Narrativas contra-hegemônicas: das conferências-concerto às peças-palestra
DOI:
https://doi.org/10.5965/1414573104532024e126Palavras-chave:
teatro abolicionista, teatros negros, dramaturgia contemporânea, história do teatro, hegemonia culturalResumo
O artigo retoma as conferências-concerto realizadas pelo movimento abolicionista, em sessões que urdiam discursos políticos, teatro, música e a entrega de cartas de alforria. Organizadas para arrecadar dinheiro para a libertação de escravizados, as matinês mobilizavam milhares de pessoas e refletiam uma intersecção entre política e arte no fim do século XIX. O estudo aproxima esse modelo das atuais peças-palestra, em que questões políticas são postas em cena a partir do corpo e do real. Para tanto, são convocadas dramaturgias de dois autores contemporâneos, Rafael Cristiano e Clayton Nascimento, que reelaboram o formato conferência em seus trabalhos, a partir de uma perspectiva afrocentrada.
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