAR A et al. 2023. A produção de mel apícola: importância socioeconômica e aspectos da cadeia produtiva. Facit Business and Technology Journal 41: 229-245.

APHA. 2001. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. Washington: APHA. 4.ed.

BANDINI TB & SPISSO BF. 2017. Risco sanitário do mel no Brasil em relação a novas ameaças: resíduos e contaminantes químicos emergentes. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia 5: 116-126.

BRASIL. 2019. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Instrução Normativa nº 60, de 23 de dezembro de 2019. Estabelece as listas de padrões microbiológicos para alimentos.

BRASIL. 2005. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), Regulamento técnico para rotulagem de produto de origem animal embalado, Instrução Normativa nº 22, de 24 de novembro de 2005.

BRASIL. 2000. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), Qualidade dos Produtos - Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel, Instrução Normativa nº11, de 20 de outubro de 2000.

BRASIL. 1997. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), Qualidade dos Produtos - Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel, Portaria nº 367, de 4 de setembro de 1997.

CERESER ND et al. 2008. Botulismo de origem alimentar. Ciência Rural 38: 280-287.

CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. 2001. Revised codex standard for honey. CXS 12-1981. Rev.2.

COMISSÃO EUROPEIA. 2002. Opinion of the scientific committee on veterinary measures relating to public health on honey and microbiological hazards. Health & Consumer Protection Directorate-General.

DELMAS C et al. 1994. Survey of Honey for Clostridium botulinum Spores in Eastern France. Food Microbiology 11: 515-518.

DE OLIVEIRA SILVA EL et al. 2023. O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação. Revista de Gestão e Secretariado (Management and Administrative Professional Review)14: 9395-9419.

DÜMEN E et al. 2013. Microbiological and parasitological quality of honey produced in Ístanbul. Turkish Journal of Veterinary and Animal Sciences 37: 602-607.

EMBRAPA MEIO NORTE. 2002. Apicultura: Sistema de Produção 3: 138.

EMBRAPA. 2008. Extração e Processamento do Mel 2:60.

GARCIA W. 2003. Guia de Buenas Prácticas de Apícolas y de Manufactura. Buenos Aires: Secretaría de Agricultura, Ganadería, Pesca y Alimentos. 35 p.

GOLYNSKY A. et al. 2004. Apicultura como alternativa econômica para os pequenos produtores rurais da região norte do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO DA SOBER, Anais eletrônicos. Cuiabá: Sober. p.42.

GREGÓRIO A et al. 2021. Antimicrobial activity, physical-chemical and activity antioxidant of honey samples of Apis mellifera from different regions of Paraná, Southern Brazil. Food Science and Technology 41: 583-590.

IBGE. 2022. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa pecuária municipal. Brasília: IBGE.

ICMSF. 2002. INTERNATIONAL COMMISSION ON MICROBIOLOGICAL SPECIFICATIONS FOR FOODS. Microorganisms in foods 7: Microbiological testing in food safety management. New York: Kluwer Academic/Plenum Publishers.

ISO 6579. 2002. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Detection of Salmonella spp. in animal faeces and in environmental samples from the primary production stage. Geneva Amd 1:2007, annex D.

ISO 21527-1. 2008. INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. Microbiology of food and animal feeding stuffs - Horizontal method for the enumeration of yeast and moulds Part 2: Colony count technique in products with water activity less than or equal to 0,95.

ISO 6888-1. 1999. INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. Microbiology of food and animal feeding stuffs - Horizontal method for the enumeration of coagulase-positive staphylococci (Staphylococcus aureus and other species).

IURLINA MO et al. 2006. Prevalence of Bacillus spp. in different food products collected in Argentina. Food Science and Technology 39: 105-110.

KADARIYA J et al. 2014. Staphylococcus aureus and Staphylococcal food-borne disease: an ongoing challenge in public health. Biomed Research International 2014: 1-9.

KONEMAN EW et al. 2008. Diagnóstico Microbiológico: Texto e atlas colorido. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan p.1565.

KÜPLÜLÜ Ö et al. 2006. Inidence of Clostridium botulinum spores in honey in Turkey. Food Control 17: 222-224.

LIMA JBA. 2012. Condições Higiênico-Sanitárias Do Mel Produzido Por Apis Melífera no Estado do Maranhão. Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água. São Luís: UEMA.

LIRA GM et al. 2001. Avaliação da qualidade de peixes comercializados na cidade de Maceió - Al. Revista Higiene Alimentar 15: 67-74.

LÓPEZ AC & ALIPPI AM. 2010. Enterotoxigenic gene profiles of Bacillus cereus and Bacillus megaterium isolates recovered from honey. Revista Argentina Microbiología 42: 216-225.

LOURENÇO MSM & CABRAL JEO. 2016. Apicultura e Sustentabilidade: Visão dos Apicultores de Sobral (Ce). Revista em Agronegócio e Meio Ambiente 9: 93-115.

MARTINS HM et al. 2003. Bacillaceae spores, fungi and aflatoxins determination in honey. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias 98: 85-88.

MERCOSUL GMC88/89. 2000. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel.

MONTE AM et al. 2013. Quality of honey from stingless bees native of Piaui, Brazil. Revista Brasileira de Medicina Veterinária 35: 48-54.

NERIS MS et al. 2013. Ocorrência de bolores e leveduras em méis comercializados informalmente no Estado do Maranhão. Nutrire 38: 439-439.

NEVAS M et al. 2005. Prevalence and diversity of Clostridium botulinum types A, B, E and F in honey produced in the Nordic countries. International Journal of Food Microbiology 105:145– 151.

NISHIO EK et al. 2016. Antibacterial synergic effect of honey from two stingless bees: Scaptotrigona bipunctata Lepeletier, 1836, and S. postica Latreille, 1807. Scientific Reports 6: 21641.

OLIVEIRA FDC et al. 2017. Análise de mel de abelha coletado em comércio informal na cidade de Teresina, PI. Higiene alimentar 3: 268-269.

PEREIRA APR 2008. Caracterização de mel com vista a produção de hidromel. Dissertação (Mestrado em Qualidade e Segurança Alimentar). Bragança: Instituto Politécnico de Bragança, Escola Superior Agrária de Bragança. 66p.

PIMENTEL RBQ et al. 2013. Antimicrobial activity and rutin identification of honey produced by the stingless bee Melipona compressipes manaosensis and commercial honey. BMC Complementary and Alternative Medicine 13:151.

PINHEIRO CGME et al. 2018. Qualidade microbiológica do mel da abelha sem ferrão jandaíra (Melipona subnitida) da região semi-árida do Brasil. Ciência Rural 48: 9.

PIRES RMC et al. 2015. Evaluation of hygienic-sanitary quality of honey from Apis mellifera L. obtained in semi-arid region of Piauí, Brazil. African Journal of Microbiology Research 9: 1806-1813.

POSTELARO ER et al. 2021. Apicultura Familiar: sua importância no cenário econômico, social e ecológico. Revista Interface Tecnológica 18: 298-307.

PRADO A et al. 2023. Honey bees change the microbiota of pollen. Botanical Sciences 101: 127-133.

PUCCIARELLI AB et al. 2014. Microbiological and physicochemical analysis of yateí (Tetragonisca angustula) honey for assessing quality standards and commercialization. Revista Argentina de Microbiología 46: 325-332.

RALL VLM et al. 2003. Incidência de esporos de Clostridium botulinum e análise da qualidade microbiológica do mel no Estado de São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA. Anais Foz do Iguaçu: Sociedade Brasileira de Microbiologia. p.403.

RHODEHAMEL EJ & HARMON SM. 2020. Bacillus cereus. In: Bacteriological Analytical Manual. 8.ed. Cap.14.

SALOTTI BM et al. 2006. Qualidade microbiológica do queijo minas frescal comercializado no município de Jaboticabal, SP, Brasil. Arquivos do Instituto de Biologia 73: 171-175.

SCHLABITZ C et al. 2010. Avaliação de parâmetros físico-químicos e microbiológicos em mel. Revista brasileira de tecnologia agroindustrial 4: 80-90.

SCHOCKEN-ITURRINO RP et al. 1999. Study of presence of the Clostridium botulinum in honey in Brazil. FEMS Imunology and Medical Microbiolgy 24: 379-382.

SILVA MBL et al. 2008. Qualidade microbiológica de méis produzidos por pequenos apicultores e de méis de entrepostos registrados no serviço de inspeção federal no Estado de Minas Gerais. Alimentos e Nutrição 19: 417-420.

SILVA N et al. 2010. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. 4.ed. São Paulo: Livraria Varela.

SILVA BPPC 2016. Caracterização Físico-química de mel produzido em Santo Antônio do Tauá In: 14º Encontro de profissionais da química do Amazonas. Belém: UFRA. p. 39-43.

SODRÉ GS et al. 2007. Caracterização Físico-química de Amostras de Méis de Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) do Estado do Ceará. Revista Ciência Rural 37: 1139-1144.

SOLOMON HM & LILLY T. 2001. Clostridum botulinum. In: Bacteriological Analytical Manual. 8.ed. Cap. 17.

SOUZA FG et al. 2012. Análise do mel de pequenos produtores do vale do Médio Araguaia-Tocantins. Enciclopédia Biosfera. Centro Científico Conhecer 8: 1001.

SOUZA BFS et al. 2020. Qualidade sanitária do mel de Apis mellifera em relação a forma de coleta. Brazilian Journal of Development 6: 79959-79972.

WANDERLEY ROS et al. 2015. Avaliação dos parâmetros de qualidade e estabilidade térmica de méis produzidos na região de Sousa-PB. ACTA Apicola Brasilica 3: 10-16.

WTO. 2022. WORLD TRADE ORGANIZATION. Ministerial decision on world food programme food purchases exemption from export prohibitions or restrictions. Geneve 1:1.

Publicado

2024-09-13

Como Citar

PEREIRA, Ingrid Annes; TEIXEIRA , Francisco Martins; FINGER, Regina Maria; SOUZA, Mariana de Azevedo. Qualidade microbiológica do mel comercializado na região Centro-Norte Fluminense. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 23, n. 2, p. 282–291, 2024. DOI: 10.5965/223811712312024282. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/24613. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Multiseções e Áreas Correlatas

Dados de financiamento