Micorrização e respiração microbiana do solo sob o cultivo de maracujá e pinhão manso em diferentes regimes hídricos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712122022159

Palavras-chave:

capacidade de campo, fungos micorrízicos, microrganismos, Passiflora edulis

Resumo

Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e a população microbiana do solo ocupam papel de destaque em amenizar os efeitos causados pelo estresse hídrico em diversas culturas, entretanto se faz necessário estabelecer parâmetros sobre a dinâmica da interação desses microrganismos com as plantas em condições de estresse. Diante do exposto, o trabalho teve por objetivo avaliar a micorrização e a respiração microbiana do solo cultivado com mudas de maracujá amarelo e pinhão manso submetidas a diferentes níveis de água. O experimento foi realizado em vasos na casa de vegetação localizada na Universidade Estadual de Goiás, unidade de Ipameri. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, e analisado em um esquema fatorial 2 x 7 sendo duas espécies de plantas (maracujá e pinhão manso) e sete níveis de fornecimento de água (25%, 50%, 75%, 100%, 125%, 150% e 175%) em relação a capacidade de campo (CC) do solo com cinco repetições, totalizando 70 parcelas experimentais de cultivo. Foram avaliadas a respiração microbiana do solo (RM), número de esporos micorrízicos (ESP) e colonização micorrízica (CM). Em termos de RM os solos responderam de forma distinta a alteração da umidade do solo, onde a microbiota do solo com pinhão manso se mostrou mais adaptada até aos 175% da CC que do maracujá. A condição de excesso hídrico provocou uma diminuição no ESP do solo de ambas a culturas, porém com efeito sendo mais significativo na cultura do maracujá que apresentou uma média de 77,2 esporos 50 g-1 de solo. A CM do pinhão manso e do maracujazeiro foram afetadas negativamente com o aumento dos níveis de umidade do solo, porém o pinhão manso apresentou em média uma taxa de CM 38,5% maior que o maracujá. De maneira geral a microbiota do solo e os FMAs sob mudas de pinhão manso responderam melhor ao estresse hídrico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABDEL-SALAM E et al. 2018. Inoculation with arbuscular mycorrhizal fungi alleviates harmful effects of drought stress on damask rose. Saudi Journal of Biological Sciences 25: 1772-1780.

ALVARES CA et al. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift 22: 711-728.

ANDERSON TH & DOMSCH KH 1993. Ratios of microbial biomass carbon to total organic carbon in arable soils. Soil Biology and Biochemistry 21: 471-479.

ARAÚJO EA et al. 2012. Qualidade do solo: conceitos, indicadores e avaliação. Applied Research & Agrotechnology 5: 187-206.

BATTINI F et al. 2017. Facilitation of phosphorus uptake in maize plants by mycorrhizosphere bacteria. Scientific Reports 7: 1-11.

BOROWIK A & WYSZKOWSKA J. 2016. Soil moisture as a factor affecting the microbiological and biochemical activity of soil. Plant, Soil and Environment 62: 250-255.

BUTENSCHOEN O et al. 2011. Interactive effects of warming, soil humidity and plant diversity on litter decomposition and microbial activity. Soil Biology and Biochemistry 43: 1902-1907.

CAVALCANTE UMT et al. 2001. Mycorrhizal dependency of passion fruit (Passiflora edulis f. flavicarpa). Fruits 56: 317-324.

CHAROENPAKDEE S et al. 2010. Compatible arbuscular mycorrhizal fungi of Jatropha curcas and spore multiplication using cereal crops. Mycosphere 1: 195-204.

CORDEIRO MAS et al. 2005. Colonização e densidade de esporos de fungos micorrízicos em dois solos do cerrado sob diferentes sistemas de manejo. Pesquisa Agropecuária Tropical 35: 147-153.

COSCOLIN RBS et al. 2019. Associação de fungos micorrízicos no cultivo do amendoim sob deficiência hídrica. Revista AgroFIB 1: 85-94.

DANIELS HETRICK BA & BLOOM J. 1986. The influence of host plant on production and colonization ability of vesicular-arbuscular mycorrhizal spores. Mycologia 78: 32-36.

EMBRAPA. 2018. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5.ed. Brasília: Embrapa Solos. 201p.

EWUNIE GA et al. 2021. Factors affecting the potential of Jatropha curcas for sustainable biodiesel production: A critical review. Renewable and Sustainable Energy Reviews 137: 1-18.

FAKHECH A et al. 2019. Contributions of indigenous arbuscular mycorrhizal fungi to growth of Retama monosperma and Acacia gummifera under water stress (case study: essaouira sand dunes forest). Journal of Sustainable Forestry 38: 686-696.

FALEIRO FG & JUNQUEIRA NTV. 2016. Maracujá: O produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: Embrapa Cerrados. Livro técnico (INFOTECA-E). 341p.

FERREIRA EPB et al. 2017. População e atividade microbiana do solo em sistema agroecológico de produção. Revista Ciência Agronômica 48: 22-31.

FOLLI-PEREIRA MS et al. 2012. Micorriza Arbuscular e a tolerância das plantas ao estresse. Revista Brasileira de Ciência do Solo 36: 1663-1679.

GERDEMANN JB & NICOLSON TH. 1963. Spores of mycorrhizal Endogone species extracted from soil by wet sieving and decanting. Transactions of the British Mycological Society 46: 235-244.

GIOVANNETTI JW & MOSSE B. 1980. An evaluation of techniques for measuring vesicular arbuscular mycorrhizal infection in roots. The New Phytologist 84: 489-500.

GOMIDE PHO et al. 2014. Fungos micorrízicos arbusculares em fitofisionomias do pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Ciência do Solo 38: 1114-1127.

HAMZAH NHC et al. 2020. Potential of Jatropha curcas L. as Biodiesel Feedstock in Malaysia: A Concise Review. Processes 7: 1-11.

HORSCHUTZ ACO et al. 2012. Crescimento e produtividade do pinhão-manso em função do espaçamento e irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 16: 1093-1099.

IBGE. 2020. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção Agrícola Nacional, 2020. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pesquisa/15/0. Acesso em: 05 nov. 2021.

JENKINS WR. 1964. A Rapid Centrifugal-Flotation Technique for Separating Nematodes from Soil. Plant Disease Report 48: 692.

KUMAR A et al. 2010. Influence of arbuscular mycorrhizal (AM) fungi and salinity on seedling growth, solute accumulation, and mycorrhizal dependency of Jatropha curcas L. Journal of Plant Growth Regulation 29: 297-306.

LI B et al. 2008. Differential effects of Paenibacillus spp. on cucumber mycorrhizas. Mycological Progress 7: 277-284.

LI J et al. 2019. Arbuscular mycorrhizal fungi alleviate drought stress in C3 (Leymus chinensis) and C4 (Hemarthria altissima) grasses via altering antioxidant enzyme activities and photosynthesis. Frontiers in Plant Science10: 1-12.

MAPA. 2018. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura. 41p.

MATOS FS et al. 2018. Fatores que influenciam na produção de látex de Jatropha curcas L. Bragantia 77: 74-82.

MATSUNAGA WK et al. 2018. Atributos microbiológicos de solo, relacionados às atividades da microfauna em solo na floresta Amazônica. Anuário do Instituto de Geociências 41: 630-638.

MELLONI R et al. 2018. Sistemas agroflorestais cafeeiro-araucária e seu efeito na microbiota do solo e seus processos. Ciência Florestal 28: 784-795.

MIRANDA JCC et al. 2005. Dinâmica e contribuição da micorriza arbuscular em sistemas de produção com rotação de culturas. Pesquisa Agropecuária Brasileira 40: 1005-1014.

OLIVEIRA JS et al. 2017. Importância dos maracujás (Passiflora L. spp.) e seu uso comercial. Revista RG News 3: 72-81.

OLIVEIRA TC et al. 2019. Produtividade da soja em associação ao fungo micorrízico arbuscular Rhizophagus clarus cultivada em condições de campo. Revista de Ciências Agroveterinárias 18: 530-535.

PHILLIPS JM & HAYMAN DS 1970. Improved procedures for clearing roots for rapid assessment of infection. Transaction of British Mycology Society 55: 158-161.

QIN H et al. 2016. Arbuscular mycorrhizal fungal hyphae alter soil bacterial community and enhance polychlorinated biphenyls dissipation. Frontiers in Microbiology 7: 1-10.

RUBIN JGKR & STURMER SL. 2015. Potencial de inóculo micorrízico e importância do comprimento do micélio para a agregação de solos de ambiente fluvial. Revista Brasileira de Ciência do solo 39: 59-68.

SABOYA RCCF et al. 2012. Fungos micorrízicos arbusculares afetando a produção de mudas de pinhão-manso na região Sul do Estado de Tocantins, Brasil. Revista Ceres 59: 142-146.

SCABORA MH et al. 2011. Associação micorízica em espécies arbóreas, atividade microbiana e fertilidade do solo em áreas degradadas de cerrado. Ciência Florestal 21: 289-301.

SCHEUBLIN TR et al. 2010. Characterisation of microbial communities colonising the hyphal surfaces of arbuscular mycorrhizal fungi. The Isme Journal 4: 752-763.

SCHIAVO JA et al. 2010. Composto orgânico e inoculação micorrízica na produção de mudas de pinhão manso. Pesquisa Agropecuária Tropical 40: 322-329.

SILVA FF et al. 2019. Characterization of rhizobia and arbuscular mycorrhizal fungi in areas impacted by gravel mining in Brazil. Revista Caatinga 32: 995-1004.

SILVA LB et al. 2017. Serrapilheira e Efluxo de CO2 do Solo em Floresta Sazonalmente Alagável no Pantanal Brasileiro. Revista Ensaios e Ciências 21: 178-182.

SILVA RRD et al. 2010. Biomassa e atividade microbiana em solo sob diferentes sistemas de manejo na região fisiográfica campos das vertentes – MG. Revista Brasileira Ciência do Solo 34: 1585-1592.

SINGH PK et al. 2013. Glomalin: an arbuscular mycorrhizal fungal soil protein. Protoplasma 250: 663-669.

VITORAZI FILHO JA et al. 2012. Crescimento de mudas de maracujazeiro-doce inoculadas com fungos micorrízicos arbusculares e bactérias diazotróficas sob diferentes doses de fósforo. Revista Brasileira de Fruticultura 34: 442-450.

Downloads

Publicado

2022-03-25

Como Citar

SOUZA, Ane Gabriele Vaz; FARIA, Layanara Oliveira; BESERRA, Gabriela Aparecida; SILVA, Gabriela Gomes da; BORGES, Larissa Pacheco; DIAS, Fernanda Vaz; MATOS, Fábio Santos; SANTOS, Talles Eduardo Borges dos. Micorrização e respiração microbiana do solo sob o cultivo de maracujá e pinhão manso em diferentes regimes hídricos. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 21, n. 2, p. 159–167, 2022. DOI: 10.5965/223811712122022159. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/21384. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência do Solo e do Ambiente